Pais que subestimam os filhos: atitudes que denunciam

Criar um filho é promover seu desenvolvimento, sua autonomia e sua autoestima. Aqueles que cometem o erro de subestimar seus filhos podem se tornar pais tóxicos. Descubra o porquê.
Pais que subestimam os filhos: atitudes que denunciam
Elena Sanz Martín

Escrito e verificado por a psicóloga Elena Sanz Martín.

Última atualização: 15 junho, 2023

A maioria dos adultos age da maneira que acha melhor para seus filhos. Mas, mesmo com base nisso, podem ser cometidos certos erros parentais que podem afetar a saúde psicológica das crianças. E, se essas atitudes forem contínuas, podem acabar se tornando pais que subestimam os filhos.

Um dos erros mais frequentes consiste em não considerar as crianças como seres capazes, inteligentes ou dignos de se desenvolver como indivíduos independentes. No entanto, essas atitudes não são desencadeadas conscientemente e os adultos podem cometê-las sem perceber. Por isso, queremos mostrar algumas situações comuns que revelam que você pode prejudicar o desenvolvimento do seu filho.

Atitudes que denunciam pais tóxicos

A seguir, contaremos quais são algumas das atitudes tomadas pelos pais que subestimam seus filhos.

Controle excessivo

É evidente que as crianças não são capazes de tomar certas decisões e precisam dos cuidados e das orientações dos adultos para se manterem seguras. No entanto, alguns pais excedem esse controle e se envolvem e determinam todos os aspectos da vida de seus filhos: como eles falam, como se comportam, que tipo de roupa vestem, que atividades extracurriculares fazem ou até de quem devem ser seus amigos.

Além disso, muitos adultos acreditam que apontar os defeitos de uma criança é a melhor maneira de fazê-la mudar. Paradoxalmente, essa crítica constante apenas reforça os maus comportamentos e faz com que a criança crie um grande sentimento de hostilidade em relação aos pais.

O controle excessivo dos adultos sobre as crianças impede que elas se desenvolvam individualmente. Assim, elas são condenadas a atender às expectativas dos pais.

Apego ambivalente

Pais com apego ambivalente são aqueles que agem de maneira imprevisível e inconsistente, com base em seus próprios humores. Quando estão felizes, são próximos e afetuosos com os filhos, mas quando estão frustrados ou estressados, tornam-se hostis e rejeitam a criança.

As crianças dependem dos pais para ter carinho, cuidado e proteção de que precisam para sobreviver. Por isso, essas atitudes geram uma incerteza que acaba transformando-as em pessoas ansiosas e dependentes. Assim, ao longo de suas vidas farão todo o possível para zelar constantemente pelo amor daqueles que as cercam.

Invalidação de emoções

As crianças precisam que suas emoções e experiências sejam validadas pelos adultos. Ou seja, que eles reconheçam seu sofrimento, acompanhem, confortem e ensinem a lidar com ele. Muitos pais cometem o grave erro de minimizar os sentimentos dos filhos. Por exemplo, eles afirmam que os pequenos não têm motivos válidos para chorar ou para se sentirem tristes, ansiosos ou com raiva.

Dessa forma, eles não apenas deixam a criança com sua emoção, mas também a fazem se sentir humilhada por se sentir assim.

Quando um pai invalida as emoções de seu filho, isso pode gerar baixa autoestima e baixa inteligência emocional que os afetará por toda a vida.

Manipulação emocional

Existem poucos atos tão prejudiciais para uma criança quanto a manipulação emocional dos pais. No entanto, muitos pais usam o afeto como forma de controlar e influenciar seus filhos. Assim, podem acabar retirando afeto ou palavras quando se comportam mal ou até mesmo fazendo com que se sintam culpados pelo que acontece com o adulto.

“Não sei como você pôde fazer isso comigo.” “Com tudo que dei por você.” “Você vai me deixar louco, você só me dá problemas”. Todas essas afirmações implicam que a criança é responsável pela felicidade de seus pais e que está em dívida permanente com eles. Essas atitudes, sem dúvida, prejudicam gravemente seu desenvolvimento emocional.

As consequências emocionais de crescer com pais tóxicos

As atitudes dos pais que subestimam seus filhos são muito variadas e as consequências podem ser diversas. Algumas crianças crescem com baixa autoestima e uma atitude passiva e dependente, outros tendem a ser defensivas, desconfiadas e hostis. É até possível que muitas acabem repetindo na idade adulta essas mesmas atitudes que presenciaram na infância. Em ambos os casos, danos emocionais significativos terão sido criados.

Para evitar se tornar um pai tóxico, é essencial lembrar que uma criança não é propriedade. A função do adulto é acompanhar, orientar e promover o crescimento da criança. Portanto, controle e manipulação não têm lugar. Trabalhar em suas expectativas como mãe, analisar seus comportamentos e corrigir erros é um bom ponto de partida para proporcionar ao seu filho a educação positiva que ele merece.


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