Quais são as causas da gagueira?
A fala começa com um balbucio e depois se torna mais complicada com sílabas e combinações de palavras. Mas quando a interrupção repentina de uma ideia deve nos preocupar? Quando a repetição de uma sílaba nos sinaliza que há algo mais? A chegada da fala nas crianças costuma ser muito esperada pelos pais. Isso faz com que se viva com uma atenção (e tensão!) muito particular. No entanto, a gagueira ocasional é mais frequente do que pensamos, embora seja necessário estar atento a alguns sinais de alerta.
Continue lendo e descubra o que é.
O que é gagueira e quais são suas causas?
A gagueira é um distúrbio da fluência verbal que é evidente no ritmo da fala. Como consequência, surgem repetições, verbalizações prolongadas, dificuldades para iniciar uma frase ou interrupções bruscas.
Embora, na maioria dos casos, a pessoa saiba o que quer dizer, tal situação gera desconforto e pressão. Portanto, a tentativa de se comunicar implica um esforço maior. É assim que o comportamento pode surgir para evitar tal situação, que causa retraimento, inibição ou vergonha.
A disfemia – também conhecida como gagueira – geralmente tem seu início por volta dos 3 anos de idade. Pois bem, é nessa fase que a maioria das crianças consegue combinar várias palavras para se expressar. Este distúrbio ocorre em até 5% da população infantil.
Causas da gagueira
A maioria das pesquisas relata que a gagueira não se deve a uma única causa, mas à interação de múltiplos fatores. Embora estas não sejam totalmente claras, origens genéticas, fisiológicas ou psicológicas são atribuídas ao transtorno:
- Causas genéticas: quando há histórico em parentes de primeiro grau, há grandes chances de sofrer com isso.
- Causas fisiológicas: referem-se a alguns inconvenientes ou alterações no controle motor da fala que implicam em dificuldades de coordenação motora, gestão do tempo e aspectos sensoriais.
- Causas psicológicas: como resultado de alguma experiência traumática, a disfemia também pode se desenvolver.
A essas causas, deve-se somar a gagueira como consequência de outros tipos de problemas, como ter sofrido um AVC.
Por outro lado, como aponta Sangorrin (2005), a grande maioria das pessoas que gaguejam não apresenta nenhum sintoma psicopatológico, nem possui um perfil psicológico particular. O que foi detectado é a comorbidade com síndrome de Down ou transtornos de ansiedade.
Como diferenciar a gagueira de outras dificuldades de fala?
Organizar ideias, concentrar-se no que dizemos e se fazer entender são atos que podem ser extremamente difíceis, principalmente para quem está aprendendo a falar. Na maioria das vezes são dificuldades transitórias que desaparecem com a prática. No entanto, também é verdade que a detecção precoce permite uma abordagem oportuna com menos frustração para a criança. Então, vejamos alguns sinais de gagueira transitória e outras que requerem monitoramento próximo.
Você deve prestar mais atenção a comportamentos como os seguintes:
- Quando a criança expressa uma certa tensão ou nervosismo ao falar. Ou seja, quando faz um esforço adicional.
- Se aparecerem alguns tiques, movimentos, toques ou brincadeiras com as mãos, tensão nos lábios ou evitação do contato visual.
- Caso problemas de fluência persistam por mais de 6 meses.
- Se houver histórico familiar de gagueira.
- Se ocorrer com outros problemas de desenvolvimento de fala ou linguagem.
Você não deve se alarmar se seu filho…
- Usar algumas palavras de palavras de preenchimento. Por exemplo, “ummm”.
- Apresentar problemas de fluência, mas superá-los antes dos 6 meses.
O que podemos fazer contra a gagueira?
A gagueira muitas vezes causa nervosismo e leva à inibição em situações de comunicação. Por exemplo, a criança pode se recusar a iniciar uma conversa ou limitar-se a expressar apenas o que é necessário. No entanto, como interlocutores, podemos ajudar a evitar que isso aconteça e favorecer um ambiente propício para que a criança se sinta tranquila e possa se expressar.
Algumas das recomendações para ajudar crianças com gagueira são as seguintes:
- Incentive-as a praticar a fala. Por exemplo, elas podem fazê-lo através de solilóquios. Dessa forma, exercitam a tentativa e o erro e enfrentam uma situação temida, mas sem as consequências e o desconforto de estar na frente de outras pessoas.
- Respeite seu tempo e seja paciente. Além de mostrar assertividade, também implica em ações empáticas e respeitosas, como evitar completar frases para elas.
- Seja um exemplo como palestrante. Por exemplo, fale devagar e completamente.
A gagueira envolve muito mais do que a fala
A conscientização sobre a importância do enfrentamento da gagueira caminha lado a lado com a reparação das consequências psicológicas e sociais que ela gera quando é crônica. Algumas delas são insegurança, baixa autoestima, isolamento e retraimento.
Como todas as dificuldades, há uma componente de responsabilidade social que nos preocupa. Tanto na escola quanto em casa, as crianças devem ser ensinadas a ajudar aqueles que têm dificuldades de fala, em vez de zombar deles. Além disso, trata-se de desarmar preconceitos e, em vez disso, oferecer informações a respeito. Só assim pode ser gerada uma circunstância favorável para que a comunicação seja mais agradável e menos hostil.
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- Sangorrín, J. (2005). Disfemia o tartamudez. Revista de neurología, 41(1), 43-46.
- Humaní Gallegos, G. A. (2012). Características clínico-epidemiológicas de la tartamudez en niños de 3 a 10 años atendidos en el Instituto Nacional de Rehabilitación durante el periodo 2008-2010.
- Guardia Arce, Karol Stephany, Garrón Prado, Mayerlin, & Guzmán Rojas, Arantxa Valeria. (2021). Disfluencia fisiológica en edad preescolar. Revista Científica de Salud UNITEPC, 8(1), 45-56. Epub 30 de junio de 2021.https://doi.org/10.36716/unitepc.v8i1.77