Ensine sua filha que ela não precisa ser uma princesa

Ensine sua filha que ela não precisa ser uma princesa
María Alejandra Castro Arbeláez

Revisado e aprovado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Última atualização: 27 dezembro, 2022

Mostrar à sua filha que ela não precisa ser uma princesa é tão positivo quanto evitar que ela se transforme em uma pessoa seca e rude.

Por que criamos nossas filhas como princesas?

Muitas vezes temos como se fosse um chip de criação, um padrão aprendido que perpetuamos ao longo do tempo e que seguimos sem perceber. Esse padrão pode nos influenciar a criar nossas filhas como princesas.

A maioria de nós mulheres sonhamos em ter uma menina nos nossos braços. Muitas de nós nos acostumamos a brincar de bonecas e agora que tivemos uma filha sentimos que nosso bebê é como se fosse uma boneca de verdade.

O papai que sempre quis ter um menino para jogar futebol com ele não conseguirá resistir aos encantos e à doçura de uma menina que o ama e o procura.

A essa circunstância se soma à necessidade de que seus filhos tenham uma vida melhor que a sua. Por isso é bastante natural que você dê o melhor que puder materialmente. Isso pode fazer com que sua filha se transforme em uma princesa.

Outra interpretação é ter “uma filha princesa” é não ensinar a ela deveres e responsabilidades. Essa situação é muito mais prejudicial, pois é provável que ela no futuro não saiba resolver problemas práticos da própria vida adulta.

O outro lado da moeda poderia ser uma menina que vai se transformar em uma mulher seca, rude e de comportamento muito masculinizado. Assim como aconteceu com muitas de nós mulheres, que precisam lidar com ambientes que tradicionalmente foram dominados por homens.

Mas, na minha opinião, os extremos não são bons. Certamente sua filha não precisa ser uma princesa, mas também não precisa ser uma mulher vulgar nem grosseira. O segredo da vida está no equilíbrio, o qual se atinge a partir dos próprios questionamentos, criando uma filha de maneira consciente.

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Princesa equilibrada

Uma mulher deve ser firme, mas doce. Você deve criar sua filha para que ela seja assim. Ela deve ser capaz de tomar decisões com firmeza, resolver os próprios problemas materiais e ter equilíbrio emocional.

Os filhos são o reflexo dos pais. Não se esqueça disso. Se você quer ensinar à sua filha que não há motivos para ser uma princesa, primeiro você mesma deve acreditar nisso.

O fato de não ser um princesa não quer dizer que ela não vai frequentar a melhor escola que você puder pagar ou que não vai ter o melhor que puder oferecer economicamente, mas sim se trata de uma questão de atitude.

Precisamos aceitar o seguinte fato: atualmente somos muito influenciados pela televisão ou por outros meios de comunicação em massa. Por exemplo, o tema do aniversário da nossa filha sempre é das princesas da Disney. Ou, quando aos quinze anos dela, queremos fazer uma festa ao melhor estilo Sweet Sixteen. Sem perceber, passamos à nossa filha a imagem de que ser princesa é o modelo que deve ser seguido.

De acordo com um artigo publicado em um site mexicano de notícias, na lógica da Disney, as mulheres adultas, com vinte ou trinta anos, de personalidade forte, inteligentes e assumindo posições de poder simplesmente não existem.

Não se trata de estigmatizar as “princesas” dos desenhos animados, você pode usá-las como exemplo às vezes. Mas também deve oferecer à sua filha, na medida das suas possibilidades, ferramentas para que ela possa se conhecer melhor e se desenvolver. E, em seguida, potencializar o melhor da própria personalidade, que é única.

“Uma mulher original não e aquela que não imita ninguém e sim aquela que ninguém pode imitar”.

-María Félix-

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Princesas livres

Para a psicóloga Mireia Trias Folch devemos deixar nossas filhas brincar de princesas porque essa brincadeira ajuda a amadurecer. “Quando uma menina brinca de princesa, ela inventa como se fosse uma história, fala dela mesma, dos seus desejos e medos. Ela organiza um relato e, assim, confere sentido à própria existência”.

Para a antropóloga Apen Ruiz, coibir a brincadeira parece ser contraproducente. “Alguns estudos mostram que se as mães são contrárias ao desejo das filhas de querer ser uma princesa, as meninas podem interpretar essa recusa como “minha mãe não quer que eu seja uma menina” porque para ela ser menina está associado ao papel de uma princesa”.

Ela acrescenta que outros estudos demonstram que as meninas reinventam os papéis ao brincar de princesas. Dessa forma, elas consomem esse produto, mas não de forma passiva.

A jornalista Marta Selva também opina que “é preciso frear a invasão das princesas, mas não de maneira coercitiva”.  O problema não é as meninas brincarem de princesa, mas sim os milhares de produtos que são vendidos para que elas façam isso.

Em uma visita ao blog elpais.com encontramos o seguinte: A sociedade condiciona as meninas a serem princesas ou rainhas. Entretanto o sapo da realidade não se demora a beijá-las. Assim, uma grande porcentagem delas engrossam as filas de desemprego, se transformam em meros objetos de desejo ou, em alguns casos, em vítimas da violência de gênero.


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