O uso de telas touchscreen altera o sono do seu filho
As crianças que ficam muito tempo jogando em smartphones ou tablets perdem o sono em função das horas de entretenimento que passam em frente às telas touchscreen todos os dias, segundo um estudo britânico que estuda padrões de sono em bebês.
Pesquisadores afirmam que desencorajam a curiosidade, os laços afetivos e o assombro pelo mundo ao redor. Tudo isso deprime com facilidade uma criança sem que possamos perceber.
Cada hora que as crianças passam jogando em frente às telas touchscreen representa 15 minutos a menos de sono.
Ou seja, elas dormem menos a noite, porém, mais durante o dia, evidenciando uma desordem do sono normal, afirmam os pesquisadores de Birkbeck, Universidade de Londres.
Não podemos negar que, em relação à tecnologia, sempre se tem acesso tanto ao seu lado bom como aos seus efeitos nocivos.
Quanto ao uso de aparelhos como smartphones ou tablets, suas contribuições positivas são inegáveis. Entretanto, paradoxalmente, também afastam as crianças da interação com seus iguais.
Muita tecnologia pode distrair
Em relação aos bebês especificamente, forem feitas várias críticas sobre o deslumbramento que causam nos pequenos.
É preocupante ver como deixam de lado o universo da imaginação e como perdem a capacidade de admiração que, sem dúvida, é o presente mais bonito da infância.
Os aparelhos touchscreen são o melhor pretexto para evitar a interação com os outros.
Em uma criança, esses efeitos são maiores, uma vez que perdem a concentração facilmente. O uso exagerado desses aparelhos faz as crianças perderem suas habilidades sociais.
Quando uma criança utiliza um aparelho eletrônico, seu cérebro libera dopamina, o mesmo hormônio de satisfação que o cérebro de uma pessoa adulta libera.
Dessa forma, as crianças se tornam viciadas desde cedo a essa sensação, que infelizmente não encontram nos estímulos cotidianos.
O uso de telas touchscreen possui vantagens e desvantagens
Na outra face da moeda, as crianças que jogam em aparelhos touchscreen desenvolvem facilmente habilidades motoras desde cedo, segundo os especialistas. Para realizar suas pesquisas, eles entrevistaram 715 pais com filhos menores de três anos.
As perguntas feitas pelos pesquisadores aos pais estavam relacionadas à frequência com que seus filhos jogavam em um smartphone ou tablet e aos padrões de sono que seus filhos tinham. As respostas surpreenderam aos especialistas de Birkbeck.
A informação proporcionada pelos pais voluntários mostrou que 75% das crianças utilizam uma tela touchscreen diariamente. 51% delas com idade entre 6 e 11 meses e 92% delas com idade entre 25 e 36 meses.
Em geral, as crianças dormiram aproximadamente 15 minutos a menos por cada hora em frente à tela touchscreen, segundo os pesquisadores.
Essa informação, por sua vez, sugere que os pais devem impor limites à duração desse tipo de entretenimento. Assim, evitam que os pequenos percam horas vitais de sono, entre outras coisas.
Os pesquisadores afirmaram que cada minuto conta quando se trata do desenvolvimento das crianças. Isso porque as horas de sono são vitais para o desenvolvimento.
Telas “espanta sono”
O uso de aparelhos touchscreen, sobretudo antes de dormir, reduz a presença de melatonina, hormônio essencial para conciliar o sono.
Esse fato é considerado um desestabilizador do relógio biológico, ainda mais em crianças.
Os resultados deste estudo não são definitivos. Mas os responsáveis afirmam que é um sinal sugestivo de que as telas touchscreen têm alguma relação com problemas de sono durante a primeira infância, entre muitos outros efeitos.
Ainda que uma criança pareça concentrada ao usar um aparelho eletrônico, na verdade está comprovado que se distraem permanentemente.
Assim, perdem o interesse no que ocorre ao redor e também têm sua curiosidade diminuída. A utilização desses aparelhos diminui a capacidade de atenção, imprescindível para a aprendizagem.
De acordo com os especialistas, a melhor aposta é seguir regras claras e inflexíveis sobre a quantidade de tempo que as crianças podem passar em frente às telas.
E, principalmente, as crianças devem evitar utilizá-las antes da hora de dormir.
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