Não quero rótulos, quero ser uma criança saudável e feliz

Não quero rótulos, quero ser uma criança saudável e feliz
María Alejandra Castro Arbeláez

Escrito e verificado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Última atualização: 03 abril, 2017

Não quero rótulos, mas simplesmente ser uma criança saudável e feliz. Para você que busca me colocar dentro de uma caixinha definidora, talvez seja barulhento, revoltado, irrequieto. Mas é isso mesmo que me torna uma criatura plena, inteligente, aventureira e exploradora.

Minha intenção também não é deixar você impaciente, incomodado nem interromper seu trabalho. Preciso que me dê a metade da atenção e importância que dá a esse plano de vida, pois seu amor e estímulo, são essenciais para o meu desenvolvimento físico e mental.

Mamãe, não deixe que eu seja colocado em uma caixinha; que seja marcado e definido por quem desconhece o desenvolvimento infantil. Não caia nessa armadilha pouco favorável para minha personalidade, segurança e autoestima. Pense que talvez isso que incomode, é pura e exclusivamente pelo meu bem.

Não quero rótulos para mim, não preciso disso, pois não me ajudam em nada a crescer como deveria. Você também não deve deixar que a sociedade imprima em mim uma imagem própria que é falsa. Não pretendo assumir um papel que não me pertence e que quem sabe, inclusive, faça mal a mim e aos demais.

Não quero rótulos, quero tempo

Mediante frases e palavras cruéis, dirão que somos crianças muito agitadas. Vão sugerir que sejamos tratados por causa da nossa timidez. Vão afirmar também que não somos bem criados por cheirar e julgar a comida. Recomendarão terapia para os que ainda se expressem por meio do choro.

No entanto, mamãezinha, eles estão errados. Peço que você não erre também ao compartilhar desse pensamento social. Somos simplesmente seres únicos e maravilhosos que vem ao mundo para aprender e ensinar também. Somos esse vaso, que, com o passar dos anos, os adultos moldam e preenchem com conteúdo de todo tipo.

Sei que é difícil compreender os motivos pelos quais não quero beijar o meu tio, ou não possa terminar de comer meu prato de comida. Pedem que eu faça coisas “bem feitas”, quando acho que estou agindo corretamente. Apenas respeito minha maneira e meu ritmo.

Às vezes, penso que são vocês, “os maiores”, os que se confundem. Pode ser que não saibam lidar com nossa espontaneidade, mas, por quê? Por acaso não respeitaram você, quando tinha a minha idade? Se foi assim, não repita comigo os erros que cometeram com você.

Não quero rótulos,;nós crianças felizes e saudáveis somos assim. Não reprima minha agitação, isso pode nos custar caro. Reações por meio de gritos ou batidas, insegurança, falta de concentração, e baixa autoestima são o preço dessas marcas sociais.

Proteja-me, evite que me critiquem, julguem, ou me questionem. Preciso me sentir amparado, atendido. Desejo seu tempo e seu amor. Não quero rótulos, almejo profundamente brincadeiras, beijos e carícias. É mentira que sou uma criança exigente demais, apenas sou uma criança que te ama.

Como criança não quero rótulos, mas uma conexão com meus papais

Preciso do seu olhar, sua presença e atenção. Trata-se de se conectar, de sentir empatia um pelo outro. Missões que, com a ajuda da paciência, da dedicação, e do amor serão cumpridas facilmente. Não me interprete pelo coração, se junte a mim pelo coração.

Evite as suposições e venha a caminho das satisfações. Não quero rótulos, julgamentos, comparações nem tudo aquilo que tanto me dói. Hiperativos, hipersensíveis, antipáticos antissociais e agressivos. Todas nós, crianças, somos diferentes, temos necessidades, interesses e ritmos muito diferentes.

Sonho em ser uma criança livre e aceita, mas não marcada por essa sociedade “adulta”. Uma sociedade que esquece o frescor e a espontaneidade da criança. Pede definitivamente que eu seja um adulto, em um corpo de um menino. Se cansam de me reprimir de mil maneiras.

Talvez apenas se trate de mudar a lente com a qual observam nosso comportamento. Mamãe, não preciso que me corrija, mas que me entenda e acompanhe. Não acredito ser um problema nem penso em responsabilizar você de nada. Entre ambos podemos seguir em frente, como se deve fazer.

Mamãe, entenda isso: não quero rótulos. Aceite-me como sou, com o bom o aquilo que você ache errado, ou que desagrade você. Com o que idealizou para mim e com o que rompeu com o modelo de criação. Aproveite as minhas virtudes e, simplesmente, conecte-se com o que você considera meus defeitos.


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  • Corkille Briggs, D. (1994). El niño feliz. Su clave psicológica, 25.
  • Biddulph, S. (1996). El secreto del niño feliz: una guía imprescindible para padres y educadores. Edaf.
  • Hogg, T. (2005). El secreto de educar niños felices y seguros. Editorial Norma.

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