Aprenda a se despedir do seu filho quando for trabalhar
Quando você sai para trabalhar sem se despedir do seu filho, você o deixa confuso. Ele não entende como agora pouco estava com a mamãe por perto e, de repente, como num passe de mágica ela desapareceu.
Quando nossos filhos são pequenos e nós precisamos sair de casa, frequentemente nos aproveitamos de um momento de distração deles para abrir a porta e desaparecer como num passe de mágica.
Fazemos isso para evitar que a criança nos veja sair e comece a chorar. Inclusive, às vezes pedimos para alguém distrai-la para podermos sair antes que ela perceba.
No entanto, isso é um grande erro, pois o ideal é aprender a se despedir antes de sair de casa. Para o seu bebê, vai ser difícil se desapegar de você nos primeiros anos de vida.
Mas, após essa fase, ele vai compreender que sua partida vai ser breve e que logo você vai voltar para casa para continuar cuidando dele.
Dizer tchau é mais do que necessário
É muito provável que o bebê não goste da ideia de você sair de casa e, com certeza, vai chorar nesse momento.
Mas essa atitude é mais do que normal, é saudável, já que ele está demonstrando seus sentimentos.
Não se deixe levar pelo choro! Ou pelo menos tente não se deixar levar.
A ideia é aos poucos tentar diferentes formas de se despedir até encontrar a mais adequada ao seu filho, aquela que faça com que ele entenda que, mesmo que você sair, vai voltar em breve.
Quando você cria o hábito da despedida, seu filho consegue associar que você vai sair, mas que logo voltará. Assim, você vai conseguir evitar que o bebê fique em casa chorando.
A despedida é importante porque ajuda o bebê a assimilar melhor o processo de separação.
Geralmente, diante de qualquer situação de separação da mamãe, as crianças choram desesperadamente.
Se seu filho chora todas as vezes que você o deixa aos cuidados de outra pessoa, você vai se sentir tão mal que vai chegar ao ponto de preferir não se separar dele. Mas dessa forma apenas piorarmos a situação.
Aos poucos e com paciência, você precisa conseguir fazer com ele se acostume a ficar longe de você.
E, apesar de não acreditar nisso agora, o momento de se despedir também vai se tornar menos angustiante para você, já que vai poder sair de casa sabendo que não precisou usar nenhuma artimanha para enganar o seu pequeno.
A despedida é um ritual
Tente não ficar angustiada pelo “sofrimento” do pequeno. Compreenda que o choro, nesse momento, faz parte de uma fase natural do desenvolvimento. Uma fase pela qual a maioria das crianças precisa passar.
Também não pense que vai ser assim a vida toda. Um dia, de repente, seu pequeno vai se soltar de você e vai ficar encantado em conhecer pessoas novas. A ideia é que isso aconteça de forma natural, sem representar um trauma para a criança.
Também é positivo tentar fazer com que todos os dias a criança passe alguns momentos com outras pessoas do meio familiar, como avós, tios, amigos. Esse processo vai ser menos dramático se você também estiver presente no começo.
A partir do momento em que a criança começar a confiar em outras pessoas e se divertir ao lado delas, vai ser mais fácil ficar sem você. Pois também vai se lembrar de momentos bons que já passou com essas outras pessoas.
A criança não deve se acostumar apenas a ficar com outras pessoas, mas também a ficar sozinha. Assim, o próximo passo para que isso aconteça é que você não esteja presente.
Deixe-a no berço com alguns brinquedos e saia do quarto por alguns instantes. Mas, é claro, fique por perto caso aconteça algo ou a criança comece a chorar.
No começo, ela vai chorar um pouco. Mas vai acabar encontrando seus brinquedos e se distraindo. Você vai ver como a criança vai rapidamente começar a brincar com eles.
Mamãe, mesmo que seja difícil, diga tchau!
Coloque um sorriso no rosto. Seu pequeno não pode te ver angustiada nem preocupada com a reação dele.
E, sobretudo, não volte atrás. Mesmo que você o ouça chorar, siga em frente e não prolongue a despedida.
Sinta-se confiante, pois você está deixando seu filho em boas mãos. Nada de mau vai acontecer com ele.
Procure estabelecer limites e fazer com que a criança entenda que você precisa deixá-la sozinha em alguns momentos. Por exemplo, quando você vai tomar banho ou cozinhar.
Nunca engane!
E, sobretudo, nunca saia escondida, nem minta dizendo que vai voltar logo em seguida se você não vai poder cumprir essa promessa.
Agindo dessa maneira, você só vai fazer com que seu filho desconfie de você e viva angustiado com a sua ausência.
Muitas mães costumam sair de casa escondidas dos filhos para que eles não sofram quando as veem sair. Mas essa atitude não é positiva para as crianças.
Nessas ocasiões, convém explicar à criança, não importa a idade que ela tiver, que a mamãe vai sair, por exemplo, para trabalhar e dizer “tchau”.
Caso contrário, a situação vai ser confusa para a criança. Ela pode interpretar que a mamãe foi embora para sempre, desapareceu ou não existe mais.
Isso porque as crianças ainda não possuem a capacidade mental de compreender que você está em outro lugar. Assim, é preciso ensiná-las a entender isso.
Uma brincadeira muito legal é aquela que a mamãe esconde o rosto e pergunta: “onde está a mamãe?”. É uma brincadeira simples, mas que pode servir para simbolizar a ausência.
O bebê entende a intenção das coisas que são ditas para ele, além do tom de voz e da sensação transmitida, mesmo que não consiga colocar isso em palavras.
Por isso, é importante conversar com tranquilidade, explicar que você vai sair, mas também que vai voltar.
Pouco a pouco, seu filho vai entendendo como funciona essa situação e a separação se torna menos traumática.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Guerra, V. (2007). Papel de la triadificación-terceridad en el proceso de separación durante el primer año de vida. Revista de la APPIA, 16.
- Kimelman, M., & González, L. (2013). Psicopatología del bebé. Psiquiatría del Niño y del Adolescente, 2, 337-432.