Como saber se seu filho está pronto para ter um celular
Hoje em dia a tecnologia permeia completamente nossas vidas. Graças à internet e aos dispositivos tecnológicos podemos nos comunicar, nos divertir, obter informações, estudar ou trabalhar. As crianças, nativos digitais, cresceram nesse ambiente em que fluem e se comportam como um peixe na água. No entanto, isso não significa que elas estejam prontas para as responsabilidades e a liberdade de ter um smartphone. Portanto, queremos oferecer algumas diretrizes que ajudarão você a determinar se seu filho está pronto para ter um celular.
Na realidade, as crianças têm acesso aos celulares desde muito pequenas, já que seus pais costumam emprestar esses aparelhos para entretê-las em muitas ocasiões. À medida que crescem, também costumam ter laptops para a escola, iPads ou leitores de eBooks, de modo que já desfrutam de alguns dos benefícios da tecnologia. No entanto, ter seu próprio celular significa ver o mundo em suas mãos, e isso pode ser perigoso e contraproducente se a criança não estiver suficientemente preparada.
Alguns parâmetros a considerar ao definir se o seu filho está pronto para ter um celular
Aqui estão algumas dicas que podem ajudar você a determinar se é hora de oferecer um celular ao seu filho ou se vale a pena esperar mais.
A idade adequada
Não é fácil determinar uma idade adequada para uma criança ter seu próprio smartphone, pois cada criança é diferente. Estima-se que mais de 60% das crianças entre 10 e 15 anos tenham seu próprio celular. E isso, sem dúvida, pressiona os pais que não têm certeza de que chegou a hora certa.
Para eles, pode ser um alívio saber que grandes gurus da tecnologia restringiram o uso de aparelhos em seus filhos até idades avançadas. Bill Gates, por exemplo, não permitiu que seus filhos tivessem um smartphone até os 14 anos. Assim, seria conveniente esperar até pelo menos 12 anos de idade, embora a decisão dependa de cada família.
Maturidade suficiente
Além da idade, o que é realmente relevante é a maturidade psicológica da criança, pois é disso que dependerá o bom uso que será dado à internet, às redes sociais e aos aplicativos móveis. Para determinar se seu filho é maduro o suficiente, observe como ele assume e responde às responsabilidades que já tem.
Ele completa seus trabalhos escolares sem que você tenha que ficar atrás dele? Ele colabora em casa? Ele se ajusta às concessões e aos horários de chegada que você impõe? Ele sabe tolerar a frustração ou faz birra toda vez que recebe uma recusa? Se ele é irresponsável e imaturo nessas áreas, oferecer um celular pode não ser uma boa opção.
Controle de impulsos e saúde mental
Outro aspecto importante a considerar é a capacidade do seu filho de controlar seus impulsos. Algumas crianças são especialmente distraídas, impulsivas e desatentas (mesmo sem ter TDAH), e ter um smartphone pode só piorar as coisas. Essas crianças podem começar a negligenciar seus estudos ou sua vida social porque ficam constantemente no celular e podem criar uma dependência ou desencadear vários conflitos em casa quando os pais tentam tirar o aparelho por algumas horas.
Da mesma forma, crianças ansiosas, com tendências depressivas ou com baixa autoestima são uma população de maior risco quando se trata de ter um celular. Inclusive, a tecnologia e as redes sociais podem desencadear distúrbios alimentares, podem ser um terreno fértil para o assédio virtual ou podem expor as crianças a informações que afetarão sua segurança e humor.
Portanto, antes de oferecer ao seu filho um celular próprio, certifique-se de abordar essas questões, até com ajuda profissional se achar necessário.
Pontos a serem considerados ao decidir se seu filho está pronto para ter um celular
Se você decidiu que é hora de dar esse passo, aqui estão algumas recomendações que podem ajudar você a fazer a transição.
Discutir em família e chegar a um consenso
A decisão de dar um celular a uma criança não pode ser tomada de ânimo leve. Por isso, é importante que pais e filhos discutam os prós e os contras e escolham juntos o momento apropriado. Você pode pedir ao seu filho para preparar uma redação ou apresentação em PowerPoint sobre suas razões para ter um celular, isso o ajudará a pensar sobre isso enquanto demonstra maturidade e compromisso.
Comece com as opções mais básicas
Se você ainda não está confortável com a ideia de dar um smartphone ao seu filho, pode começar com opções mais básicas. Por exemplo, você pode permitir alguns aplicativos no iPad, pode dar um smartwatch ou um telefone limitado, que não tenha navegador nem acesso à Internet.
Dessa forma, você poderá se comunicar com seu filho e saber onde ele está (usando a função GPS), mas seu acesso às redes ainda será controlado. Da mesma forma, é uma boa oportunidade para o jovem se mostrar responsável e maduro e, assim, poder dar um passo adiante em poucos meses.
Estabeleça limites e acordos
Dar o telefone ao seu filho não é o fim da questão, e sim o começo. A partir de então, podem surgir conflitos por uso excessivo ou inadequado do celular ou não cumprimento das orientações. Por essa razão, pode ser muito positivo estabelecer um contrato escrito que conterá certos limites (acordados entre pais e filhos) que a criança terá que cumprir assim que ganhar seu celular.
Por exemplo, você pode especificar as horas de uso diário do aparelho e a necessidade de guardar o celular na hora de dormir ou durante as refeições em família. Você também pode determinar que os sistemas de controle parental serão usados (que a criança não deve tentar ignorar) ou que os pais podem pedir que ela mostre o conteúdo do seu telefone em determinados momentos.
Revisar periodicamente a situação é essencial nessa decisão
Se você decidir começar com uma opção mais básica ou se optar por dar o celular à criança agora, é importante revisar a situação periodicamente. Caso seu filho demonstre responsabilidade e bom uso do aparelho, ele poderá ganhar mais privilégios ou ter flexibilizadas algumas regras do contrato entre vocês.
Por outro lado, se ele negligenciar os estudos por ficar no celular, ficar obcecado ou ter seu humor afetado, não tenha medo de recuar. Talvez você tenha sido uma decisão precipitada e ainda não tenha chegado a hora: não há problema em requisitar o telefone e volar a conversar mais tarde. A segurança e a saúde mental da criança são sempre a prioridade.
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