A noção de independência nas crianças: como ajudar a desenvolver
Incentivar a noção de independência é benéfico durante a infância, pois será de grande ajuda para que as crianças possam enfrentar os desafios próprios da adolescência e da idade adulta.
A noção de independência nas crianças pode ser definida como a determinação que a criança possui para enfrentar diversas situações. Esse tipo de autoconfiança permite sua integração ao ambiente social de forma eficaz, mantendo sempre os princípios da formação. Ajudar a criança a canalizar e conservar ao longo do tempo essa qualidade é um dos objetivos de qualquer pai.
Porque a noção de independência é importante para as crianças?
Albert Bandura, psicólogo canadense e máximo expoente dessa teoria cognitiva afirma que a independência ajuda a superar os problemas rapidamente. Além disso, favorece o desenvolvimento de um maior interesse e motivação para a realização das tarefas habituais.
Portanto, a noção de independência nas crianças vai gerar confiança, pensamentos e comportamentos que condicionarão a visão do mundo de forma positiva.
Essa noção, por outro lado, se verá refletida nas relações familiares, no rendimento acadêmico e em sua maneira de se integrar à sociedade. Inclusive, a noção de autoeficácia nas crianças lhes permitirá aprender a reduzir o estresse diante de situações difíceis ou mesmo desafiadoras, de acordo com o que a criança possa interpretar.
Comportamento de uma criança com uma noção de independência desenvolvida
Essa qualidade se vê influenciada pela autoestima. Por isso, uma criança com uma autoestima alta gera independência e confiança em si mesma, acompanhadas pelas seguintes características:
- Enxergam as dificuldades como oportunidades para aprender.
- Sentem-se motivadas pelas tarefas diárias, empregando interesse em cada detalhe da atividade.
- Recuperam-se rapidamente das decepções, das dificuldades e dos contratempos.
- Sentem-se comprometidas com cada situação requerida.
- Usam os objetivos em cada jogo e se sentem felizes quando os superam.
Conduta de uma criança que não tem a noção de independência desenvolvida
Uma criança que não tenha recebido ajuda para manter e desenvolver um grau de independência razoável dentro dos padrões normais, poderá manifestar as seguintes atitudes:
- Chora diante de situações estressantes com a firme convicção de que não consegue resolver e nem suportar.
- Evita as atividades difíceis, se concentrando em fracassos anteriores e aspectos negativos.
- Demora a aprender a ler, somar, subtrair e se adaptar ao ambiente escolar.
- Quando chega à adolescência, é frequente que apresente quadros de depressão e isolamento.
“A noção de independência nas crianças vai gerar confiança, pensamentos e comportamentos que condicionarão a visão do mundo de forma positiva”
Recomendações para incentivar a noção de independência nas crianças
A noção de independência nas crianças vai se formando durante os primeiros anos de vida, com emoções e condutas próprias da idade. Para ajudar a criança a desenvolver e conservar essa noção, você pode seguir as seguintes recomendações:
- Estimule a reflexão sobre cada aprendizado. Para isso, realize perguntas orientadas que levem a criança a levar em conta o que deve aprender e as ferramentas que usará para tal aprendizado.
- Deixe que siga seu ritmo pessoal de aprendizado. Cada criança é diferente, por isso seu processo de aprendizado também será diferente do desenvolvido das outras crianças.
- Felicite e reforce os conteúdos aprendidos. Evite marcar os erros como limites para a realização de certas atividades. Pelo contrário, parabenize e reforce a parte positiva das atividades realizadas.
- Ensine a administrar os sentimentos de raiva e frustração, explicando a ela que cometer erros é natural.
- Escute com atenção. A noção de independência nas crianças se vê estimulada quando a criança é escutada, já que essa simples ação se traduz em sentimentos de amor e valor.
- Ensine a tomar decisões e a experimentar novos desafios. Com isso você conseguirá criar independência e a capacidade de escolher ou renunciar a algo, enfrentando os riscos.
- Mostre a ela que os erros são uma excelente fonte de aprendizado. Isso se obtém quando se reflete de forma positiva sobre o cometido, sem acentuar responsabilidades e culpas, ainda que sem deixá-las de lado.
- Estimule sua motivação e interesse, fazendo a criança observar a utilidade dos meios e das ferramentas disponíveis para se obter conhecimentos.
- Ajude a reconhecer e aceitar suas emoções. Também a expressá-las de maneira que não machuque seus semelhantes.
Resumindo, é possível desenvolver a noção de independência nas crianças. Contudo, é algo que leva tempo. Aproveite para isso as saídas em família, a hora do jantar, os minutos de brincadeiras ou qualquer outra oportunidade que se apresentar. Isso ajudará a criar experiências positivas para o desenvolvimento cognitivo das crianças.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Ortiz, M. Á. C., & del Barrio Gandara, M. V. (2002). Evaluación de la autoeficacia en niños y adolescentes. Psicothema, 14(2), 323-332. https://www.redalyc.org/pdf/727/72714221.pdf
- Canto, J. E. (2011). Autoeficacia y educación. Educación y ciencia (ISSN 2448-525X), 2(18). http://www.educacionyciencia.org/index.php/educacionyciencia/article/view/142
- Olaz, F. (1997). Autoeficacia, diferencias de género y comportamiento vocacional. Revista electrónica de Motivación y Emoción, 6(13), 86-92. https://www.researchgate.net/profile/Fabian_Olaz/publication/262676657_Autoeficacia_Diferencias_de_Genero_y_Comportamiento_Vocacional/links/0f31753868f3c19e64000000/Autoeficacia-Diferencias-de-Genero-y-Comportamiento-Vocacional.pdf
- Holden, G., Moncher, M. S., Schinke, S. P., & Barker, K. M. (1990). Self-efficacy of children and adolescents: A meta-analysis. Psychological Reports, 66(3), 1044-1046. https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.2466/pr0.1990.66.3.1044