Como lidar com crianças que batem e mordem?

Como lidar com crianças que batem e mordem?

Última atualização: 13 outubro, 2017

Por que existem crianças que batem em outras? Como lidar com crianças que batem e mordem? Essas perguntas surgem com frequência na mente de muitos pais e mães preocupados com as reações aparentemente agressivas dos seus filhos.

A agressividade nas crianças

A primeira coisa que é preciso destacar é que essa agressividade é natural e normal nas crianças. É uma agressividade instrumental, pois a criança tem um objetivo: obter algo que deseja. Por exemplo, se uma criança quiser um brinquedo que está com outra, ela vai bater, morder ou empurrar para conseguir. Sua intenção não é machucar a outra criança, mas pegar o brinquedo.

A criança pequena ainda não tem um domínio completo das habilidades linguísticas. Essa condição se une ao fato de que ela vive uma fase do seu desenvolvimento que está focado nela mesma. Essa fase é chamada de estágio egocêntrico e a impede de atender as necessidades dos outros.

Para comunicar o que deseja e o que sente a criança vai testando diferentes mecanismos. Mas alguns desses mecanismos não são adequados para uma convivência feliz. Quando a criança não sabe outra forma, ela se comunica batendo e mordendo.

Saber como agir com crianças que batem e mordem é muito importante para promover um desenvolvimento emocional saudável. Essa é a perspectiva na qual o adulto vai se posicionar para ensinar à criança que bate como se socializar, e como comunicar seus desejos.

menino empurrando outro com muita raiva
Foto cortesia de educapeques.com

Sugestões para lidar com crianças que batem e mordem

No momento em que ocorre o episódio agressivo é preciso agir. O adulto responsável – o professor, a mãe, o pai, a babá – vai tranquilizar a criança e conversar com ela. Vai fazer ela saber que entende o que aconteceu, e que sua atitude foi inadequada.

Se a criança não for capaz de comunicar suas emoções com palavras o adulto vai fazer isso por ela. É nesse momento em que você diz frases como: “Você está bravo, não é?”. Dessa maneira, a criança vai se sentir compreendida. Em seguida, virá a consequência. O adulto vai dizer claramente: “Você não deve bater nem morder ninguém, porque isso machuca”.

Reparações e penitências

Assim que a criança estiver mais tranquila, ela vai precisar entender que sua reação merece uma penitência, ou uma ação reparadora: “Eu entendo que você se comportou errado porque seu colega não deu o que você queria. O problema é que não se deve bater nem morder ninguém. Nós vamos chamar seu colega, e você vai pedir desculpas”.

Ensinamentos adequados

  • Um passo muito importante que não deve ser omitido é ensinar para a criança que existem vias alternativas para expressar seu desejo: “Quando você quiser alguma coisa deve dizer com palavras, gentilmente”. Trata-se de fazer a criança entender que existem outras formas de comunicar sua irritação e seus desejos.
  • É o momento oportuno também para estimular o aprendizado da espera e da paciência. “Se outra criança estiver brincando com esse brinquedo que você quer, você pode esperar que ela termine para poder brincar”.
menino mordendo o pai

Alguns “não” para ter em mente

  • Quando se intervém na situação de uma criança que reage com agressividade, o adulto deve controlar suas emoções. Isso envolve principalmente não gritar, nem ficar bravo. Se o adulto agir com violência, a criança aprenderá violência.
  • Pressionados, e constantemente apressados pelo ritmo da vida atual, muitos pais tendem a deixar passar alguns episódios quando as crianças batem. É bastante frequente que, para acalmar rapidamente a raiva do pequeno, o papai ou a mamãe se deixem manipular e concedam o que a criança quer.  Esse é um grave erro, pois a criança vai se acostumar à ideia de que com comportamentos agressivos pode conseguir o que deseja. Não ceder às exigências caprichosas leva mais tempo e dedicação. Mas é a atitude adequada para educar crianças que batem.

Cuidar da educação emocional

Um desenvolvimento emocional correto precisa de modelo e intervenção dos adultos. A educação emocional é um aspecto fundamental na educação infantil. E isso vai permitir à criança conquistar o nível adequado de inteligência emocional. Um ambiente acolhedor e emocionalmente equilibrado é a base. A criança aprende com modelos, e sua família sempre é o modelo principal. O pequeno passa várias horas na escola, portanto é preciso exigir um clima favorável e sem violência.

Desenvolver as habilidades emocionais vai permitir que as crianças que batem e mordem superem essa etapa. Elas poderão assimilar e compreender as emoções próprias e as dos demais, além de adquirir as habilidades necessárias para controlar seus próprios estados de espírito. Sua integração na sociedade vai depender, em grande medida, desse fator.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.



Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.