O que é a síndrome de hiperestimulação ovariana?

O normal é que as mulheres produzam um óvulo em um ciclo menstrual, o que acontece uma vez por mês. Mas nem sempre é assim que acontece.
O que é a síndrome de hiperestimulação ovariana?

Última atualização: 20 dezembro, 2018

Há mulheres que têm dificuldade para engravidar e recorrem a tratamentos de estimulação. Estes tratamentos são realizados com o objetivo de obter mais óvulos em um ciclo e, portanto, ter mais possibilidades de engravidar.

Algumas vezes essas técnicas podem estimular em excesso os ovários, o que pode gerar uma alteração nos vasos sanguíneos.

Essa desordem é conhecida como síndrome de hiperestimulação ovariana e é observada em algumas mulheres que tomam medicamentos para a fertilidade.

A síndrome de hiperestimulação ovariana é uma complicação que consiste em uma anormal resposta aumentada ante à estimulação.

Pode ser classificada como leve, moderada e grave. Os casos mais complicados são raros, mas podem produzir trombose e, inclusive, a morte.

Sintomas da síndrome de hiperestimulação ovariana

Quando a síndrome de hiperestimulação ovariana se desenvolve, os sintomas variam de acordo com a gravidade do processo.

A seguir mencionamos os sinais que permitem distinguir o transtorno segundo o estado em que se encontra.

hiperestimulação ovariana

Em casos leves

  • Dor abdominal
  • Distensão abdominal
  • Aumento de peso

Casos moderados

  • Diminuição da micção
  • Inchaço e dor abdominal intensa
  • Dificuldade para respirar

Graves

  • Dores agudas de torção de ovários
  • Aborto
  • Persistência de cistos lúteos
  • Anemia
  • Ascite
  • Náusea
  • Disfunção hepática
  • Derrame pleural

Fatores que agravam a síndrome de hiperestimulação ovariana

Existem muitos fatores que podem complicar essa síndrome. Às vezes, não apenas aparece, mas pode ser agravada de acordo com as características de cada mulher.

Destacamos alguns fatores que podem nos ajudar a ficar alertas no caso de este tratamento ser considerado.

  • Baixo peso. As mulheres com diminuição da massa corporal apresentam maior incidência de síndrome de hiperestimulação ovariana.
  • A idade. É comum em mulheres com menos de 30-35 anos, provavelmente devido a uma maior concentração de receptores HCG.
    • Também acontece porque, nessa idade, os ovários têm mais folículos. Isso causa maior resposta ao tratamento de estimulação ovariana.
  • Estrógeno elevado. Se forem detectados altos níveis de estrogênio no sangue durante um tratamento de estimulação ovariana, pode ser muito arriscado. É preocupante especificamente quando o nível é aumentado em 75% mais do que o estipulado em um período de 24 horas.
  • Ovários policísticos. Esta é também uma síndrome na qual uma série de cistos estão presentes nos ovários. Com o tratamento da estimulação ovariana, pode ter uma resposta muito exagerada.
hiperestimulação ovariana

Tratamento da hiperestimulação ovariana

Principalmente, os casos leves desta síndrome não precisam de tratamento, inclusive podem melhorar as chances de engravidar.

No entanto, é aconselhável tratar os incômodos sintomas, especialmente em casos mais graves as complicações devem ser evitadas.

O tratamento da síndrome de hiperestimulação ovariana compreende as seguintes medidas.

  • Caso a paciente esteja no período de gestação, deve se realizar um acompanhamento médico rigoroso. Os sintomas podem piorar ou levar semanas para desaparecer. Caso contrário, corre-se o risco de piorar os sintomas.
  • Repousar adequadamente, manter as pernas elevadas. Isso irá facilitar para que o corpo elimine o líquido. Pode-se realizar uma atividade leve de vez em quando, evitando o exercício intenso.
  • Moderar as relações sexuais. Esta ação pode afetar os ovários. A atividade sexual poderia fazer com que os cistos se torçam ou se rompam, interrompendo o fluxo sanguíneo.
  • Beber bastante líquido, pelo menos 10 ou 12 copos de líquido por dia. Também podem ser incluídas bebidas de reidratação.
  • Evitar o álcool, o café e qualquer outra bebida com cafeína.
  • Para a dor, pode-se tomar um analgésico, especialmente se recomenda o paracetamol.
  • Observar se o peso da paciente não está aumentando. Um ganho de mais de um quilo por dia pode ser uma situação séria.
  • Manter a comunicação com o médico assistente para que se possa garantir um desenvolvimento do tratamento.

Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Sociedad Española de Ginecología y Obstetricia. Prevención y manejo del síndrome de hiperestimulación ovárica (2017). Prog Obstet Ginecol 2018;61(4):410-416.
  • Saavedra, J. Síndrome de hiperestimulación ovárica: clasificación, fisiopatología y manejo. Revisión del tema. Revista colombiana de obstetricia y ginecología. 2002. 53: (3), 1-16.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.