O que fazer quando as meninas sentem vergonha de seus corpos
Talvez você tenha uma filha adolescente que se cobre de roupas, que usa peças largas porque sente vergonha do corpo que tem e fica se comparando aos corpos dos outros. Não importa se ela tem um corpo esbelto ou não, o que importa é a falta de autoestima que ela demonstra com esse comportamento. Isso também mostra como os estereótipos sociais a influenciam muito para que seja feliz.
Medo da praia para não mostrar o corpo
Não é que a adolescente tenha medo da praia, é que ela pensa que todos vão olhar para o corpo dela e não vão aceitá-la. Não é que os outros não a aceitem, é ela mesma que não se aceita.
Parece que, quando vamos à praia, apenas as pessoas magras e em forma vão aparecer usando biquíni. Ensinamos nossas meninas a sentirem vergonha dos seus corpos menos perfeitos. Fizemos com que elas ficassem com medo da praia, e a culpa não é das meninas.
Na verdade, ninguém tem culpa, exceto a mídia que continuamente tenta nos fazer acreditar que o corpo deve ser perfeito para que possa ser mostrado.
Por tudo isso, as adolescentes e também muitas mulheres adultas ficam angustiadas ao revelar o corpo em um traje de banho. Elas não se sentem confortáveis com seus corpos femininos adultos. Na preparação para o verão, as meninas ouvem que devem emagrecer, fazer a depilação da virilha e escolher roupas de banho que escondam seus “defeitos”.
Enquanto isso, os homens que jogam bola na praia com suas pernas finas não fazem essas advertências de verão aos seus filhos. A praia não é inimiga de meninos e homens, mas parece que é inimiga de meninas e mulheres. Isso deve acabar!
Estar de bem com o próprio corpo
As únicas mulheres na praia que estão à vontade com seus corpos costumam ter menos de nove anos de idade. Até mesmo meninas pré-adolescentes encolhem conscientemente suas barrigas levemente arredondadas, envergonhadas até mesmo pela menor aparência de gordura corporal.
As mulheres compartilham os seus planos de emagrecimento enquanto leem revistas que prometem “um corpo esbelto de verão” e “como ser sexy depois dos 40 anos”.
Enquanto isso, os homens tiram sarro um do outro por suas barrigas de cerveja e às vezes tentam manter a postura ao ver uma mulher bonita tomando banho de mar. Os homens, enquanto estão na praia, parecem felizes e relaxados.
Medo e ódio do próprio corpo
As mulheres transmitem às filhas sentimentos de desespero e de vergonha em relação aos seus corpos. Esse legado de autoaversão interminável, auxiliado e encorajado pelas onipresentes imagens midiáticas de beleza feminina inatingível, fez com que nossas filhas odiassem os seus corpos, tornando-se vítimas de distúrbios alimentares crônicos e muitas vezes morrendo de fome.
Por tudo isso, é importante que as mães sejam um bom exemplo para que suas filhas comecem a apreciar seus corpos e a si mesmas pelo que são. Elas não precisam se comparar com outros corpos para ver se são pessoas melhores ou piores. A pessoa não é medida através de um corpo físico, e sim através de quem ela é.
Tal mãe, tal filha
Para que as filhas se sintam confortáveis com seus corpos, as mães não podem estar em guerra com os delas. As mães devem se abster de reclamar de forma constante e amarga sobre sua forma física e seu peso, mostrando-se obcecadas com as menores quantidades de gordura. A comida não deve ser uma inimiga.
As meninas precisam ser ensinadas a valorizar os pontos fortes e a vitalidade dos seus corpos, independentemente do tamanho da sua roupa. Os números em uma balança ou a largura dos quadris não devem determinar sua autoestima.
Mais adolescentes em trajes de banho, de todos os tamanhos, começarão a alegrar a praia quando suas mães começarem a aceitar e a respeitar os próprios corpos, libertando a si mesmas e também às suas filhas do medo da gordura. Todas as nossas filhas merecem um dia na praia, na piscina ou simplesmente merecem se amar plenamente.
Portanto, se você quer que suas filhas cresçam sem odiar os próprios corpos, em casa, tanto a mãe quanto qualquer outro membro da família deve respeitar o próprio corpo. Além disso, o foco da atenção deve ser a saúde, não tanto a aparência. Afinal, a autoestima está dentro de cada pessoa, e não fora dela ou em sua aparência física.