A ciência explica a perda de massa cinzenta durante a gravidez

A ciência explica a perda de massa cinzenta durante a gravidez

Última atualização: 27 março, 2021

Muito se tem falado sobre as mudanças que ocorrem nas mulheres grávidas. Aparentemente, a gravidez faz com que nossa memória diminua, fala-se do cérebro confuso durante a amamentação e outros males. Até o momento, a ciência foi capaz de identificar que essas mudanças realmente ocorrem. Por sua vez, a maioria das mães também pode afirmar que é verdade.

Nesse sentido, podemos atestar que alguma coisa acontece no cérebro feminino durante a gravidez. Por esse motivo, estudos científicos têm sido elaborados com o objetivo de confirmar a condição. Com evidências sólidas, a ciência foi capaz de mostrar que as mudanças são mais perceptíveis do que imaginávamos.

As mudanças na gravidez são uma consequência da perda de massa cinzenta

Como se sabe, as mulheres se transformam de várias maneiras durante a gravidez. De alguma forma, podemos pensar que talvez o cérebro seja afetado por todas essas mudanças. No entanto, a ciência conseguiu explicar que é o contrário, é a perda de massa cinzenta que causa a maior parte das transformações.

Ou seja, a maioria dos efeitos que ocorrem em mulheres grávidas acontece como consequência de uma alteração cerebral. Sabe-se que a mãe pensa o tempo todo em seu bebê, além de se sentir estranha e muitas vezes se esquecer das coisas. Esses sintomas não causam danos cerebrais, pelo contrário, ocorrem porque já houve perda de massa cinzenta.

De acordo com a ciência, a massa cinzenta é a substância da qual algumas partes do cérebro humano são compostas. Entende-se que está relacionada ao desenvolvimento dos principais processos mentais, como a inteligência e o raciocínio.

Recentemente, uma função geral desta substância foi reconhecida, por exemplo, sua conexão com outras funções básicas. De acordo com essas informações, foi descoberta sua relação particular com o sistema nervoso central.

A gravidez causa mudanças na massa cinzenta

Pesquisas relacionadas a esse tema mostraram que tanto a estrutura quanto o tamanho do cérebro se modificam com a gravidez. Consequentemente, a perspectiva em relação a outras pessoas e os sentimentos são afetados. Tais modificações são vitais para o desenvolvimento da empatia pelo bebê.

Acredita-se que o propósito dessa mudança esteja relacionado à otimização das funções voltadas a conhecer e se identificar com o filho. Por exemplo, a necessidade de a mãe compreender seus sentimentos e estar alerta para ameaças em potencial. Ou seja, de alguma forma desenvolve essa função protetora indispensável.

Tomar a decisão de ter um filho é transcendental. É sobre decidir que seu coração sempre andará fora do seu corpo.

-Elisabeth Stone-

Como sabemos, não é necessário explicar muitas coisas para uma mãe. É normal começar a amar os pequenos e nos dedicar totalmente a eles antes mesmo de nascerem. De acordo com especialistas, esse estado tem a ver com a perda de massa cinzenta.

As mudanças que a gravidez causa no cérebro podem se manter na vida da mulher por vários anos. Nos primeiros dois anos de vida do bebê, elas são claramente perceptíveis, podendo permanecer durante a primeira parte da infância. Às vezes, essas alterações são mais profundas, o que corresponde a um maior apego emocional das mães com seus pequenos.

O que o estudo diz

A perda de massa cinzenta foi identificada pelos pesquisadores por meio de uma varredura do cérebro. Para obter esses dados, os cientistas analisaram os cérebros das mulheres antes da gravidez. Então, eles escanearam seus cérebros novamente durante a gravidez para analisar as mudanças.

Segundo a explicação da pesquisadora holandesa Elseline Hoekzema, a perda da massa cinzenta ocorreu nas áreas que envolvem compreensão e percepção interpessoal. Sobre isso, reconhece-se que essas mudanças não constituem um problema grave. Nesse sentido, é um processo de otimização que permite à mãe identificar e apoiar as necessidades do recém-nascido.

Ou seja, é uma mudança que beneficia as mulheres em relação aos filhos. De acordo com os resultados, não foram percebidas mudanças permanentes em áreas como o pensamento cognitivo, a linguagem ou a atenção da mulher. É uma variação que permite adaptar as capacidades das mulheres em seu novo estágio.


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  • Hoekzema, E., Barba-Müller, E., Pozzobon, C., Picado, M., Lucco, F., García-García, D., … & Vilarroya, O. (2017). Pregnancy leads to long-lasting changes in human brain structure. Nature neuroscience, 20(2), 287-296. https://www.nature.com/articles/nn.4458

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