As fases do desenvolvimento maturacional

As fases do desenvolvimento maturacional têm características próprias. Saiba mais sobre elas neste artigo e, assim, acompanhe o desenvolvimento do seu filho.
As fases do desenvolvimento maturacional

Escrito por Equipo Editorial

Última atualização: 28 janeiro, 2021

As fases do desenvolvimento maturacional e psicoafetivo das crianças têm características próprias e, gradualmente, permitem que os pequenos atinjam uma estrutura estável por meio de aquisições e conquistas do desenvolvimento.

O caminho percorrido por uma criança desde a dependência total até a independência (tanto física quanto psíquica) é longo e requer o apoio e o acompanhamento dos pais. É importante conhecer as fases do desenvolvimento maturacional para poder detectar se há algum desvio da normalidade.

Quais são as fases do desenvolvimento maturacional?

Ao avaliar o desenvolvimento das crianças, não podemos generalizar e falar sobre o “normal” e o patológico, exclusivamente. A saúde não é definida somente como a ausência de doença, mas sim como um estado de bem-estar, tanto físico quanto psicológico, influenciado pelo ambiente social e familiar específico.

Então, é por isso que devemos sempre avaliar o indivíduo como um todo antes de fazer qualquer diagnóstico. O desenvolvimento das crianças é um processo complexo que apresenta diversas fases de desenvolvimento:

  • Aquisição de funções adaptativas e instrumentais. Essa fase é dividida em quatro áreas:
    • Psicomotricidade.
    • Inteligência.
    • Linguagem.
    • Socialização.
  • Desenvolvimento psicoafetivo. É a estruturação do seu aparato psíquico. Isso permitirá que a criança alcance a independência psicológica e afetiva dos pais e tenha uma identidade própria no final da adolescência.

Ambos os processos estão relacionados entre si, influenciam um ao outro, mas não são lineares. Há avanços e retrocessos, e eles não têm os mesmos ritmos de evolução.

Desenvolvimento até os 15-18 meses

Para poder diferenciar entre o normal e o patológico, é necessário avaliar uma série de fatores:

  • Idade cronológica da criança.
  • Fase evolutiva na qual ela está.
  • Estrutura psíquica desenvolvida.
  • Tipo de vínculo estabelecido com os pais.

Fases do desenvolvimento maturacional

Desenvolvimento até os 15-18 meses

O recém-nascido é completamente dependente da mãe, tanto física quanto psicologicamente. Ele é completamente indefeso diante de todos os estímulos, e é a sua mãe que, através do binômio mãe-bebê, organiza todas essas sensações.

As manifestações do bebê diante de qualquer estímulo são somáticas (chorar, chutar, etc.), e isso permitirá que a mãe responda às suas necessidades e fortaleça o relacionamento. Nessa fase do desenvolvimento maturacional, o bebê não faz distinção entre a mãe e ele.

“À medida que o funcionamento mental da criança evolui, ela começa a diferenciar as outras pessoas, e é em torno do oitavo mês de vida que ela começa a diferenciar a mãe e o seu entorno mais próximo de estranhos”.

A simbiose mãe-bebê desaparece para dar lugar a uma relação objetal, já que a mãe é o primeiro objeto de amor essencial para o bebê. Nesse momento, a ausência da mãe causará angústia.

Nesse período, dois fatos fundamentais acontecem:

  • Aparecimento da linguagem.
  • A deambulação.

Ou seja, o bebê consegue pedir e nomear as coisas, assim como se deslocar pelo ambiente ao seu redor de forma autônoma, sem depender de um adulto.

A resposta da mãe a esses avanços é fundamental, uma vez que ela pode estimular o bebê, incentivando a sua curiosidade, ou então bloqueá-lo, diante do medo de possíveis perigos e riscos.

Nessa fase, também são estabelecidos horários claros de sono diurno e noturno, além de um padrão de alimentação sólida.

Desenvolvimento entre os 2 e os 3 anos

Esse período é caracterizado por uma grande atividade psíquica, que se reflete em uma mudança de atitude e comportamento da criança. Surge o controle do esfíncter, e isso é alcançado quando a criança está neurologicamente madura.

O jogo simbólico também aparece, isto é, a capacidade de brincar de “faz de conta”. Nessa fase, a criança quer fazer mais coisas por conta própria e, toda vez que consegue, isso é um reforço para a sua autonomia.

Também nesse período aparece a aquisição de regras. Essas regras são representadas pelas primeiras proibições dos pais diante do aumento das habilidades motoras da criança. Assim, surgem as primeiras noções sobre o que é certo ou o que é errado.

Diante das primeiras frustrações por não conseguir tudo o que se deseja, surgem a birra e a teimosia, na famosa fase do “não”.

Desenvolvimento entre os 2 e os 3 anos

Desenvolvimento entre os 4 e os 5 anos

Essa fase é caracterizada pela passagem da relação dual para a triangular. O aparato psíquico da criança já está mais estruturado, e ela reconhece a relação entre os pais. Assim, ela não se considera mais o centro do mundo. A partir de agora, o relacionamento não será mais filho-mãe ou filho-pai, mas sim filho-mãe-pai.

Esse fato é fundamental para o desenvolvimento da criança, uma vez que ela não vai mais se considerar essencial para o bem-estar dos pais, o que permitirá o início da sua socialização.

Nesse momento, a internalização da diferenciação sexual também ocorre. As diferenças sexuais anatômicas são incorporadas ao nível psíquico.

É necessário evitar que as crianças se concentrem nos comportamentos estereotipados que aparecem nessa fase. Esses comportamentos respondem, basicamente, à questão dos papéis sexuais.

Nessa etapa, também aparecem as primeiras perguntas sobre a sexualidade (“como são feitos os bebês”, por exemplo), bem como os primeiros comportamentos masturbatórios, que são práticas normais.

Você só tem que explicar para a criança onde e quando elas podem ser realizadas, bem como responder às suas perguntas com veracidade (com informações adaptadas ao seu nível de desenvolvimento).

Fase de latência: dos 6 aos 10 anos

Essa fase é caracterizada pela socialização e aprendizagem escolar. Assim, os pais devem tolerar e incentivar as relações sociais dos filhos, permitindo que façam atividades com os seus pares, por exemplo.

Os amigos se tornam essenciais e permitem que a identidade e a personalidade da criança sejam consolidadas. Além disso, a criança se torna sensível e preocupada com a sua privacidade, e seus confidentes não serão mais os pais, mas sim seus amigos. Contudo, essa mudança não deve ser encarada como falta de confiança, mas sim como um desenvolvimento da autonomia.

Essa é a fase das operações concretas. As crianças começam a lidar com conceitos espaciais, temporais e numéricos, o que permite aprofundar o aprendizado escolar. Este é um dos marcos mais importantes dessa fase.

Puberdade e adolescência: dos 11 aos 18 anos

Nessa fase, um grande número de mudanças físicas e psíquicas acontece. O corpo muda e cresce, as características sexuais primárias e secundárias se desenvolvem, e o fim da infância inevitavelmente ocorre, dando origem a um período de luto.

Puberdade e adolescência: dos 11 aos 18 anos

Há uma crise de identidade na qual o adolescente não fica mais satisfeito como antes. Ele se refugia em seu grupo de amigos e se rebela contra os valores do mundo adulto.

Além disso, surgem as primeiras relações sentimentais e sexuais, produzindo acesso à sexualidade adulta com todas as suas consequências.

Em relação às fases do desenvolvimento maturacional, lembre-se de que…

A criança é um indivíduo em constante evolução. Nesse sentido, é essencial que você tenha todas as informações sobre cada fase para poder acompanhá-la nesse processo.

Transtornos adaptativos (transitórios) podem ocorrer em qualquer fase do desenvolvimento maturacional. Isso ocorre principalmente devido às dificuldades normais de desenvolvimento. Consulte o seu pediatra sobre qualquer dúvida que você tiver sobre o assunto e acompanhe o seu filho ou sua filha durante todo o processo desenvolvimento.


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  • Escudero, C. (2012). Las etapas del desarrollo madurativo. Form Act Pediatr Aten Prim. 2012; 5(2): 65-72.

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