Como tratar a ansiedade do seu filho?

Como tratar a ansiedade do seu filho?
Ana Couñago

Escrito e verificado por a psicóloga Ana Couñago.

Última atualização: 29 janeiro, 2017

A ansiedade pode se desenvolver nas crianças devido a múltiplos fatores; é possível que ela seja transmitida pelos adultos e também pode ser um resultado de situações preocupantes para a criança, mesmo que aparentemente possam parecer quotidianas. No entanto, existem alguns tipos de ansiedade determinados por um problema clínico, associados ao espectro TAG ou Transtorno de Ansiedade Generalizada.

Até que ponto a ansiedade se torna preocupante?

Em termos gerais, a ansiedade pode ser normal e até saudável, porque é uma manifestação emocional própria dos seres humanos. Essa emoção é a resposta a situações que requerem atenção, preocupações mais ou menos explicáveis, momentos importantes da vida ou esperas prolongadas.

Pode-se dizer que muitas vezes o fato de estar ansiosos nos dá um impulso para realizar coisas que em outros casos seria difícil para nós fazermos. Do mesmo modo, pode estar acompanhada por um sentimento positivo que permite um equilíbrio com o contexto particular que estejamos vivenciando.

Entretanto, existe uma ansiedade do tipo patológico que pode piorar as coisas; por exemplo, nos limita a agir ou nos fecha em certos parâmetros. Essa emoção é uma característica clara da maioria das doenças mentais, e que pode aparecer tanto em crianças quanto em adultos.

Nesse sentido, de acordo com a sua apresentação clínica, existem situações que devem nos preocupar se notarmos que de alguma maneira estão afetando os nossos filhos. Embora não consigamos perceber a princípio, existem momentos que determinam a aparição da ansiedade nas crianças conforme a sua idade.

As principais causas do aparecimento da ansiedade estão relacionadas com algum tipo de separação, o início da fase escolar ou a adolescência. As formas em que se apresenta podem ser:

  • Somatização. Ela pode apresentar sintomas físicos devido à ansiedade, é comum em crianças muito pequenas. No caso dos adolescentes ou crianças maiores as somatizações são de tipo mental.
  • Fobias. É mais comum em crianças em idade escolar, pode se manifestar através do medo de se relacionar socialmente, também na forma da agorafobia e temores específicos da atividade acadêmica.
  • Transtorno Obsessivo Compulsivo. Também conhecido como TOC, é um transtorno que aprece na adolescência, embora em alguns casos possa aparecer em idades anteriores. Os sintomas do TOC, nesse caso, são gerados pelo aparecimento prévio da ansiedade.
  • Transtorno Hipocondríaco. Pode surgir em qualquer idade e é provocado por crises de ansiedade extremas ou casos de estresse pós-traumático.

Como se manifesta a ansiedade?

Não se trata de uma situação provocada pela criança, mas sim de algo que ela não pode controlar e que se manifesta através de elementos facilmente comprováveis. O mais comum é que se manifeste através do mal-estar físico e em muitos casos também emocional ou mental.

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Cada criança pode apresentar sintomas diferentes que, inclusive, podem variar com o tempo. Além disso, pode-se distinguir a predominância de algum dos sintomas. Os mais frequentes são:

  • Enjoo
  • Falta de concentração
  • Taquicardia
  • Estados depressivos
  • Tremores
  • Palidez
  • Sudorese
  • Incapacidade para realizar ações, como ler ou pensar
  • Inquietação
  • Dor abdominal, de cabeça, entre outras
  • Mudanças de humor
  • Irritabilidade
  • Vermelhidão
  • Problemas para respirar
  • Choro
  • Negatividade e incômodo porque se nota o seu sofrimento
  • Retrocesso em situações, como voltar a urinar na cama ou voltar a beber na mamadeira.

Como ajudar o seu filho com ansiedade?

É possível que a ansiedade que seu filho apresenta seja na verdade um reflexo do que você está manifestando, razão pela qual, a principal maneira de ajudá-lo é controlando a nossa própria preocupação. Quando se trata do Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é importante que ele seja ajudado por especialistas, que recomendam o seguinte procedimento.

  • É inevitável que exista um processo psicoeducativo, visando que o paciente e a família estejam familiarizadas com o problema. Isso inclui fornecer a informação necessária, para que exista um fundamento cognitivo das características do Transtorno de Ansiedade Generalizada.
  • Recomenda-se que além dos conhecimentos sobre o tema também conheçam o procedimento para agir em casos de crises e como tratá-los de forma geral.
  • Evitar, na medida do possível, que a criança seja testemunha da ansiedade de outras pessoas ou esteja em contato com situações de estresse.
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  • Convide-o a expressar suas emoções e a exteriorizar os seus sentimentos diante de alguma situação em particular.
  • Realize com seu filho uma atividade que ele goste, algo que o distraia sem imposições nem medos.
  • Ajude-o a respirar com calma e evite sermões em momentos de crises.
  • É recomendável procurar a psicoterapia de acordo com o caso; para isso é importante escolher o terapeuta correto e nos certificarmos que haja uma melhora a curto-prazo.
  • Se for necessário, os especialistas poderão indicar o uso de remédios. Nesse sentido, é muito importante que você deixe o tratamento nas mãos dos especialistas, já que serão eles que irão decidir o momento do início e o do fim da medicação.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.