A amamentação materna e os transtornos de comportamento

A amamentação exclusivamente materna reduz os riscos de transtornos de comportamento nas crianças. É isso que afirma um estudo recente publicado na revista PLoS Medicine.
A amamentação materna e os transtornos de comportamento

Última atualização: 08 setembro, 2018

A pesquisa do estudo publicado pela revista PLoS Medicine envolveu mais de 1.500 crianças, das quais 900 participaram de um estudo de alimentação infantil precoce.

Embora as pesquisas anteriores tenham demonstrado os múltiplos benefícios da amamentação exclusivamente materna para a saúde na primeira infância, os benefícios em longo prazo para o desenvolvimento da criança ainda não ficaram claros.

Esse novo estudo sugere que uma maior duração da amamentação exclusivamente materna está associada com um menor numero de transtornos de comportamento na infância tardia.

A recomendação sobre a amamentação materna

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a amamentação exclusivamente materna durante os primeiros 6 meses de vida, assim como manter a amamentação até os dois anos de idade, combinando-a com a introdução de alimentos sólidos para complementar a dieta.

O leite materno das mães lactantes proporciona todos os nutrientes que os bebês precisam para crescer. Além disso, contém anticorpos que ajudam a protegê-los de doenças infantis, como a diarreia e a pneumonia.

Segundo a OMS, os adolescentes e os adultos que foram amamentados com leite materno, quando bebês, são menos propensos a serem obesos ou a sofrerem de diabetes tipo 2. Além disso, têm maior tendência a obter melhores resultados em provas que avaliam a inteligência. No entanto, a OMS frisa que menos de 40 por cento dos bebês menores de 6 meses de idade são alimentados exclusivamente com leite materno.

transtornos de comportamento

Redução dos problemas de comportamento

De acordo com o estudo, 56 por cento das crianças alimentadas exclusivamente com leite materno são menos propensas a apresentar transtornos de comportamento entre os 7 e os 11 anos de idade, em comparação com aquelas que foram alimentadas com leite materno apenas durante menos de um mês.

Os pesquisadores apontam que os transtornos de comportamento na infância podem levar a comportamentos agressivos ou perturbadores que interferem nas relações de aprendizagem e nas relações com os colegas de turma. Isso pode ocasionar baixa autoestima e outros problemas de comportamento.

Além disso, assinalam que os transtornos de comportamento que se iniciam na infância e persistem até a adolescência estão ligados ao aumento dos comportamentos antissociais (e potencialmente violentos e criminosos), à má saúde mental em longo prazo e ao baixo rendimento acadêmico na idade adulta.

Outros fatores que afetam o bem-estar da criança

Além da amamentação materna, o estudo também examinou outra série de fatores que contribuíram para a saúde geral da criança e seu bem-estar. Por exemplo, os pesquisadores descobriram que o cumprimento da fase pré-escolar e o coeficiente intelectual da mãe eram importantes determinantes para o desenvolvimento cognitivo da criança.

Na prática, as crianças que receberam educação pré-escolar durante pelo menos 1 ano foram 74 por cento mais propensas a ter uma maior função executiva. Os pesquisadores ressaltaram que a função executiva influencia tanto no sucesso educacional quanto no êxito social. Além disso, as crianças que foram estimuladas em casa através de brincadeiras eram 36 por cento mais propensas a ter pontuações mais altas na função executiva.

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Algumas considerações a respeito da amamentação exclusivamente materna

A amamentação materna deve começar a partir da primeira hora após o nascimento do bebê. E deve ser realizada sempre que o bebê pedir, sem horários fixos nem restrições. Além disso, a mãe, assim como a família, deve receber ajuda e apoio para manter as práticas adequadas de amamentação. ao mesmo tempo, também é preciso receber informação sobre os benefícios para ela e para o bebê de manter a amamentação materna.

É necessário que a mãe esteja consciente de que a amamentação materna é uma das maneiras mais eficazes de garantir a saúde e a sobrevivência das crianças. A amamentação materna é a forma mais saudável de alimentar o bebê. Qualquer quantidade de amamentação materna tem um efeito positivo. Mas quanto mais tempo a mãe amamentar, mais longa será a proteção do bebê e maiores os benefícios para ele.

No entanto, embora a amamentação materna seja uma função natural do corpo, é preciso ter prática e paciência. Porque pode acabar sendo frustrante devido às numerosas complicações físicas e influências sociais.

Além disso, os estudos constataram que a amamentação prolongada está relacionada com um grau de inteligência superior, a uma permanência mais duradoura nos estudos e a rendimentos maiores na idade adulta.  


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