Como ensino ao meu filho o que é o perigo?

Como ensino ao meu filho o que é o perigo?
María Alejandra Castro Arbeláez

Revisado e aprovado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Quando uma criança começa a se locomover, seja por meio da utilização do andador, seja engatinhando ou dando os primeiros passos, começa a aparecer o inimigo de toda mãe: o Perigo. Com ele vêm as preocupações, os sustos e os infortúnios.

Não é muito difícil ver pais e mães correndo atrás de seus filhos, exercendo uma perseguição contínua a fim de salvar esses mini kamikazes de qualquer tipo de acidentes ou quedas, devido à lentidão dos movimentos iniciais. Contra qualquer preocupação materna os pequenos não conseguem perceber o perigo.

É completamente compreensível levando em consideração que a curiosidade e a ânsia deles de descobrir o mundo são mais fortes que os medos e a falta de firmeza motora. Para eles vale mais a pena se arriscar para conhecer e brincar.

Por isso mesmo acaba sendo fundamental não somente proteger o pequeno de possíveis acidentes e guiá-lo frente a situações perigosas, mas também ensinar a ele o que é o perigo. No entanto, como fazer com que o pequeno entenda essa noção. Descubra nesse artigo.

perigo

Por que meu filho não entende o que é o perigo?

De acordo com a visão dos psicólogos, as primeiras estruturas desenvolvidas no cérebro são as emocionais, as afetivas, as sensoriais, as motoras, etc… E mesmo que a interiorização de regras, o conceito de perigo, a abstração e o comportamento comecem a se desenvolver quando as crianças são pequenas o processo todo termina somente aos 18 anos.

Aqui vale ressaltar que entre os 10 e os 12 anos por meio do pensamento abstrato a criança já possui a capacidade de prever o risco. Mas isso sempre vai depender do ambiente, da educação recebida e, pontualmente, da informação que se oferece à criança a respeito dos perigos da vida cotidiana.

Ensinar o perigo não é semear o medo

Às vezes é impossível evitar o perigo em crianças que possuem uma energia inesgotável. Há crianças que apresentam motivações alimentadas pela curiosidade voraz e pelo domínio de atividades psicomotoras. Por isso, parecem surpreendentemente seduzidas pelo risco e pelo difícil.

Por isso, o ideal seria ficar atenta para se antecipar ao que poderia ocorrer, a fim de evitar acidentes ou sustos desnecessários. Isso implica cuidar do seu filho o dia todo e evitar que ele fique sozinho. Quando o perigo aparece, aproveite a oportunidade para explicar ao seu filho onde está e o que pode acontecer.

Não se trata de aterrorizar o pequeno. Mas não é ruim ensinar algumas regras básicas de segurança para que ele mesmo compreenda as consequências nesses casos e aprenda a se manter longe do perigo. Tenha paciência porque mesmo que seu filho não fale, ele entende e, com alguma insistência, dará bons frutos.

Por outro lado, outras mães escolhem adaptar a casa com medidas de segurança à prova de crianças. Fechos de segurança em janelas, cerca para escadas e terraços, protetores para tomadas e quinas são alguns métodos.

E se você guardasse os produtos de higiene e limpeza em um local trancado? Da mesma forma, para evitar o perigo você pode tirar os obstáculos do caminho do bebê dentro da casa. Mesmo que essas medidas não garantam 100% a possibilidade de batidas ou um corpo sem marcas roxas.

Muita atenção! Na ânsia de cuidar do seu filho você não deve se transformar em uma mãe superprotetora. Pois as crianças devem aprender por si mesmas e não serem limitadas por um cuidado materno excessivo. Evidentemente, todas essas dicas não têm o objetivo de fazer com que a criança seja mais audaciosa ou temerosa. Mas sim precavida.

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Com o crescimento, chega a noção de perigo

Quando a criança chega aos 5 ou 6 anos de idade ela adquire um maior conhecimento do mundo e dos riscos que a cercam.  Esse entendimento do perigo começa a ser desenvolvido a partir de experiências infelizes como uma queda e sua associação com a dor. Ou quando as crianças acham que estão perdidas e experimentam sentimentos de ansiedade.

Por isso os especialistas acreditam que a criança não entende que algo seja perigoso até chegar a idades mais avançadas. Inclusive, eles afirmam que elas evitam atividades perigosas não porque sabem o que é o perigo, mas porque não querem experimentar a dor de novo.

Os lóbulos frontais e a capacidade de inibição dos impulsos se desenvolvem entre os 10 e os 12 anos. Eles dão origem ao conhecimento de conceitos mais abstratos. E, com eles, a ideia de perigo por meio de uma inteligência prática.

Os especialistas concordam que a melhor forma de fazer as crianças assimilarem esses conceitos e essas noções é utilizando-se de explicações claras e breves. Não por meio de diálogos longos, entediantes e exagerados. Dessa forma, deve-se apostar em brincadeiras e símbolos.

Dessa forma, para conseguir mostrar possíveis consequências, sem alarmar as crianças, outra estratégia é utilizar exemplos em cantigas, histórias e programas de televisão. Essas atividades sempre possuem uma moral da história baseada na realidade, com a qual a criança pode interiorizar esses sentimentos alheios, mas familiares.

Como ensino ao meu filho o que é o perigo?

De acordo com os profissionais de saúde mental os nenéns precisam conhecer o mundo por si mesmos, enquanto os pais devem se limitar a agir como suporte, minimizando os riscos e evitando os acidentes. Para isso, apresentamos essa lista de orientação:

  • Ensine seu filho a manter a calma.
  • Alimente a confiança em si mesmo para que seu pequeno explore o ambiente com seus próprios meios.
  • Explique a ele o significado de perigo.
  • Mostre as consequências dos comportamentos.
  • Explique com exemplos claros como evitar os perigos.
  • Utilize brincadeiras e fábulas para mostrar o que pode ser perigoso.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.