O sentimento de pertencimento à família

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O sentimento de pertencimento à família implica o orgulho das suas raízes e da sua identidade. É a certeza de se sentir amado e conectado ao longo de sua vida.

Escrito e verificado por a psicóloga Elena Sanz Martín.

Última atualização: 27 dezembro, 2022

Os humanos são seres sociais e sentir que pertencemos a algo maior é uma das nossas grandes necessidades. O lar é o lugar onde estabelecemos nossas primeiras relações sociais. Por isso, o sentimento de pertencimento à família é de grande importância para todo o nosso desenvolvimento futuro.

Qual é o sentimento de pertencimento?

Pertencer é o sentimento que surge por saber que você faz parte de um grupo. Na pirâmide de Maslow podemos ver como, depois de cobrir as necessidades mais básicas (sobrevivência e segurança), o pertencimento e a filiação constituem o ponto mais importante para um ser humano.

O pertencimento está intimamente ligado à nossa identidade, pois o grupo é, para nós, uma referência de quem somos. Também está relacionado à nossa autoestima, sendo afetado pelo nível de enraizamento e orgulho que sentimos pelo grupo a que pertencemos.

Pertencer nos dá uma sensação de transcendência e segurança, ao saber que fazemos parte de algo além de nós mesmos, que não estamos sozinhos no mundo.

Para as crianças, o sentimento de pertencimento começa a se desenvolver nos primeiros anos de vida, em casa, com os pais e irmãos. Esse será o primeiro grupo do qual farão parte, e seus membros se encarregarão de gerar na criança a sensação de saber que ela é amada, aceita e integrada ao clã.

Longe do que você possa pensar, o sentimento de pertencimento à família não surge de ter personalidades afins ou de compartilhar os mesmos gostos. O segredo é justamente a aceitação e a valorização da família por cada um de seus membros, com seus próprios desejos e preferências diferentes.

O sentimento de pertencimento à família não é um fenômeno fixo, mas evolui, adaptando-se a cada época e a cada família em particular. No entanto, ele sempre será nutrido por raízes, apoio, mutualidade e, por sua vez, independência. Os membros da família precisam se sentir apoiados por seus pares, mas também ser uma entidade separada com gostos diferentes.

Para que serve o sentimento de pertencimento à família?

Ajuda a construir laços fortes e sólidos entre os membros e promove valores como amor, respeito, apoio, empatia e cuidado mútuo. Ao considerar a família uma parte importante de nossa identidade, tenderemos a nos unir e a unir forças.
Sentir-se parte do grupo familiar facilita a compreensão pelas crianças dos conceitos de reciprocidade e generosidade. Elas aprendem de forma natural a cuidar dos relacionamentos como algo valioso, e entenda que viver junto é levar os outros em consideração.
Se a família desenvolver adequadamente o sentimento da criança, no futuro será mais fácil para ela se adaptar e se integrar aos demais grupos de sua vida. Sua satisfação social na escola, em um grupo de amigos ou no trabalho será maior.
Uma criança com bom sentimento de pertencimento à família é cooperativa, amigável e compreensiva com as pessoas ao seu redor. Por isso, é apreciada e valorizada por todos.
Sentir-se incluída em grupo também fará com que a criança construa sua identidade e tenha maior autoconfiança. Este último fator aumentará a autoestima da criança, o que a ajudará a se desenvolver melhor no futuro. Por sua vez, a identidade desenvolverá o sentimento de ser e se sentir valorizada pelos outros.
O componente emocional do sentimento de pertencimento à família fará com que as crianças se sintam orgulhosas de seus pais e queiram imitá-los.
Uma criança com baixo senso de pertencimento tende a se isolar e mostrar dificuldade em fazer amigos. Ela pode ser muito influente ou muito competitiva e será muito crítica consigo mesma e com os outros.

Como promover um sentimento de pertencimento?

Proporcione apego, amor e apoio desde quando as crianças são bebês para que se sintam cuidadas e seguras, e para que percebam que não estão sozinhas e que alguém cuida delas.
Introduza-as na cultura familiar. Conte as mesmas histórias que você ouvia quando era criança ou cante as mesmas canções. Compartilhe os gostos da família: se sua família é esportiva, pratique esportes com as crianças. Se você gosta muito de cozinhar em família, inclua as crianças no processo como se fosse uma brincadeira. Assim, elas também desenvolvem suas próprias habilidades.
Integre-as à família extensa. Tios, primos, avós, antepassados. Todos fazem parte da linhagem familiar da criança e, portanto, de sua identidade. Mostre a ela fotos e conte histórias de família. Organize reuniões ou eventos com a família para que possam conviver com eles.
Atribua tarefas e responsabilidades em casa de acordo com a idade da criança. Dessa forma, promove-se o cuidado de algo tão valioso para todos como o lar, além de aumentar a generosidade por sentir que todos os membros colaboram para o bem-estar dos outros.
Mostre que você ama seus filhos pelo que eles são. É fundamental que as crianças se sintam amadas, apesar de terem gostos diferentes dos da família. Por sua vez, diga aos pequenos que o seu carinho por eles não mudará, não importa o que aconteça.
Valorize suas ideias e opiniões. Sentir-se parte de um grupo envolve ser ouvido, por isso você deve sempre ter em mente o que seus filhos dizem, apesar de serem pequenos. Lembre-se de que uma das bases do sentimento de pertencimento é o apoio e a reciprocidade. Você também pode permitir a tomada de decisões simples.
Cultive o tempo em família. Conversas à mesa em que as opiniões são compartilhadas, organização de planos familiares ou noites de jogos em família. O importante é desfrutar de bons momentos juntos. Além disso, você deve tentar ao máximo fazer atividades que incentivem a cooperação e nas quais a criança se destaque.

A família é o primeiro vínculo que temos desde o momento em que nascemos, por isso o sentimento de pertencimento a esse grupo é essencial para o desenvolvimento dos nossos filhos. Dessa forma, você deve garantir que seu filho se sinta ouvido, incluído, mas acima de tudo amado.