A autocrítica e a vergonha nos adolescentes

Descubra a seguir tudo o que você precisa saber sobre a autocrítica e a vergonha na adolescência e anote nossos conselhos para pais e filhos.
A autocrítica e a vergonha nos adolescentes
Fátima Servián Franco

Revisado e aprovado por a psicóloga Fátima Servián Franco.

Escrito por Equipo Editorial

Última atualização: 22 junho, 2019

Reconhecer os próprios erros e fracassos não é um hábito comum. Na maioria dos casos, as pessoas se concentram em exibir suas conquistas e virtudes, e não em reconhecer os aspectos que precisam melhorar. No entanto, sempre avaliamos tudo. Portanto, a autocrítica não é um evento isolado.

Em geral, é difícil encontrar o equilíbrio entre o certo e o errado. Especialmente quando se trata de emitir julgamentos sobre nós mesmos. Na adolescência, isso pode ser ainda mais complicado.

Como diz o ditado popular “O macaco não olha o próprio rabo, mas olha o da cotia”. Isso significa que é mais fácil criticar outras coisas do que nos avaliar e reconhecer o que devemos melhorar e por que devemos mudar isso ou aquilo.

Uma autocrítica deficiente pode causar problemas em nossos relacionamentos interpessoais, incluindo o relacionamento com nossos filhos.

a vergonha em adolescentes

Como a formação do adolescente é afetada?

A identidade está em plena formação, então os altos e baixos são normais e necessários. Para isso, é preciso preparar os adolescentes para a autocrítica. Mesmo que no início eles possam sentir um pouco de vergonha.

Uma autocrítica saudável permitirá que se avaliem e cresçam como pessoas saudáveis e fortes. É claro que não é possível dominá-la da noite para o dia, então eles precisarão de alguma orientação e apoio até que aprendam a ser equilibrados com os julgamentos e opiniões que dão, especialmente sobre si mesmos.

Uma autocrítica excessiva pode provocar o perfeccionismo e também causar uma baixa autoestima. Os adolescentes que são excessivamente críticos consigo mesmos podem pensar que não são tão bons quanto os outros, que vão fracassar em tudo e assim por diante.

Algumas palavras para os pais

Uma das situações ou sentimentos mais comuns que seus filhos adolescentes podem sentir é a timidez.

Muitos adolescentes não se atrevem a falar na frente de outros jovens ou adultos. Eles não se envolvem nas atividades feitas por outras pessoas da mesma idade e inclusive falar ao telefone pode significar um grande desafio para eles, ou até mesmo pedir informação sobre um endereço para alguém na rua.

Quando não encontram uma maneira de se enturmar, podem começar a ser muito reservados e se isolar em seus quartos, porque sentem que não devem ser expostos, e sentem medo ou vergonha de que os outros os vejam ou os descubram fazendo alguma atividade. Inevitavelmente, eles prestam muita atenção no que os outros dizem.

Outra situação é que esse sentimento de vergonha e autocrítica excessiva pode fazer com que falhem nos estudos. Pode ser um adolescente brilhante, mas sendo tão meticuloso nos estudos e nos trabalhos escolares acaba criando um desequilíbrio que pode sobrecarregá-lo.

Como os pais podem ajudar?

Uma das primeiras coisas que os pais podem fazer para que a autocrítica excessiva e a vergonha não atrapalhem seu filho é:

  • Reconheça a situação. Não aborde o assunto com a justificativa de que “já vai passar”. Faça um esforço para que esta situação que seu filho está enfrentando não se torne um muro ou um obstáculo na sua relação familiar ou escolar.
  • Evite a superproteção, pois isso pode atrapalhar o desenvolvimento social do seu filho.
  • Aprenda a ouvir seu filho. Deixe que compartilhe o que sente e não o subestime. O que para os adultos pode ser trivial, para eles pode ser um grande problema.
  • Seja positivo. Elogie as coisas que ele fez bem. Mantenha um ambiente descontraído na sua família para que as tensões do dia a dia não sejam um peso adicional.
  • Invista em tempo de qualidade e faça atividades em família. Não se esqueça de que seu filho está no processo de criar sua própria identidade. Em algum momento, ele vai precisar avaliar a si mesmo ou ter autocrítica. Como pais, somos responsáveis por dar a orientação necessária de forma equilibrada.

Como enfrentar a autocrítica se você é adolescente?

Como a adolescência é um estágio primordial em seu desenvolvimento pessoal, é importante que prestar atenção a esses conselhos:

defenda sua opinião

1. Aprenda a ouvir

Pode parecer algo sem fundamento, mas uma das coisas que causam vergonha nos adolescentes é não saber o que responder.

Se você fizer uma pausa e refletir sobre o tema da conversa ou a pergunta que foi feita, você pode responder de uma maneira simples, e se não souber nada sobre o assunto, pode perguntar “O que você quer dizer?”; não há motivo para que isso faça você se sentir diminuído.

Afinal, quem não pergunta não resolve a dúvida. E embora você possa consultar depois sozinho na internet, o mais saudável é que você pergunte e se relacione com os outros.

2. Reconheça o problema

O problema existe e ignorá-lo não o fará desaparecer, portanto o mais saudável é reconhecê-lo e buscar uma solução. Converse com alguém de sua confiança e expresse suas ideias, essa pessoa pode te ajudar a encontrar as ferramentas necessárias para que você se sinta melhor e supere a situação.

3. Evite se isolar e defenda a sua opinião

Se você não concorda com algo, se expresse com calma. Você não precisa se calar nem atropelar os outros, mesmo que estejam errados. Por outro lado, você não tem que concordar com tudo apenas para tentar agradar.

Tente ser equilibrado. Não idolatre os outros, nem os menospreze. Todo mundo tem seu lado brilhante e seu lado obscuro. Inclusive você. Em suma, todos somos tons de cinza, então você não precisa ir aos extremos.

À medida que se aproxima da idade adulta, você terá mais coragem para enfrentar outras situações. E se você conseguir que sua formação seja equilibrada durante a adolescência, a autocrítica não será um problema maior.

Com o tempo, você conseguirá uma identidade sólida que te ajudará a se sentir confortável, seguro e confiante. Portanto, você vai poder estabelecer vínculos saudáveis e ter relacionamentos pessoais de qualidade.


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