Meu filho adolescente não sabe qual carreira seguir

Para ajudar o adolescente na escolha da carreira, é importante facilitar as oportunidades de conversar com quem estuda ou se dedica ao que lhe interessa. Nós lhe damos algumas chaves.
Meu filho adolescente não sabe qual carreira seguir

Última atualização: 18 julho, 2022

“Mas pelo menos você consegue pensar na área?” os adultos perguntam. “Sim, eu gosto de matemática. Mas também de teatro e biologia”, respondem os jovens.

Chega o último ano da escola e muitas famílias ficam abaladas porque o filho adolescente não sabe o que estudar. Em suas respostas, há uma combinação de interesses e ideias, algumas das quais parecem incompatíveis. Sabemos que não é uma escolha fácil e, em muitos casos, é a primeira decisão importante que o jovem tomará em sua vida.

A seguir, vamos contar à você como acompanhá-lo melhor. Não deixe de ler!

Como acompanhar um adolescente que não sabe qual carreira seguir

Meu filho não quer ir para a faculdade.
Nem todos os jovens querem estudar. Alguns querem, mas não têm certeza de qual caminho seguir. Em ambos os casos, o acompanhamento e a orientação dos pais é essencial.

Algumas recomendações para acompanhar um adolescente na escolha do que estudar são as seguintes:

  • Incentive-o a pensar sobre seus interesses, sobre as atividades que ele gosta de fazer e das quais gosta. Ajude-o também a pensar sobre quais são suas habilidades para que ele possa descobrir no que é bom. Por sua vez, você pode sugerir que ele se inscreva em algumas propostas relacionadas aos seus interesses para explorar como ele se sente fazendo isso. Por fim, investigue de onde vem sua motivação, pois às vezes as escolhas têm a ver com a única coisa que se conhece e um universo de possibilidades fica de fora. As conversas são boas oportunidades para explorar ideias por trás das escolhas.
  • Instrua-o a buscar informações de diferentes fontes. O site da Universidade não é o único site válido. Também é possível consultar blogs, portais de associações profissionais, entre outros. Quanto mais diversificada a fonte, melhor. Então, você pode pedir a ele para contar sobre o que leu e o que ele pensa sobre isso. Dessa forma, você poderá orientá-lo e esclarecer algumas dúvidas.
  • Ofereça a ele uma visão ampliada do que é a profissão e o trabalho. Os jovens não devem pensar nas carreiras em termos absolutos ou exclusivos, como diversão versus ganhar dinheiro. Devemos buscar conciliar as duas ideias, pois caso contrário acabaremos romantizando ou demonizando determinadas situações. Compartilhe suas próprias experiências, à luz de sucessos e fracassos, para transmitir imagens realistas.
  • Sugira conversar com estudantes, profissionais atuantes e, se possível, profissionais já aposentados. Dessa forma, seu filho poderá ter diferentes perspectivas sobre a profissão escolhida. Ou seja, uma visão realista e prática e não limitada ao programa acadêmico. Você também poderá obter diferentes perspectivas temporárias da profissão, que tendem a mudar de acordo com as tendências e demandas da sociedade.
  • Recomendar a participação em atividades de trabalho estudantil e programas de voluntariado. Assim, você também poderá entrar em contato com outras habilidades que são exigidas no mundo do trabalho e se orientar melhor.
  • Ofereça um espaço de compreensão e diálogo, no qual você possa deixar claro que as pessoas e as escolhas de vida mudam. É importante aproveitar esse momento para explorar e descobrir a si mesmo e também entender que um erro não é um fracasso, e sim um aprendizado.
  • Tire a pressão de ter que escolher “de uma vez por todas”. Na mesma direção do conselho anterior, é preciso saber que a conversa não se limita a um único momento, mas que o mais valioso é acompanhar as ideias e opiniões sobre o assunto.
  • Respeite seu tempo e pensamentos. Isso não significa prolongar a decisão para sempre, e sim aprender a controlar as próprias ansiedades e medos. Entenda que toda escolha exige uma busca e amadurecimento e que cada jovem tem sua singularidade e seus momentos.

Sobre o “golpe de realidade” das escolhas vocacionais e profissionais

Espera-se que um adolescente não saiba bem o que estudar quando terminar a escola. E mesmo que esteja claro para você, é normal que o caminho não seja linear ou simples.

Isso porque são múltiplos os fatores que participam da escolha e é ingênuo acreditar que se trata apenas de uma preferência. De fato, existem condições materiais que facilitam ou impedem determinados caminhos, assim como certas condições de saúde e preconceitos sociais em torno de algumas profissões.

A escolha da carreira não acontece no vácuo, pois existe um contexto que influencia, define e acompanha a decisão. É por isso que, como adultos, também devemos ser realistas e claros sobre a maneira como vamos acompanhar nossos jovens. Além dos desejos do adolescente, estão as possibilidades reais e concretas de sua família.

Se o meu filho começar a universidade, como posso ajudá-lo nesta fase?
Às vezes, as famílias podem ajudar seus filhos para estudar na universidade ou na cidade de sua escolha. Mas isso não vale para todos e parte da escolha tem de ser ajustada à realidade econômica de cada casa.

Rever nossas próprias mensagens

Além das recomendações anteriores, vale ressaltar a importância de parar um minuto para pensar no que transmitimos aos nossos filhos sobre o assunto. Ou seja, refletir sobre o que pensamos sobre as profissões, sobre o trabalho e sobre as escolhas vocacionais.

Muitas vezes, recebemos crenças e conceitos “empacotados” e os passamos adiante, sem pensar em valores e ideias subjacentes.

Também devemos ser capazes de entender que o mundo está mudando e que hoje os desafios do trabalho e as demandas profissionais são diferentes de antes. Mais do que pensar em transmitir mandatos, procuremos transmitir valores cruciais, como compromisso, responsabilidade e esforço. Valores que, a longo prazo, são os que os jovens conseguirão manter e aplicar em qualquer situação, independentemente do caminho que escolherem.


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  • Garduño, J. M. E. G. (2010). Los determinantes de la elección vocacional de una semiprofesión. Un estudio de estudiantes de primer ingreso a la carrera de profesor de educación primaria. Revista Latinoamericana de Estudios Educativos (México)40(1), 95-110.
  • Llerena Carpio, E. Y. (2019). Influencia de los padres de familia en la elección vocacional de los estudiantes del nivel secundaria de la institución educativa 40194 “Ricardo Palma” de Secocha del distrito de Mariano Nicolás Valcárcel-Camaná, Arequipa 2018.

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