Atypical, uma série que dá visibilidade para o TEA
Atypical é uma série original da Netflix que dá visibilidade para o Transtorno do Espectro Autista (TEA), pois é uma comédia dramática que conta como é a vida cotidiana de Sam Gardner, um jovem de 18 anos que apresenta TEA, e sua família.
Para escrever as aventuras desse personagem, a criadora da série, Robia Rashid, contou com a ajuda e os conselhos de Michelle Dean, que trabalhou na pesquisa e tratamento do TEA na UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles). Assim, ao longo dos diferentes episódios, é feita uma tentativa de tratar a questão do autismo a partir de uma perspectiva o mais realista possível.
Atypical, uma série que dá visibilidade para o TEA
Ao contrário de outras séries protagonizadas por pessoas com Transtorno do Espectro Autista, Atypical se afasta dos estereótipos e tópicos que giram em torno desse transtorno. E, em vez disso, mostra a vida comum de um jovem com TEA que, por causa da sua condição, precisa superar certos desafios e dificuldades no seu dia a dia.
Assim, a série nos faz ver como é o primeiro amor, as relações de amizade, as discussões familiares, a busca pela própria identidade, a luta pela independência pessoal, etc. Ou seja, certas situações típicas da adolescência são mais complexas e difíceis de enfrentar para Sam.
Além disso, essa comédia com toques dramáticos nos faz refletir sobre o impacto da família no desenvolvimento e no bem-estar das pessoas com TEA, e mostra como os pais e a irmã mais nova do protagonista se relacionam com ele.
Ao longo das temporadas da série, podemos ver como Sam cresce, evolui e adquire novos recursos e ferramentas pessoais para lidar com todos os problemas que aparecem em sua vida.
No entanto, esse personagem não é o único que muda ao longo dos capítulos. Também podemos ver como sua família, sua namorada e seu melhor amigo vão evoluindo depois de terem vivido diferentes experiências.
Como o Transtorno do Espectro Autista é retratado na série?
Como sabemos, o TEA é um distúrbio muito heterogêneo, no qual cada caso é muito diferente do outro em termos de tipo e variedade dos sintomas apresentados. Então, obviamente, essa série não pretende representar o amplo espectro do autismo, e sim apenas uma parte dele: das pessoas com um nível mais alto de funcionalidade e menor necessidade de ajuda.
Nesse sentido, vale destacar o maravilhoso trabalho realizado por Keir Gilchrist que, com sua interpretação, reflete com perfeição algumas das características mais típicas das pessoas com TEA, tais como rigidez mental, comportamentos restritos e estereotipados, dificuldades em termos de comunicação e interação social, etc. Tudo isso é transmitido de forma divertida e natural.
Outra virtude dessa série é o fato de que ela trata da questão do Transtorno do Espectro Autista como uma condição com a qual a pessoa que o apresenta precisa conviver, e não como uma deficiência que impede o seu desenvolvimento ideal.
Isso é de vital importância porque, assim como a frase a seguir indica, é isso que muitas pessoas ainda desconhecem. No entanto, com séries desse tipo, essa visão pode mudar.
“O autismo não é um erro de processamento. É um sistema operacional diferente”.
-Anônimo-
Por todas essas razões, considera-se que Atypical é uma série que pode ser muito útil para que a população em geral possa adquirir uma visão mais ajustada sobre o que é o Transtorno do Espectro Autista e sobre como as pessoas que o apresentam podem ser incluídas normalmente dentro da sociedade.