Como a depressão afeta a relação entre mãe e filho?

A estabilidade emocional da mãe transmitirá segurança e conforto para o filho. Procurar ajuda ao detectar uma condição desse tipo deve ser uma prioridade para que o vínculo materno permaneça intacto.
Como a depressão afeta a relação entre mãe e filho?
Fátima Servián Franco

Revisado e aprovado por a psicóloga Fátima Servián Franco.

Escrito por Equipo Editorial

Última atualização: 20 maio, 2018

Quando uma mulher traz uma criança ao mundo, existe entre eles uma conexão verdadeiramente mágica. No entanto, esse vínculo importante pode ser quebrado por vários fatores; portanto, é importante saber como a depressão afeta a relação entre mãe e filho, uma vez que essa é uma das patologias mais frequentes nestes casos.

As mulheres, depois de dar à luz, experimentam uma montanha-russa de emoções que pode levá-las desde o ápice da alegria à mais profunda tristeza no mesmo dia. As causas que podem motivar essas variações são diversas; portanto, a criança é afetada de maneira positiva ou negativa por essas mudanças.

Especialmente nas mães de primeira viagem, é comum que medos e frustrações se manifestem nos primeiros dias desempenhando seu papel como progenitoras. Eles podem afetar diretamente a criança, bem como seu ambiente familiar e social.

O importante ao detectar algum quadro depressivo é buscar ajuda profissional para evitar que ele se prolongue e cause danos ao desenvolvimento do bebê. Mesmo que  aconteça quando a criança já for um pouco maior, o comportamento natural será encontrar um jeito de agradar a mãe, mesmo que isso lhe cause sofrimento.

Como a depressão afeta a relação entre mãe e filho?

O psicanalista inglês Donald Winnicott demonstrou avanços importantes no tratamento de quadros depressivos nas mães e seus efeitos no relacionamento com seus filhos. O interesse no estudo desta patologia neste cenário particular aumentou depois de atender a uma paciente e observar as razões que a causavam.

A mãe em questão relatou preocupação com a perda de peso de seu filho e escondia com isso outras situações que a afligiam. A realidade na casa da paciente era delicada; sofria abuso do marido, e a criança, estando presente nessa situação, apresentava falta de apetite.

Embora o menino tenha recuperado o apetite, o psicólogo recomendou que a mulher recebesse tratamento psicológico. Desta forma, ele a fez entender como a depressão afeta a relação entre mãe e filho.

Danos causados pela depressão na relação entre mãe e filho

Mudanças de comportamento

A d epressão da mãe pode causar uma diminuição na entrega de carinho para seu filho. São várias as consequências que a falta de entrega afetiva de uma mãe ao filho pode causar, principalmente por causa de quadros depressivos.

Muitos casos de crianças violentas derivam do fato de que em casa elas não recebem afeto suficiente e há uma completa negligência de suas necessidades. Outros tipos de problemas que afetam as mães faz com que retirem de sua lista de prioridades a atenção afetiva aos filhos, sem considerar as terríveis consequências disso.

Insegurança

Este é um dos efeitos mais significativos de como a depressão afeta a relação entre mãe e filho. A mulher, em seu papel de mãe, é responsável por oferecer segurança, tranquilidade e calma à criança. Isso lhe dá uma zona de conforto e reduz as chances de distúrbios emocionais.

Quando a mãe se encontra em um quadro depressivo, suas prioridades mudam e ela deixa de lado a proteção emocional que deve dar ao seu descendente. Isso pode trazer consequências para a criança ao longo de sua vida, como por exemplo se retrair no ambiente social, se sentir rejeitada e não ter confiança nas pessoas.

“Nunca na vida você encontrará ternura melhor e mais desinteressada do que a da sua mãe”
—Honoré de Balzac—

Alteração do vínculo natural entre mãe e filho

Quando a mãe sofre de depressão, ela negligencia a atenção que o bebê deve receber e o vínculo entre eles é enfraquecido. A criança, então, não poderá estabelecer uma conexão semelhante com nenhuma outra pessoa; somente aquela mulher que a abrigou por nove meses no ventre tem esse privilégio.

Nesse caso, essas necessidades devem ser atendidas por uma outra pessoa, sem essa conexão mágica estabelecida naturalmente entre mãe e filho. Suas principais necessidades podem ser atendidas, mas nunca será o mesmo vindo de uma pessoa que não é sua mãe.

Introspecção materna

Neste estado, a mulher é incapaz de interpretar corretamente os sinais do bebê. Portanto, a sensibilidade às suas necessidades diminui consideravelmente. Ao se isolar em seus próprios pensamentos sem prestar atenção ao que a cerca, a mãe nem sequer entende como a depressão afeta a relação entre mãe e filho.

Uma mãe depressiva terá uma vida instável e insalubre e, além disso, transmitirá suas consequências negativas ao filho. É necessário receber assistência para superar este problema o mais rápido possível, assim que for detectado; desta forma, algumas de suas sequelas problemáticas poderão ser prevenidas.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.