Como ajudar as crianças com dislexia?
O primeiro passo para ajudar as crianças com dislexia é saber muito bem que a dislexia é, simplesmente, uma dificuldade de aprendizagem e não deve ser considerada um déficit cognitivo. Não se trata de um problema intelectual de modo algum. E, geralmente, costuma ser detectada por volta dos 6 anos de idade, quando as crianças começam a aprender a ler.
Quer dizer que isso faz com que a criança enfrente dificuldades? Sim, mas todas essas dificuldades podem ser superadas. Não devemos nos preocupar se nosso filho tiver sido diagnosticado com dislexia, depois de análise psiquiátrica. Isso não afeta seu potencial intelectual, quer dizer apenas que ele vai precisar de um pouco de ajuda em alguns aspectos.
As crianças com dislexia têm dificuldade de ler com clareza, o que, muitas vezes, faz com que elas tenham dificuldade de compreensão escrita, e, por fim, na aprendizagem da escrita (especialmente no âmbito ortográfico). Às vezes, também significa que elas têm dificuldade para compreender operações matemáticas, mas tudo isso pode ser superado com paciência e esforço.
Como posso saber se o meu filho tem dislexia?
Em primeiro lugar nem os pais nem os professores estão habilitados para confirmar esse diagnóstico. Se tivermos suspeitas de que nosso filho sofre de dislexia infantil, o melhor que podemos fazer é procurar um profissional especializado nisso, no caso um fonoaudiólogo ou um pedagogo.
Os especialistas vão submeter a criança à uma bateria de exames, os quais vão observar e analisar detalhadamente a fim de ser possível dar um diagnóstico preciso, assim como as diferentes questões que devem ser observadas a partir de então.
A dislexia tem cura?
A dislexia não tem cura, mas sim é possível reduzir as dificuldades que ela traz graças a um apoio constante e adequado, de acordo com as orientações que nos dê o especialista.
Existem diversos programas de apoio e cada um deles foi projetado conforme as necessidades de cada indivíduo. Por esse motivo, não é possível explicar com certeza qual vai ser especificamente a adequada ao seu filho. Isso vai depender de suas capacidades e da análise feita pelo especialista.
O que podemos garantir a você é que no colégio, quando você se reunir com a equipe de docência e de atenção psicológica, eles vão proporcionar ajuda de forma personalizada ao seu filho, e, também vão ser capazes de orientar na hora de encontrar grupos de apoio extraescolar, tarefas dirigidas, ou, simplesmente, atividades complementares que possam ajudar a criança.
Como ajudar as crianças que têm dislexia?
Em primeiro lugar, se você tiver suspeitas de que seu filho sofre de dislexia de algum tipo, você deve entrar em contato com um profissional imediatamente. O simples fato de confirmar esse problema quando a criança for bem pequena garante a possibilidade de tratamento. Estar consciente, informado e disposto a seguir em frente é a melhor forma de ajudar nossos filhos.
Existem muitas atividades que podemos realizar em casa com nosso filho que vão ajudá-lo a melhorar. Aqui oferecemos a você algumas ferramentas que podem ser de grande utilidade:
Telefone celular
Hoje em dia, todo mundo tem um telefone celular. Pois bem, existe uma enorme quantidade de aplicativos para esses telefones que nos oferecem ferramentas e estratégias muito úteis. Na verdade, podemos baixar diferentes jogos que combinem a leitura com outros aspectos importantes para entreter e ajudar nossos filhos.
O principal ponto é ajudar as crianças disléxicas a lidar com sua dificuldade de ler, já que para elas se torna uma atividade difícil desde o início.
Nos aplicativos disponíveis nos nossos smartphones podemos encontrar uma infinidade de ofertas que podem ser de grande utilidade. Tudo é questão de procurar tirar proveito deles para obter os benefícios que desejamos. Recomenda-se, especialmente, aqueles apps semi-educativos; os mais populares são:
- Piruletras.
- Alphabetics.
Além disso, recomenda-se para as crianças com dislexia todos aqueles apps que proponham resolver uma sopa de letrinhas, construção de frases, organização de frases, e afins. Também podemos utilizar programas de repetição para ajudar as crianças que têm dificuldade de falar corretamente.
Uma recomendação que nós gostaríamos de dar a você é verificar se os apps se encontram disponíveis em seu idioma para que seja uma ajuda realmente eficaz.
Jogos de tabuleiro
Essa atividade vai se tornar o tratamento e o estudo uma brincadeira. Foi comprovado que as crianças aprendem mais brincando do que realizando outras atividades. Logo, vai ser ótimo. Podemos recriar ou inventar uma infinidade de jogos multissensoriais; vamos ver algumas ideias:
1. A forca
Consiste em adivinhar uma palavra. Aquele que fez os traços indicando as letras da palavra vai assinalando as sílabas que ela contém e a outra pessoa vai dizer letra por letra as que ela acha que estão presentes na palavra. Se a palavra não tiver uma das letras que o jogador disser, o que marcou os espaços da palavra vai desenhar um membro de um boneco na forca.
Ganha o jogador que conseguir descobrir a palavra inteira sem que aquele que marcou os traços que indicam cada letra desenhe o boneco inteiro e ele tenha sido enforcado. Esse jogo ajuda a criança a associar as letras com os sons.
2. Indique a palavra que não existe
Vamos fazer uma lista de palavras parecidas e uma delas não vai existir. A criança tem que dizer qual delas é a palavra inventada. Para tornar esse jogo mais divertido, podemos fazer com que a criança invente um significado para a palavra.
3. Sopa de letrinhas
Em um quadro vamos colocar letras de tal forma que algumas formem palavras e outras fiquem distribuídas aleatoriamente. A criança vai ter que procurar pela palavra que dissermos que está no meio da sopa. Esse jogo pode ser mais complicado para ela, portanto, é bom ajudá-la, como se ambos fizessem parte de uma equipe.
4. Jogo do advinha
Um jogador diz ao outro a primeira letra de algum objeto que ele esteja vendo naquele momento. O outro jogador vai ter que adivinhar do que se trata.
5. Jogo cadeia de palavras
Consiste em dizer uma palavra depois da outra com a única condição de que a primeira sílaba da palavra tenha que ser a última da palavra que foi dita.
6. Era uma vez…
Esse jogo é muito divertido e as crianças vão morrer de rir. Devemos ir contando uma história, mas palavra por palavra, quer dizer, cada pessoa vai dizer uma palavra e quem estiver sentado ao seu lado vai continuar a história com outra palavra e assim sucessivamente.
7. Esquerda, direita!
Algumas crianças com dislexia têm dificuldades para se orientar, em saber quando é direita e quando é esquerda. Podemos estimular sua aprendizagem através de jogos que envolvam orientação para os dois lados.
O mais comum é o popular Twister que utiliza uma roleta em que temos que por uma parte de nosso corpo em uma cor. Esse jogo, além de utilizar partes do corpo brinca com cores e formas, portanto, é ótimo nesse caso.
Outra opção é inventarmos uma dança e ir dizendo os movimentos que realizamos em voz alta. Por exemplo: pé direito para frente e mão esquerda na cabeça.
A dislexia é uma dificuldade específica, persistente, mas que não interfere no desenvolvimento cognitivo normal. Ela é associada, frequentemente, com a dificuldade para o desenvolvimento correto da escrita (disortografia).
Não tem motivo para isso se tornar um trauma em nossas vidas (nem na vida das crianças com dislexia) se decidirmos ser pró-ativos e mantivermos uma boa atitude diante dos desafios que se apresentarem a nós. Devemos nos lembrar que além de ajudar as crianças com as atividades, também devemos ser um apoio. Estamos aqui para dar afeto, proporcionar força e valor.
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