Amor de mãe é quando o seu bebê começa a falar e só você entende

O amor da mãe e do pai pelo seu bebê é expresso das formas mais assombrosas.
Amor de mãe é quando o seu bebê começa a falar e só você entende
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 22 dezembro, 2021

A conexão que se estabelece entre eles é tão íntima que são sempre as próprias emoções que nos conduzem. Elas nos fazem entender o que nossos bebês dizem, elas são nosso tradutor dessa primeira linguagem estranha e deliciosa dos bebês.

Temos certeza de que em mais de uma ocasião ocorreu o seguinte: você está com outras pessoas, amigos ou familiares, e de repente, seu bebê começa a emitir sons ao acaso de forma bem enfática.

Aos poucos, esses familiares perguntam entre risadas: o que será que ele está dizendo?

O que um bebê pode fazer hoje com ajuda, é capaz de fazê-lo sozinho amanhã

– Lev Semyonovich Vygotsky –

É então que você, quase sem saber como e de forma natural, age como tradutor, como um intérprete eficaz desses sons, desses gestos, gritos e gemidos.

Podem acreditar ou não em você, mas você sabe o que o seu filho diz porque você o conhece, porque você lê os seus gestos, entende suas emoções, seus olhares e suas intenções.

Juntos, vocês criaram um pequeno universo de significantes e significados no qual nada se perde e no qual você age como guia para que esses sons sejam, pouco a pouco, palavras articuladas, frases coerentes que darão forma e construirão uma linguagem própria e efetiva que irá se conectar com seu mundo.

É uma tarefa fabulosa que, sem dúvida, começa de forma curiosa…

O “dialeto” da mamãe me ajuda a aprender

de mãe

Jenn Berman, psicoterapeuta familiar e especialista em dinâmicas de comunicação e de criação, escreveu faz pouco tempo um livro realmente interessante: “Superbebê“, publicado pela editora Everest.

Nesse trabalho, ele explica algo particular e assombroso: as mães sabem muito bem como e de que maneira se comunicar com seus bebês.

  • Os especialistas diferenciam entre a “linguagem infantilizada” e o “dialeto da mamãe”.
  • A maioria de nós, quando nos dirigimos à uma criança pequena que ainda não sabe falar, fazemos mediante essa linguagem ingênua na qual não faltam essas repetições de sílabas como: “ta-ta-ta”, “gu-gu”, etc.
  • De nada adianta termos criado ou não esse tipo de comunicação infantilizada e cafona. Pois não ajuda tanto quanto essa outra que a mãe e o pai empregam. Ambos, após passar bastante tempo com o bebê, começam a saber de forma instintiva como se comunicar com eles.
  • O “dialeto de mamãe” – e também do papai – faz uso de uma comunicação normal, mas com um tom agudo e uma fala em um ritmo mais lento, mais pausado. 
  • O que fazem de forma natural é “modelar”, cuidando da inflexão e fazendo uso de uma comunicação real na qual não pretendem se limitar a repetição de monossílabos.
  • Usam um timbre de voz ajustado à frequência do bebê e, além disso, pronunciam de forma “exagerada” para que o bebê possa discriminar os sons.

A mamãe me entende: a vinculação emocional

de mãe

Existe quem se limite a falar do instinto maternal e dessa explosão hormonal que quase por um passe de mágica parece transformar a mulher que acaba de se tornar mãe.

No entanto, a vinculação emocional não surge de forma automática apenas por dar à luz. É algo mais profundo, algo que na verdade, não necessariamente surge a partir do nascimento de um filho…

Os braços de uma mãe são feitos de ternura e as crianças são imensamente felizes neles

– Victor Hugo –

Eu entendo você porque você faz parte do meu coração

Em alguns casos, basta o olhar do seu filho para perceber seu medo, sua fome ou, inclusive, algum tipo de mal-estar que, sem dúvida, você irá atender e resolver.

  • O instinto maternal e paternal surge pelo contato diário, pela proximidade, pelas noite em claro, por esse caráter que vamos percebendo no bebê, pelas suas particularidades, suas reações, suas necessidades, etc.
  • Tudo isso vai ser refletido, mais cedo ou mais tarde, nos seus gemidos, esses que aparecem em voz alta cada vez que se emociona quando você entrega o seu brinquedo favorito, quando quer tocar isso ou dar aquilo…
  • A comunicação do bebê surge pela imitação, mas também pelas interações emocionais, essas que você propicia, essas que você entende.
de mãe

Sons carregados de emoções

Cada gemido, cada soluço, grito de emoção ou o primeiro “mamãe” ou “papai” aparecem pelo rumor das emoções que acontecem no seu entorno familiar.

Se os estímulos forem maiores, serão reforçados. Se as emoções positivas forem maiores, essa comunicação será cada vez mais efetiva.

No entanto, também não devemos ficar “obcecados” com a possível lentidão da fala de nosso filhos. Cada criança tem seu tempo, cada criança segue um ritmo no processo de amadurecimento.

O que nosso filho precisa antes de tudo é do nosso carinho, que sigamos facilitando sua aprendizagem com confiança, tranquilidade e esse estímulo baseado na comunicação constante e tranquila, estimulante, mas acessível.

A mamãe sempre entende e entenderá o seu bebê e o papai também sempre estará ali para fazer a tradução porque ambos são os melhores canais para facilitar uma comunicação cada vez mais hábil e de sucesso com a criança.


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