A depressão nas crianças

A seguir, nós vamos contar tudo o que você precisa saber sobre as causas, as manifestações, a prevenção e o tratamento da depressão nas crianças.
A depressão nas crianças
María Alejandra Castro Arbeláez

Escrito e verificado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Última atualização: 24 fevereiro, 2018

No começo pode parecer que, por estarem imersas em um ambiente de brincadeiras e travessuras, as crianças não podem se deprimir. Mas a realidade é bem diferente.

A depressão nas crianças existe e é uma doença. Inclusive os recém-nascidos podem ser vítimas desse transtorno capaz de despedaçar os mais fortes sentimentos de felicidade.

O maior problema dessa patologia infantil é que pode passar despercebida.

Às vezes nem as próprias crianças entendem o que está acontecendo. Elas enfrentam emoções e sentimentos que não sabem expressar, muito menos suportar. E, embora para algumas pessoas suas ações sejam um sinal de franqueza, na verdade são sintomas de um distúrbio emocional perigoso.

  • Apatia.
  • Agressão.
  • Nostalgia.
  • Desmotivação.
  • Baixa autoestima.
  • Mudanças de humor.

Esses são alguns dos indícios mais claros de depressão nas crianças. No entanto, pode existir muito mais do que isso. Conflitos pessoais, alterações psicológicas e doenças podem se esconder por trás da depressão por muito tempo.

O que provoca a depressão nas crianças?

A química do cérebro, a biologia, as experiências de vida, a saúde física… Muitos fatores levam à depressão. Mas nas crianças há um fator que as torna mais vulneráveis: sua imaturidade para o controle das emoções.

Fatores de risco associados:

  • O meio (social e familiar).
  • A predisposição genética. Estudos clínicos comprovaram que filhos de pais com depressão têm quatro vezes mais chances de também serem diagnosticados com essa doença.

Crianças criadas em lares disfuncionais também têm mais chances, assim como aquelas que receberam uma educação inadequada.

Uma criança que não tolera as frustrações ou que se acostuma a exigir recompensas pelos seus atos pode ter depressão em algum momento. Por outro lado, crianças que são maltratadas ou abusadas, ou que enfrentam uma perda, também são propensas a ter depressão.

Como determinar se uma criança está deprimida?

A depressão nas crianças pode ter evidências clínicas e emocionais. A tristeza é uma delas, mas não é a mais significativa.

Fala-se de um quadro de depressão quando por mais de 2 semanas consecutivas (e sem efeito de nenhuma substância) se apresentam um ou vários dos seguintes sintomas:

  • Sentimentos de culpa.
  • Hostilidade, irritabilidade ou raiva.
  • Intenções ou ideias autodestrutivas.
  • Doenças físicas sem explicação médica.
  • Alterações no peso sem causa aparente.
  • Sentimento de vazio, desesperança.
  • Agitação ou inibição da atividade psicomotora.
  • Problemas do sono ou dificuldade para se concentrar.
  • Apatia, solidão, negatividade, tendência aos choros ou aos gritos.
  • Incapacidade de se divertir na escola ou nos dias de lazer.
  • Desânimo, falta de energia, não querer conversar, baixo rendimento escolar.

Os bebês também ficam deprimidos

depressão nas crianças

O organismo dos bebês vem preparado com competências motoras, afetivas e sensoriais que os ajudam a processar a informação que recebem.

Quando chegam ao mundo, os bebês buscam se apegar às pessoas que lhes proporcionam abrigo e sobrevivência. Eles se sentem mais felizes à medida que seus vínculos se tornam mais satisfatórios.

Se, longe de receberem amor, encontrarem rejeição e ausência de afeto (especialmente da mãe), a depressão vai se fazer presente. Como? Com apatia, inibição ao choro, ausência de risadas, falta de resposta aos estímulos e apego aos desconhecidos.

Se uma criança de oito meses prefere ficar no colo de um desconhecido do que no colo dos pais, alguma coisa estranha está acontecendo. A mesma coisa acontece se o bebê se mostra quieto, sem vontade de explorar o mundo que o rodeia ou, pior ainda, com atrasos no desenvolvimento.

Se aos 17-18 meses ainda não anda ou se aos 2 anos ainda não disse uma palavra, também pode estar deprimido. Normalmente essa situação está relacionada com pais deprimidos.

Como diagnosticar e tratar a depressão nas crianças?

depressão nas crianças

Não há um método específico para identificar a depressão nas crianças. As conversas, os questionários e as consultas com profissionais da saúde mental vão permitir estabelecer um diagnóstico. Existem estratégias adequadas para cada idade.

Os tratamentos devem ser individualizados, adaptados à fase do crescimento, aos seus comportamentos, ao seu amadurecimento afetivo e ao seu funcionamento cognitivo.

Existem terapias dinâmicas e sistêmicas para identificar parâmetros patológicos de interação. E, a partir de então, serão escolhidas as técnicas adequadas para enfrentar a situação. Em algumas circunstâncias elas podem ser acompanhadas por medicamentos.

A compreensão dos adultos é essencial. O carinho, o respeito e o estímulo às relações sociais com crianças da mesma idade são fundamentais.


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