Fases do tratamento ortodôntico em crianças

Na realização do tratamento ortodôntico em crianças, diferentes fases podem ser distinguidas. Cada momento é de extrema importância. Saiba mais a seguir.
Fases do tratamento ortodôntico em crianças
Vanesa Evangelina Buffa

Escrito e verificado por a dentista Vanesa Evangelina Buffa.

Última atualização: 04 abril, 2024

O tratamento ortodôntico em crianças pode ser dividido em diferentes fases, dependendo da idade da criança e do objetivo a ser perseguido. Essas fases representam momentos críticos no processo ortodôntico e podem determinar o sucesso do tratamento em crianças.

A intervenção precoce é essencial, pois quanto mais cedo agir, melhores resultados obterá e mais simples e rápidos serão os procedimentos. Neste artigo, exploraremos detalhadamente as principais fases do tratamento ortodôntico para crianças, fornecendo informações valiosas sobre cada etapa e sua importância no desenvolvimento de um sorriso saudável e bem alinhado.

Tratamento ortodôntico em crianças

Os tratamentos ortodônticos permitem que os maxilares ou os dentes sejam mobilizados para alcançar uma relação harmoniosa e equilibrada entre as estruturas orais. Com isso, é possível que a boca possa cumprir suas funções normalmente e, ao mesmo tempo, ter um aspecto estético.

Os tratamentos ortodônticos durante a infância aproveitam a fase de crescimento da criança para orientar e posicionar os maxilares e os dentes no seu local correto. Dessa forma, uma mordida funcional é gerada desde cedo. Com isso, grandes complicações são evitadas no futuro.

O ideal é iniciar a ortodontia assim que forem detectadas alterações na boca das crianças. Em termos gerais, sugere-se iniciar as terapias por volta dos 6 anos de idade.

Esses tipos de tratamentos precoces são chamados de “ortodontia interceptativa”, que é uma abordagem ortodôntica projetada para estimular e promover o desenvolvimento ideal da maxila e da mandíbula.

Segundo artigo de revisão publicado na Revista Reciamuc, essas abordagens buscam prevenir e corrigir problemas de oclusão, criando uma base adequada para o desenvolvimento normal da mandíbula e a erupção dos dentes permanentes.

É assim que a ortodontia infantil permite tratar e corrigir precocemente diversas condições de mordida. Dentes apinhados, dentes tortos, mordidas abertas, mordidas cruzadas, sobremordidas, palatos estreitos e hábitos orais disfuncionais podem se resolver durante a infância.

Fases da ortodontia em crianças

O processo de correção da mordida na infância é composto por vários momentos-chave para atingir seus objetivos específicos. Em termos gerais, podem distinguir-se duas fases principais da ortodontia em crianças:

  • A primeira é realizada durante a dentição mista, ou seja, enquanto a criança tem dentes de leite e permanentes na boca. Isso é entre 6 e 11 ou 12 anos de idade.
  • A segunda, que pode ou não ser necessária, é feita vários anos depois. Em geral, quando a criança finaliza a produção dos dentes permanentes.

Para determinar o melhor tratamento ortodôntico para seu filho, o ortodontista faz um estudo de caso completo. Ele usa exames orais, gesso, raios-X e fotografias para ajudar a avaliar as necessidades de seu filho. Com isso, ele planeja os procedimentos a serem realizados em cada etapa. Vamos dar uma olhada em cada fase.

Fase 1 do tratamento ortodôntico em crianças

A primeira das fases do tratamento ortodôntico em crianças corresponde à abordagem precoce dos problemas de mordida e é chamada de “ortodontia interceptativa“. É feita antes que o pequeno tenha todos os dentes permanentes na boca.

Trata-se da aplicação de medidas corretivas, tão logo seja detectada uma alteração na oclusão. Além disso, também é feita quando se presume que as condições atuais da boca do bebê desencadearão uma condição no futuro.

Os tratamentos geralmente se iniciam entre os 6 e 7 anos de idade, quando se inicia a fase da dentição mista. De qualquer forma, alguns casos merecem ser iniciados mais cedo ou mais tarde, quando o ortodontista julgar conveniente.

Os estudos publicados pela Revista Reaciamuc afirmam que os procedimentos interceptivos revertem as maloclusões ou reduzem sua gravidade. Assim, garantem a correção precoce da mordida da criança e aumentam o bem-estar social e psicológico antes da adolescência.

Com essas intervenções precoces, mais danos são evitados por meio de um tratamento simples e rápido. Os resultados obtidos com a ortodontia interceptiva podem ser capazes de evitar apinhamentos, a necessidade de extrações de dentes permanentes e até cirurgias de mandíbula.

Objetivos e tempos da ortodontia interceptiva

Durante essa fase da ortodontia, os seguintes objetivos são perseguidos.

  • Corrigir e orientar o crescimento dos maxilares: o crescimento dos ossos serve para guiá-los até que obtenham o tamanho, a forma e as relações adequadas.
  • Motivar a eliminação de hábitos nocivos: procura banir hábitos nocivos que afetem o desenvolvimento normal dos ossos ou o posicionamento dos dentes. Sucção do dedo, uso de mamadeira ou chupeta, deglutição atípica e respiração oral são alguns exemplos.

O tempo de tratamento da fase 1 da ortodontia em crianças varia entre 9 e 18 meses, dependendo da complexidade do caso. Para atingir os resultados esperados, o ortodontista utiliza diferentes tipos de aparelhos.

De acordo com uma revisão sistemática sobre os tipos de tratamentos relacionados à ortodontia interceptativa em jovens e crianças, todos os tipos de problemas esqueléticos, dentários e estéticos podem ser resolvidos na infância.

Então, ao obter a mordida desejada, segue-se um tempo de descanso. Enquanto os dentes permanentes irrompem, é preciso usar contenções que sustentem os resultados obtidos e fazer controles a cada quatro a seis meses.

Fase 2 do tratamento ortodôntico em crianças

A segunda fase do tratamento ortodôntico na infância nem sempre é necessária. Às vezes, com a primeira fase é possível resolver completamente o problema da oclusão. No entanto, em muitos casos, uma segunda fase do tratamento pode ser necessária.

Esse segundo momento envolve a colocação de um aparelho fixo ou removível que completa o processo de alinhamento da mordida. A etapa é realizada após todos os elementos definitivos irromperem na criança, por volta dos 12 anos de idade.

Caso não tenha sido possível fazer a primeira fase da ortodontia durante a infância, os aparelhos podem ser colocados nesse momento. Nesses casos, o tratamento pode demorar mais e exigir algumas etapas extras.

Em geral, nessa fase são utilizados os clássicos aparelhos fixos com brackets ou alinhadores invisíveis como o Invisalign ®. Isso vai depender das preferências da criança e das recomendações do ortodontista. Essa fase do tratamento pode durar entre 12 a 20 meses, embora varie em cada criança.

Busca-se garantir que cada dente tenha sua devida localização na boca, o que gera uma relação harmoniosa com lábios, bochechas, língua e demais dentes. Esse equilíbrio permite que a prótese funcione corretamente.

Uma vez que o ortodontista considere que os objetivos almejados foram alcançados, ele retira o aparelho da boca da criança. Para sustentar os resultados obtidos, será necessário o uso de contenções fixas ou removíveis por um tempo. Esses acessórios ajudam a manter a mordida alinhada e evitam que os dentes retornem às suas posições anteriores.



Dois momentos importantes

A fase 1 e a fase 2 da ortodontia com crianças se complementam:

  • Após a primeira fase, o pequeno já possui o espaço necessário para o correto alinhamento dos dentes definitivos. Além disso, possui adequada harmonia facial.
  • Com os aparelhos da fase 2, os resultados obtidos são aperfeiçoados. Assim, são alcançadas melhorias na funcionalidade e na estética.

Um artigo publicado no Journal of the Romanian Society of Pediatric Surgery indica que, após a primeira fase, a criança entra na segunda fase com uma situação clínica aceitável. A gravidade da má oclusão é menor e os resultados adequados são alcançados em uma idade muito mais precoce.

De sua parte, pesquisas da Universidade de Istambul sugerem que os tratamentos ortodônticos interceptativos precoces podem eliminar a necessidade de procedimentos mais complicados e caros no futuro.

A prevenção sempre será a melhor opção

As correções preventivas da primeira fase são capazes de evitar extrações de dentes permanentes ou tratamentos cirúrgicos para alinhar os maxilares. Por seu lado, a segunda fase permite uma oclusão funcional e estética.

A melhor época para corrigir problemas de mordida é a infância. Recomendamos levar seu filho ao ortodontista a partir dos 6 anos. Aplicar as fases do tratamento ortodôntico em crianças, quando adequado, evita problemas mais graves e melhora sua qualidade de vida.


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