A síndrome da criança dependente das telas
A síndrome da criança dependente das telas ainda não foi abordada em nenhum manual médico ou psiquiátrico. No entanto, sem dúvida, é uma realidade que existe e que está cada vez mais presente na sociedade, visto que há muitas crianças que passam longos períodos de tempo “grudadas” nas novas tecnologias.
Diante dessa situação problemática, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda “substituir os longos períodos em que as crianças pequenas permanecem sujeitas ou engajadas em atividades sedentárias diante de uma tela por jogos mais ativos, garantindo, ao mesmo tempo, que elas tenham um sono suficiente de boa qualidade”.
Da mesma forma, aconselha-se a substituição das telas por livros, histórias, canções, quebra-cabeças, etc. Ou seja, por recursos pedagógicos mais adequados para o correto desenvolvimento dos pequenos.
Com isso em mente, talvez você esteja se perguntando agora: “Será que o meu filho tem a síndrome da criança dependente das telas? O que isso significa? Quais são as consequências?”. Não se preocupe! Ao longo das linhas a seguir, você descobrirá a resposta para todas essas perguntas. Preste atenção e tome nota!
A síndrome da criança dependente das telas
O sedentarismo e a digitalização que caracterizam a sociedade atual estão afetando o estilo de vida adotado pelas novas gerações.
Assim, praticamente desde o momento do seu nascimento, as crianças estão cercadas por uma infinidade de dispositivos eletrônicos que, se não forem tratados com cautela, podem se tornar um verdadeiro problema. Uma das graves consequências da exposição excessiva das crianças às telas é conhecida como síndrome da criança dependente das telas.
Esse é o termo utilizado pela pedagoga e fonoaudióloga Tamara Chubarovsky para se referir ao vício em telas de algumas crianças. Ou seja, o abuso que elas fazem das novas tecnologias, passando grande parte do seu tempo “grudadas” em uma tela, seja da televisão, do tablet, do videogame, do computador, etc.
Quais são as consequências dessa síndrome?
A síndrome da criança dependente das telas prejudica principalmente as crianças em idade pré-escolar, ou seja, aquelas que têm entre 0 e 6 anos e que estão em pleno processo de crescimento e desenvolvimento. Assim, algumas das consequências e dos efeitos negativos que podem ser observados nas crianças que sofrem dessa síndrome são os seguintes:
- Maior risco de sobrepeso por causa do consequente sedentarismo de passar muito tempo diante das telas.
- Perda de agilidade.
- Dificuldade para usar a imaginação e a criatividade.
- Dificuldade para desenvolver habilidades relacionadas à competência linguística.
- Incapacidade de se divertir sem recorrer à tecnologia, demonstrando tédio e apatia nessas situações.
- Pouco interesse pelo ambiente e pelo mundo ao redor.
- Dificuldade para desenvolver a inteligência interpessoal.
- Problemas de sono.
Enfrentando a síndrome da criança dependente das telas
Para lidar com a síndrome da criança dependente das telas, é necessário que mães e pais se comprometam a passar mais tempo com os filhos sem utilizar, para esse fim, as novas tecnologias.
A ideia é realizar atividades lúdicas que estimulem a mente e a criatividade das crianças, tais como ler histórias, cantar canções, brincar de boneca ou com jogos de tabuleiro, preparar receitas simples na cozinha, etc.
Além disso, também é aconselhável fazer alguma atividade física em família, como, por exemplo, caminhar, andar de bicicleta, praticar um esporte, etc. Dessa forma, pretende-se garantir o desenvolvimento físico e mental dos pequenos.
“Quando os pais realmente gostam da companhia de seus filhos, eles se tornam os melhores professores que as crianças podem ter.”
-Glenn Doman-
Mas isso não significa que seja necessário proibir o uso das telas em casa. Afinal, devemos aceitar que as novas gerações pertencem à era digital e essa é uma realidade da qual os pequenos não podem ser privados. No entanto, é necessário ter consciência dos problemas que o abuso e a exposição excessiva a esse tipo de dispositivo podem causar.
Em resumo, é conveniente monitorar e limitar o tempo que as crianças passam diante das telas diariamente e oferecer outras opções de diversão. Que tal colocar essas dicas em prática?
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- Vara Robles, E., Pons Grau, R., Lajara Latorre, F., Molina, S. M., Villarejo Romera, V. y Planas Sanz, E. (2009). Impacto del abuso de pantallas sobre el desarrollo mental. Pediatría Atención Primaria, 11(43), 413-423.