Como orientar os adolescentes quando não sabem o que estudar

Ao orientar os adolescentes sobre qual carreira estudar, devemos acompanhá-los também no aspecto emocional. Você tem que trabalhar a paciência, a reflexão e a ideia de fracasso.
Como orientar os adolescentes quando não sabem o que estudar
Maria Fátima Seppi Vinuales

Escrito e verificado por a psicóloga Maria Fátima Seppi Vinuales.

Última atualização: 02 junho, 2023

Ao longo da nossa vida, tomamos decisões diferentes. Talvez uma das mais importantes seja escolher qual carreira seguir. Na maioria dos casos, para os jovens é quase como a primeira decisão nessa etapa rumo ao mundo adulto. Porém, não é uma questão simples: entre as próprias dúvidas e emoções, há também uma grande influência social. Vamos ver como orientar os adolescentes que não sabem o que estudar.

Siga estas dicas para orientar os adolescentes que não sabem o que estudar

Abaixo, oferecemos algumas recomendações práticas para orientar os adolescentes que não sabem o que estudar.

Consulte um profissional

Às vezes, a orientação educacional, a partir de uma abordagem mais abrangente, pode servir como uma ferramenta para que os jovens pensem em diferentes opções.

Abra um espaço de diálogo com questões amplas

Junto com o adolescente, podemos pensar naquelas coisas que ele gostava de fazer quando pequeno, nas atividades que ele gostava de praticar em seu tempo livre ou nos assuntos de conversa que chamavam sua atenção. Muitas vezes, o campo de interesse é limitado pela orientação escolar e os jovens acabam optando por disciplinas tradicionais, desconhecendo o amplo universo que existe.

Convide-o para participar de projetos e atividades

Muitos centros educacionais costumam organizar jornadas abertas para divulgar suas opções acadêmicas. Por sua vez, existem institutos que possuem projetos onde, mais do que conteúdos, buscam ensinar habilidades específicas, como planejamento ou gestão do tempo, entre outras.

Ao conversar com outros estudantes ou profissionais, o adolescente poderá ter informações sobre como o que é estudado na teoria se traduz na prática.

Recomende que o jovem converse com referências

Além de ter o programa de disciplinas das possíveis carreiras, é conveniente que o adolescente converse com alguém que já esteja internalizado com o assunto. Por exemplo, um estudante de anos avançados ou um profissional que trabalha na área.

Sugira que o jovem procure informações de diferentes fontes

É bom que o jovem recorra a fontes oficiais ou formais – como a Universidade – para ter opções concretas e uma ideia mais clara. No entanto, também pode se guiar por buscas mais informais, como acesso a blogs e fóruns de opinião.

Trabalhe em estereótipos associados a certas profissões

É muito comum pensar que meninas e mulheres têm melhor desempenho nas chamadas “disciplinas brandas”, enquanto matemática ou engenharia costumam ser reservadas aos homens. Sem dúvida, isso repercute na forma como essas mulheres se veem como capazes de atuar em determinados campos profissionais.

Conte a ele sua experiência

Falar sobre o que aconteceu conosco naquela idade ajuda a trabalhar as emoções e criar empatia com os adolescentes. Dessa forma, o jovem poderá conectar-se com o que sente e encontrar ideias e soluções, bem como ideias sobre as suas preocupações.



Muitos jovens procuram cursos de formação mais curtos para explorar o que gostam e depois optam por especializações.

Escolher no contexto atual

Essa recomendação merece uma seção especial, pois muitas vezes perdemos de vista o fato de que o contexto condiciona nossas escolhas. Há alguns anos o cenário era diferente. Por exemplo, seguiam-se as tradições familiares, as opções acadêmicas eram mais limitadas, pensar que um curso de formação de 4 ou 5 anos não era um conflito, e frequentar as aulas presenciais era um fato.

Hoje, tudo mudou. Agora, os adolescentes pensam em viajar e trabalhar de qualquer lugar do mundo. É importante levar em consideração essa mudança no cenário mundial. Além disso, ao orientar os jovens, eles também devem ser estimulados a pensar se gostariam de ter uma experiência em outro país, entre outras coisas.

Por fim, o salário também não pode ficar de fora, pois também impacta outros planos e projetos futuros que possamos ter. Nesse sentido, os adolescentes também devem ser ajudados a pensar em competitividade.


Você pode gostar de ler: 6 carreiras relacionadas a crianças


[ /atomik-read-too]

Traga tranquilidade para a tomada de decisões

Um denominador comum que deve estar presente é a tranquilidade. Em outras palavras, devemos acompanhar os jovens a tomar decisões com consciência, com reflexão e dedicar tempo para se conectar com seu propósito. No entanto, também devemos compartilhar com eles que, mesmo quando estamos convencidos de algo, pode haver cenários inesperados e as coisas podem não sair como imaginamos.

O aspecto emocional tem um papel muito importante na tomada de decisão. Nesse sentido, devemos amenizar a ideia de fracasso. Se os jovem escolher um estudo e depois não gostar, não ouvirá reprovações se desistir. Ao contrário, essa experiência deve ser valorizada como instância de aprendizado e autoconhecimento.

Por fim, ao orientar os adolescentes, devemos pensar nas crenças e preconceitos de onde falamos. Ao fazer isso, podemos descobrir que nossos conselhos são mais guiados por nossos medos e até pela ignorância.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Garduño, J. M. E. G. (2010). Los determinantes de la elección vocacional de una semiprofesión. Un estudio de estudiantes de primer ingreso a la carrera de profesor de educación primaria. Revista Latinoamericana de Estudios Educativos (México)40(1), 95-110.
  • Cantillo, A. E. C., & Rojas, J. A. N. (2005). Procesos y procedimientos de orientación vocacional/profesional/laboral desde una perspectiva sistémica. Hallazgos, (4), 144-165.
  • Borrachero Cortés, A. B., Dávila Acedo, M. A., & Airado Rodríguez, D. (2017). LA INFLUENCIA DE LAS EMOCIONES EN LA ELECCIÓN DE CARRERAS UNIVERSITARIAS. International Journal of Developmental and Educational Psychology, 2(1),125-136.[fecha de Consulta 31 de Enero de 2023]. ISSN: 0214-9877. Recuperado de: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=349853220013

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.