A cesta de tesouros: um jogo para estimular o seu bebê
Quando somos pais, queremos proporcionar aos nossos filhos as melhores experiências, tanto lúdicas quanto educativas. Por isso, temos a preocupação de adquirir os jogos mais vanguardistas e os brinquedos dos modelos mais recentes, pois todos parecem necessários. No entanto, às vezes, o simples e natural pode ser o mais adequado para estimular o nosso bebê. E é nisso que se baseia a cesta de tesouros.
Há cada vez mais pedagogias que apostam em atividades que se baseiam na exploração autônoma da criança e no uso de materiais naturais. E essas são, precisamente, duas das qualidades mais interessantes do jogo do qual vamos falar hoje. Se você quer saber em que consiste a cesta de tesouros e como você pode criar a sua em casa, continue lendo.
O que é a cesta de tesouros?
A cesta de tesouros é uma proposta de brincadeira, aprendizagem e estimulação sugerida pela pedagoga inglesa Elinor Goldschmied. Porém, por causa de suas características, ela foi adaptada e utilizada em inúmeras escolas e salas de aula que seguem pedagogias alternativas, como a Montessori.
É um jogo pensado para bebês de seis a doze meses de idade. Essa idade é considerada a mais adequada para se beneficiar da cesta de tesouros por dois motivos principais: o bebê já consegue ficar sentado sozinho, mas ainda não anda.
Isso significa que toda a sua atenção é direcionada ao entorno mais próximo e a sua principal atividade consiste em explorá-lo e experimentar os objetos ao redor.
Como criar uma cesta de tesouros?
A cesta de tesouros consiste principalmente em uma cesta ou caixa feita de um material natural (vime, por exemplo), preenchida com objetos cotidianos. Podem ser elementos que encontramos na natureza, tais como folhas, castanhas ou pedras. Mas também podemos utilizar produtos de uso doméstico, tais como rolhas, colheres, pregadores, velas ou laços de cabelo.
Então, escolhemos uma maior ou menor seleção de objetos, de acordo com o tamanho da cesta, mas sempre lembrando que o objetivo é estimular todos os sentidos do bebê.
Por esse motivo, devemos garantir que as peças escolhidas tenham formas, tamanhos, cores e texturas variadas. Também é importante verificar se estamos utilizando uma cesta firme e estável, que não vá tombar enquanto a criança brinca com ela, e que todos os objetos sejam seguros para o bebê.
Uma vez criada a nossa cesta, basta colocá-la ao lado do pequeno para que ele explore, brinque e descubra no seu próprio ritmo. Temos que permitir que ele mesmo escolha os objetos, toque-os, manipule-os ou os coloque na boca (sem dúvida, sempre verificando que não há nenhum risco). O papel do adulto se limitará a acompanhar, supervisionar e garantir a segurança do bebê, mas é preferível não intervir.
Quais são os benefícios desse jogo?
Apesar da simplicidade dessa atividade, ela pode ser muito interessante e divertida para os bebês. Mas, além disso, ela também traz grandes benefícios para o seu desenvolvimento:
- A autonomia do bebê é favorecida ao permitir que ele explore e descubra por conta própria, no seu próprio ritmo e sem a orientação do adulto.
- As diversas texturas, formas, cheiros e características de cada um dos objetos apresentados vão ajudar a estimular os cinco sentidos da criança.
- É um jogo ideal para trabalhar a psicomotricidade e a coordenação.
- Ajuda a estruturar o seu pensamento e a estimular a capacidade de escolher entre várias opções.
- Por meio da interação com esses objetos naturais e de uso cotidiano, a criança começa a se familiarizar com o ambiente ao redor.
- É uma atividade que pode ser repetida várias vezes sem perder a capacidade de estimulação, pois basta renovar os elementos introduzidos na cesta.
Em suma, é uma alternativa pedagógica muito interessante e de grande valor para o desenvolvimento das crianças. Embora nas salas de aula geralmente sejam usadas cestas grandes com as quais vários bebês interagem ao mesmo tempo, em casa podemos criar as nossas próprias propostas. Um jogo simples, barato e natural que traz grandes benefícios.
Geralmente, estamos acostumados a direcionar as ações da criança e impedir muitos dos seus impulsos naturais, tais como lamber ou bater em objetos. Nesse caso, as restrições desaparecem e a liberdade de ação e movimento leva o bebê a experimentar o ambiente de uma forma muito enriquecedora para ele. Experimente, você não vai se arrepender.
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- Goldschmied, E., & Jackson, S. (2004). People under three: Young children in day care. Psychology Press. https://books.google.es/books?hl=es&lr=&id=AS2jHaPVdxkC&oi=fnd&pg=PR9&dq=elinor+goldschmied+treasure+baskets&ots=p4exhdGM02&sig=KER6Rnwveu59IstFRyB-2G0HHNk#v=onepage&q=elinor%20goldschmied%20treasure%20baskets&f=false
- Auld, S. (2002). Five key principles of heuristic play. The First Years: Nga Tau Tuatahi, New Zealand Journal of Infant and Toddler Education, 4(2), 36-37. https://dufferincounty.ca/sites/default/files/rtb/FivePrinciplesHeuristicPlay.pdf