Afogamento em crianças: como agir?

Estima-se que o afogamento seja a segunda maior causa de morte infantil nos países desenvolvidos. Vamos falar sobre como reagir diante de um acidente desse tipo.
Afogamento em crianças: como agir?

Escrito por Equipo Editorial

Última atualização: 04 dezembro, 2020

Agora que o verão está começando, o afogamento em crianças passa ser um medo presente em praticamente todos os pais, pois os pequenos tomam banho de mar e de piscina com mais frequência. Embora na maioria das vezes as crianças estejam sob vigilância, qualquer momento ou descuido pode ser o suficiente para haver um acidente. Em países desenvolvidos, estima-se que o afogamento em crianças seja a segunda maior causa de morte.

Nesses casos, o principal é manter a calma o máximo possível e agir com a maior rapidez e eficiência. Para isso, conhecer o procedimento a ser seguido pode ajudar a proceder de forma um pouco mais mecânica sem perder o controle. Por esse motivo, vamos contar aqui como agir diante do afogamento em crianças.

O que é um afogamento?

O afogamento é definido como a incapacidade total de respirar, ou seja, de introduzir ar nos pulmões. Embora isso possa ocorrer por uma série de razões, nesse caso vamos nos concentrar no afogamento na água. Assim, é esse líquido que vai ocupar as vias aéreas sem deixar espaço para a entrada de ar. Quando isso acontece, o corpo como um todo deixa de receber oxigênio. Por isso, perde-se a consciência rapidamente.

Afogamento em crianças

Quando ocorre o afogamento em crianças?

Na maioria das vezes, as crianças não precisam passar muito tempo sem supervisão para que essas situações aconteçam. Bastam alguns segundos para que elas percam a estabilidade na água ou escorreguem e caiam em uma piscina para que esse desagradável acidente ocorra.

Além disso, também não é necessário que se trate de praias ou piscinas profundas. Estima-se que cerca de 30 cm de profundidade são suficientes para que ocorra um afogamento.

É por isso que o mais importante para prevenir esse tipo de acidente é nunca parar de vigiar as crianças enquanto elas estiverem dentro ou perto da água. Além disso, também não devemos ficar longe delas, mesmo que possamos observá-las. Nesse sentido, ao perceber alguma situação estranha, vamos demorar menos para chegar até o local onde elas estão e agir.

O que fazer diante do afogamento em crianças?

Não importa quantas vezes se repita: o mais importante nesses casos será a rapidez com que agirmos. Portanto, assim que percebermos algum comportamento estranho da criança na água, é fundamental verificar o que está acontecendo. Muitas vezes, as crianças não pedem socorro, mas fazem alguns movimentos para tentar tirar a cabeça da água, sem sucesso, e acabam ficando esgotadas.

Primeiro passo

Se observarmos que uma criança está se afogando, a primeira coisa que devemos fazer é pedir ajuda para tirá-la da água o mais rápido possível, sem nos colocarmos em risco. No caso de piscinas e locais com vigilância, devemos pedir ajuda ao salva-vidas, pois ele conhecerá o protocolo de ação.

Segundo passo

Uma vez que a criança for retirada da água, devemos colocá-la em um lugar seguro. Nesse ponto, o que devemos fazer é verificar se a criança está consciente. Para isso, é preciso verificar se ela responde a estímulos. Podemos chamar seu nome, dar um tapinha e até mesmo sacudi-la suavemente para verificar sua resposta.

Em qualquer dos casos, devemos avisar os serviços de emergência para que venham fazer um exame mais detalhado a fim de verificar se está tudo bem. Nesse caso, duas coisas podem acontecer:

  • A criança pode responder aos estímulos, o que significa que ela está consciente. Então, devemos colocar a criança na posição lateral de segurança. Isso deve ser feito para que, em caso de vômito ou necessidade de expelir água, a criança não engasgue por estar deitada de barriga para cima. Além disso, também temos que remover as roupas molhadas e cobri-la, caso ela esteja em risco de hipotermia.
  • A criança pode não responder aos estímulos. Seu nível de consciência pode ser baixo ou nulo. Se ela estiver inconsciente, devemos verificar rapidamente se está respirando ou não. Para isso, devemos aproximar o nosso rosto do seu nariz e observar os movimentos respiratórios do seu tórax. Se a criança estiver respirando, devemos agir da mesma forma que agiríamos se ela estivesse consciente, colocando-a em uma posição de segurança e garantindo que ela esteja segura e confortável enquanto esperamos pelos serviços de emergência.
Afogamento em crianças

Terceiro passo

Se a criança estiver inconsciente e sem respirar, o terceiro passo será realizar uma manobra urgente de RCP (manobra de reanimação cardiopulmonar). Para fazê-la corretamente, é preciso seguir estes passos:

  1. Colocar a criança deitada de barriga para cima em uma superfície firme e segura.
  2. Abrir as vias aéreas. Isso é feito segurando a testa da criança e empurrando-a para trás, de modo que o ar possa entrar bem nos pulmões.
  3. Fazer 5 insuflações. Isso significa introduzir o ar nos pulmões da criança. Para isso, cobrimos toda a região da boca e do nariz da criança com a nossa boca e sopramos o ar 5 vezes, de forma profunda.
  4. Fazer um minuto de compressões torácicas. Isso deve ser feito no centro do peito, no meio de uma linha imaginária que traçamos entre os seus dois mamilos. Devem ser compressões vigorosas o suficiente para fazer o coração bombear o sangue manualmente.
  5. Uma vez que forem feitas as respirações de resgate e as compressões por um minuto, devemos solicitar a ajuda dos serviços de emergência, se estivermos sozinhos. Se houver mais pessoas por perto, elas já deveriam ter alertado os serviços de emergência nesse momento.
  6. Devemos continuar alternando compressões com insuflações. Assim, fazemos 30 compressões e alternamos com duas insuflações. Devemos continuar fazendo essa manobra até a chegada dos serviços de emergência ou até que tenhamos a certeza de que a criança começou a respirar sozinha.

Quanto ao afogamento em crianças, você deve saber que…

É uma situação muito perigosa que, infelizmente, ocorre com frequência no verão. Por isso, sempre devemos estar atentos aos nossos filhos na praia ou nas piscinas, ficando perto deles. Em caso de acidente, será fundamental manter a calma o máximo possível, pedir ajuda, avisar os serviços de emergência e agir de acordo com os passos que descrevemos.


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