Alterações cromossômicas autossômicas

Vamos aprender porque certas alterações cromossômicas ocorrem e quais doenças surgem a partir delas.
Alterações cromossômicas autossômicas

Escrito por Equipo Editorial

Última atualização: 20 junho, 2019

As alterações cromossômicas são bastante comuns e mais graves do que as alterações em um gene, pois envolvem inúmeros genes. Cada braço dos cromossomos é dividido em 4 regiões e, dentro de cada região, cada banda é listada em relação à distância ao centrômero.

O braço curto é chamado “p” e o longo “q”. Por exemplo: 1 q 23 indica: cromossomo 1, braço longo, segunda região, terceira banda. As características comuns a estas alterações são:

  • Atraso maturativo e intelectual.
  • Presença de características dismórficas e malformações.
  • Atraso no crescimento.

Classificação das alterações cromossômicas

Dentre as alterações cromossômicas, temos as aberrações numéricas e as aberrações na estrutura dos cromossomos.

Alterações cromossômicas: aberrações numéricas

Certamente, a causa mais frequente de aberrações numéricas nos cromossomos geralmente é a não disjunção. Ela consiste no fracasso dos cromossomos homólogos ou das cromátides para experimentar a disjunção na primeira ou na segunda divisão meiótica ou durante a mitose.

A consequência dessa anomalia é que os membros do par cromossômico não se separam adequadamente. Portanto, em alguns gametas podem sobrar ou faltar cromossomos.

Quando um gameta com um cromossomo extra se liga a um gameta normal durante a fertilização, o zigoto resultante terá três unidades desse cromossomo em particular. Esse fenômeno é conhecido como trissomia.

Quando um gameta que não possui um cromossomo em particular se une a um gameta normal, isso levará a uma monossomia. A não disjunção também pode ocorrer durante a mitose que ocorre após a formação do zigoto.

Se isso acontecer no começo, haverá células trissômicas, enquanto outras serão monossômicas. Esses pacientes são chamados de mosaicos. Ademais, isso quase sempre acontece com relação ao cromossomo X (mosaicos de outros cromossomos geralmente são inviáveis).

Classificação das alterações cromossômicas

Alterações cromossômicas: aberrações na estrutura dos cromossomos

As alterações mais frequentes na estrutura dos cromossomos são: deleção, duplicação, inversão e translocação.

  • Deleção ou supressão. Perda de um fragmento de um cromossomo, de modo que toda a informação genética armazenada no fragmento ausente esteja faltando no cromossomo afetado.
  • Duplicação. Presença de um fragmento adicional de cromossomo. Às vezes, um fragmento deletado de um cromossomo pode se ligar ao final do cromossomo homólogo. Assim, essa alteração é muito menos prejudicial do que a exclusão.
  • Inversão. Envolve a fragmentação de um cromossomo por duas rupturas, seguida de sua adesão ao mesmo cromossomo, mas de forma invertida. Em geral, essa mudança na ordem dos genes não resulta em um fenótipo anormal, embora possa ter consequências para a próxima geração, quando o cromossomo com a inversão se unir a outro normal.
  • Translocação. Transferência de parte de um cromossomo para outro não homólogo. Às vezes, essas translocações são recíprocas.

As aberrações estruturais ocorrem, geralmente, durante a meiose de um dos gametas (materno ou paterno).

Alterações cromossômicas autossômicas

A seguir, vamos expor brevemente as principais alterações cromossômicas autossômicas:

Síndrome de Down

  • Inicialmente descrita por Langdon Down em 1866.
  • Anormalidade cromossômica mais comum e conhecida (afeta 1 em cada 700 nascidos vivos).
  • As pessoas com síndrome de Down têm 47 cromossomos, com uma cópia extra do cromossomo 21.
  • Normalmente pode ser identificada no momento do nascimento ou, então, logo após devido à presença de características típicas como as seguintes:
    • Hipotonia.
    • Atraso mental.
    • Braquicefalia (crescimento excessivo da cabeça devido ao fechamento prematuro da sutura coronal).
    • Língua proeminente.
    • Mãos curtas e largas.
    • Anormalidades cardíacas em 35% dos casos.
    • Tamanho menor do que o normal.
  • Embora em 95% dos casos a síndrome de Down envolva a trissomia do cromossomo 21, cerca de 4% têm translocação do braço longo do cromossomo 21 (para o cromossomo 13, 14, 15 ou 22). De fato, esses pacientes, portanto, possuem 46 cromossomos, embora sejam fenotipicamente indistinguíveis da trissomia 21.
  • A idade materna média é de 34 anos.
  • Os portadores do sexo masculino são menos propensos a ter filhos afetados do que as mulheres portadoras.
Síndrome de Down

Trissomia 18 (Síndrome E)

  • É uma síndrome associada a uma trissomia do cromossomo 18.
  • Está relacionada com defeitos congênitos múltiplos.
  • É muito mais grave do que a síndrome de Down (a maioria dos pacientes morre aos 6 meses de idade)
  • Os sintomas mais frequentes incluem:
    • Atraso mental.
    • Incapacidade de crescer.
    • Alterações em orelhas, mãos e pés.

Trissomia 13 (Síndrome D)

  • É menos frequente do que a anterior e as alterações são muito mais graves (os pacientes não sobrevivem além do primeiro mês de vida).
  • Inclui defeitos no sistema nervoso, atraso mental, fissura labial, fissura de palato, anormalidades da pele, alterações no coração, etc.

Síndrome do miado de gato

  • Deve-se a uma monossomia parcial do cromossomo 5 (deleção de um fragmento do braço curto).
  • Produz diferentes anormalidades, sendo a mais característica a do choro da criança semelhante ao miado de um gato. Outras alterações são o atraso mental ou a microcefalia.

Monossomia 4

  • É produzida pela deleção do braço curto do cromossomo 4.
  • Representa um fenótipo caracterizado por baixo peso ao nascer, falha no crescimento e aparência facial anormal.

Alterações cromossômicas: conclusões

Em conclusão, as alterações cromossômicas representam, hoje em dia, uma dificuldade importante para o desenvolvimento evolutivo do bebê. No entanto, existem cada vez mais métodos para detectá-las a tempo. Além disso, também há melhores técnicas de prevenção e tratamento.


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