Mãe, obrigada pelo que você me disse e eu não queria ouvir

Dizer obrigada é pouco se eu levar em consideração tudo o que você fez por mim ao longo da vida. Você não não se preocupou com as oportunidades profissionais e pessoais que deixaria para trás para se dedicar inteiramente à minha criação.
Mãe, obrigada pelo que você me disse e eu não queria ouvir

Escrito por Equipo Editorial

Última atualização: 12 setembro, 2018

A minha gratidão é pouca se comparada a todos os conselhos que você me deu mas que, naquele momento, eu não queria ouvir.

Obrigada, mãe, mil vezes obrigada por ter encaminhado essa criatura teimosa, que poderia ter alcançado prêmios maiores se tivesse te ouvido a tempo. Mas, ainda assim, uma criatura que é extremamente feliz pelas conquistas que, com sua ajuda, pôde conseguir.

As coisas que você me dizia e eu não queria ouvir

Lembro que, durante minha infância, não foram poucas as horas que você se sentou ao meu lado para conversar sobre meus medos, problemas, necessidades e dúvidas que, por ser pequena, me surgiam.

não queria ouvir

Em cada conversa, você tinha um conselho para me dar. Você me conhecia e sabia o que dizer no momento exato.

Lembro também que, na maioria das vezes, meus sonhos e desejos eram contrários ao que você queria. A educação que você estava me dando e as experiências que você relatava dos outros eram para que eu compreendesse as consequências de meus atos.

Mas, claro, aquela menina de 14 anos, que estava entrando na adolescência, não queria dar importância ao que sua mãe dizia. Ela era muito “madura”, a ponto de saber o que queria e tomar suas próprias decisões.

Sim, já faz 20 anos que você me disse tudo o que eu não queria ouvir:

Pare de perder tempo com suas amigas e se dedique mais aos estudos

Prepare-se para o futuro que ele vem com tudo. Entre na universidade para que você se forme. Qualquer uma que você escolher eu vou te apoiar.

Só quero que você, minha filha, tenha mais oportunidades de trabalho do que as que eu tive, que você cresça profissionalmente e seja uma mulher preparada.

não queria ouvir

O momento de ter namorado vai chegar quando você crescer

Agora que lembro dessas palavras, penso que qualquer pessoa que tivesse te escutado naquele momento, acreditaria que você me aconselhava mal. No entanto, você, como sempre previa, estava certa. Eu e muitas outras meninas da minha idade com apenas 14 anos já estávamos nos apaixonando.

Sonhávamos com os rapazes mais velhos, mas independentes e, principalmente, os que mais se destacavam. Você sabia do que estava falando.

Escolha bem suas amizades. Quem você considera uma amiga talvez não seja realmente

Que raiva eu sentia de você quando criticava minhas amigas e me dizia que eu não devia estar com elas, ouvi-las e mais ainda, contar-lhes meus segredos.

Nesses momentos, eu sentia um desejo imenso de sair de casa e ir morar com qualquer um.

Ainda bem que não fiz isso. Caso contrário, nunca teria tido a oportunidade de perceber que você tinha razão.

Mãe, hoje posso te agradecer por tudo o que você me disse e eu não queria ouvir

“Eu te amo mais que ninguém no mundo. Tudo o que eu te digo e faço é pelo seu bem”. “Se você me ouvir chegará longe. Lembre-se de que eu sou a voz da experiência, e já passei por tudo o que você está passando agora”.

Mãe, hoje posso te dizer obrigada por tudo o que você me disse e eu não queria ouvir. Também por suas exigências e até os castigos morais que você me deu.

não queria ouvir

Todos eles me fizeram raciocinar, deixar para trás a adolescência tão teimosa que eu tive e te dar ouvidos.

A você, devo meu título universitário. E te digo mais, esse título deveria ter seu nome escrito nele também.

Tenho que te agradecer pela vida confortável que eu tenho. Certamente, somente com o trabalho que consegui com esforço é que posso aproveitar minha família, minha liberdade financeira e o tempo livre que eu tenho.

Você é responsável pelo casamento sólido que eu tenho porque você soube me educar com base no amor, na confiança e no respeito: valores que sustentam minha educação.

Você me disse mil vezes sobre o amor de mãe. Mas somente hoje, quando me vejo criando um bebê, percebo o que isso significa na verdade.

Talvez minha filha, durante a adolescência, não me dê as dores de cabeça que eu te dei na minha. Mas se assim for, terei a paciência e a coragem necessárias para aconselhá-la também.

Felizmente, espero poder contar com sua ajuda para não enfrentar sozinha essa luta. Mas, hoje, só quero te dizer obrigada por tudo o que você fez e faz por mim.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Bowlby, J. (1986). Vínculos afectivos: formación, desarrollo y pérdida. Madrid: Morata.
  • Bowlby, J. (1995). Teoría del apego. Lebovici, Weil-HalpernF.
  • Garrido-Rojas, L. (2006). Apego, emoción y regulación emocional. Implicaciones para la salud. Revista latinoamericana de psicología, 38(3), 493-507. https://www.redalyc.org/pdf/805/80538304.pdf
  • Marrone, M., Diamond, N., Juri, L., & Bleichmar, H. (2001). La teoría del apego: un enfoque actual. Madrid: Psimática.
  • Moneta, M. (2003). El Apego. Aspectos clínicos y psicobiológicos de la díada madre-hijo. Santiago: Cuatro Vientos.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.