Carinho forçado: Por que você não deve forçar seu filho a beijar adultos?
Mas será que está certo forçar seu filho a estabelecer um contato físico ou emocional que ele não quer? Qual é mensagem que a criança recebe sobre os limites pessoais quando agimos desse jeito? Carinho forçado: sim ou não?
Carinho forçado, uma lição errada para a criança?
Muitas pessoas acreditam que o carinho forçado só tem a desvantagem de ensinar as crianças a confundir os seus sentimentos, manipular os outros ou perder carinho, mas elas estão enganadas. O afeto forçado também lhes ensina que não elas são donas do próprio corpo e que qualquer adulto pode forçá-las a fazer algo que não querem.
Da mesma forma, Katia Hetter, autora do artigo da CNN chamado “Eu não sou dono do corpo do meu filho” (tradução livre), diz que o carinho forçado é capaz de forçar a criança a tocar as pessoas quando não querem, tornando-as vulneráveis ao abuso sexual.
Embora essa afirmação possa parecer exagerada, se não ridícula, a psicologia infantil se manifestou sobre esta questão a fim de comprová-la. Assim, Nichole M. argumentou que, dessa forma, quando se “viola a zona de conforto de uma criança”, ela pode aprender a aceitar qualquer um nesse espaço incômodo.
Uma criança nunca deve ser tocada caso se sinta desconfortável, mesmo que sejam membros da família. Você nunca deve forçá-la a beijar ninguém. Os beijos e abraços são dela e não são obrigatórios. As crianças escolhem a quem e quando mostrar o seu afeto e os adultos devem respeitar. Pois o corpo e a decisão são delas.
Katia Hetter
A especialista da CNN também afirmou que forçar as crianças a mostrar carinho quando não querem tem um impacto nas suas relações durante a adolescência. Isso porque “se você ensinar uma criança a usar o corpo para satisfazer alguém por causa da autoridade, ela fará o mesmo sob a autoridade de qualquer um”
Como agir nesses casos?
O que é melhor do que se tornar um modelo para o seu filho? Não tenha vergonha de pedir para os adultos deixarem a criança em paz e não a obrigue. É importante que se respeite e priorize os desejos da criança.
Daí a importância dos pais de se imporem e colocarem limites capazes de favorecer as relações. Mas sempre levando em conta as necessidades da criança com o seu ritmo de adaptação pessoal. De maneira nenhuma ofenda ou ridicularize uma criança, nem permita que outros façam isso.
Ensine seu filho a respeitar o seu próprio corpo
É essencial para ensinar as crianças a respeitar seu próprio corpo. Para isso, é necessário que aprendam os limites relativos de todas as pessoas estranhas que invadem seu espaço pessoal.
Portanto, é necessário que o pequeno entenda que nunca se deve permitir ser tocado caso isso o faça se sentir desconfortável. É ele quem deve tomar suas próprias decisões sobre seu corpo e determinar quem tem permissão ou não para entrar no seu espaço pessoal.
Para isso, é importante fazer com que a criança se sinta livre para escolher. Explique que ela tem o poder de escolha para dar ou receber um beijo ou um abraço, visto que não é algo imposto e muito menos obrigatório. Ensiná-la a ouvir os próprios sentimentos é o pontapé inicial.
Fechar a ferida do familiar rejeitado
Recusar-se a mostrar afeto não pode ser equiparado ao mau comportamento, nem a apresentar certa falta de educação ou respeito. Katia Hetter indica que as crianças podem ser educadas e respeitosa, ainda mantendo limites pessoais. “Modos – tratar as pessoas com respeito e carinho – é diferente de exigir demonstrações físicas de afeto”.
O primeiro passo, então, é explicar a nossa política para todos que estão ao redor, para que sejam capazes de aceitar essa postura. Embora essa decisão signifique mais trabalho, você pode conseguir que todos apreciem verdadeiramente todo o carinho dado pela criança.
Uma excelente alternativa para cumprimentar seus entes queridos com menos intimidade é substituir os beijos e abraços com um aperto de mãos ou um cumprimento batendo as mãos “toca aqui!”. Se seu filho é tímido, essas fórmulas são ideais para que ele trate as pessoas com respeito e carinho.
Como se pode perceber, você não precisa se frustrar ou se preocupar com o seu filho porque ele não quer cumprimentar essa pessoa que tanto ama. Você pode simplesmente conversar com a família ou ensinar ao seu filho outras maneiras de cumprimentar para expressar o seu carinho. Não é uma imposição, e sim uma tentativa de resolver o problema juntos.
E você, qual é a posição que tem a respeito do que é conhecido como carinho forçado? O que você acha dessa visão do assunto? Quais soluções você encontrou para esta situação desconfortável cotidiana?
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