Por que Steve Jobs decidiu educar seus filhos sem tecnologia?
A tecnologia faz parte da nossa vida de uma forma cada vez mais flagrante. Ocupa nossos espaços de trabalho, nossos momentos de lazer e orienta nossas relações sociais. E os pequenos não estão isentos dessa influência. Tanto na sala de aula quanto na vida privada, os aparelhos eletrônicos se tornaram indispensáveis. No entanto, muitos pais optam por educar seus filhos sem tecnologia.
Muitos desses pais se sentem sozinhos e incompreendidos em sua tarefa. Eles não apenas têm que enfrentar os constantes pedidos dos seus filhos, como também são obrigados a se justificar diante de um ambiente que considera suas decisões atrasadas. Se você faz parte desse grupo de pais, ficará interessada e reconfortada em saber que Steve Jobs criou seus filhos sem tecnologia.
Criando os filhos sem tecnologia: a escolha de Steve Jobs e outros gurus tecnológicos
Steve Jobs foi o cofundador da Apple e um dos mais importantes magnatas do setor de tecnologia. Dada a sua profissão e posição, o esperado seria pensar que a tecnologia desempenharia um papel protagonista em sua casa e na vida de seus filhos. Porém, seu uso era bastante restrito e controlado na vida desses pequenos.
De acordo com as próprias declarações de Steve Jobs após o lançamento do iPad em 2011, seus filhos seriam proibidos de usar este dispositivo. E é que em casa priorizou-se o tempo de qualidade entre pais e filhos, aproveitado em atividades como ler ou conversar sobre interesses culturais.
Uma posição semelhante foi adotada por vários CEOs e funcionários de grandes empresas de tecnologia. Por exemplo, Bill Gates não permitiu que seus filhos tivessem celular até os 14 anos, e mesmo assim seu uso era restrito a determinados horários do dia. Mas por que importantes personalidades dedicadas ao setor profissional da tecnologia e da informática tomariam essas medidas?
Por que educar crianças sem tecnologia?
As principais pistas a esse respeito foram reunidas no livro Screen Schooled, escrito por Joe Clement e Matt Miles. Esses dois professores afirmam, com base em diferentes pesquisas psicológicas, que o uso inadequado da tecnologia durante o desenvolvimento tem consequências negativas significativas.
Mata a criatividade
As crianças usam sua criatividade para explorar o ambiente e descobrir progressivamente como o mundo funciona e quais são suas capacidades. Jogar, imaginar, tentar e falhar, todas essas ações tipicamente infantis são fundamentais para seu desenvolvimento cognitivo e emocional, mas requerem um papel ativo por parte dos pequenos.
As telas os relegam à posição de consumidores passivos de informação, mantendo a mesma postura sedentária por longos períodos e permanecendo no mesmo ambiente. Dessa forma, as crianças são significativamente limitadas.
Afeta as relações sociais
A tecnologia nunca poderá substituir o contato humano. No entanto, muitas crianças tendem a ficar física e emocionalmente isoladas quando o uso das telas é excessivo e inadequado. O problema não é apenas que elas dificilmente se relacionem com a família ou os colegas por passarem muito tempo usando aparelhos eletrônicos. A questão é que, além disso, podem ficar irritadas, deprimidas e menos dispostas a interagir ao longo do dia.
Gera vício
Quem dedica sua carreira profissional ao setor de tecnologia tem plena consciência do potencial viciante dos aparelhos eletrônicos. Mesmo os adultos são afetados pela incapacidade de se desconectar da tecnologia, mas as crianças têm ainda menos recursos para perceber e lidar com esse perigo. Assim, passar grande parte do tempo em frente às telas pode levar menores a desenvolver um vício difícil de lidar.
Regular é melhor do que proibir
Apesar do acima exposto, nem Steve Jobs, nem Bill Gates, nem qualquer outro guru da tecnologia propõe banir completamente a tecnologia da vida dos pequenos, e sim simplesmente limitá-la e regulamentá-la com ações como as seguintes:
- Não expor as crianças às telas até pelo menos dois anos de idade.
- Atrasar o momento de dar a elas seu próprio smartphone.
- Limitar o uso das telas e dos dispositivos eletrônicos para cerca de duas horas por dia.
- Restringir completamente seu uso em momentos como durante as refeições ou antes da hora de dormir.
- Optar por escolas em que a tecnologia não tem grande presença e sejam usados materiais analógicos e seja abordada a educação em valores.
- Incentivar outras alternativas de lazer em família que melhorem a comunicação e a interação entre pais e filhos.
Por fim, cada família deve decidir o que julga ser mais conveniente para o desenvolvimento dos filhos. No entanto, para aqueles pais que lutam todos os dias contra a pressão social para que seus filhos cresçam em um mundo mais real do que virtual, saber sobre a escolha de Steve Jobs de educar seus filhos sem tecnologia pode ser encorajador.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Clement, J., & Miles, M. (2018). Screen schooled: Two veteran teachers expose how technology overuse is making our kids dumber. Black Inc..
- Aveiga, V., Ostaiza, J., Macías, X., & Macías, M. (2018). Uso de la tecnología: entretenimiento o adicción. Caribeña de Ciencias Sociales, (agosto). https://www.eumed.net/rev/caribe/2018/08/tecnologia-entretenimiento-adiccion.html