Como o cansaço mental afeta as crianças
Você certamente já ouviu falar do fenômeno da síndrome de burnout, um problema comum entre os adultos que se caracteriza por sensações de exaustão, fadiga e frustração causadas por uma sobrecarga de trabalho. Mas você sabia que as crianças também podem sofrer com esse cansaço mental?
Isso pode acontecer quando os pequenos são submetidos a níveis muito elevados de estresse ou quando têm tarefas, responsabilidades ou obrigações excessivas para realizar no dia a dia, sem que o período evolutivo em que se encontram seja levado em consideração.
As crianças precisam de tempo para o lazer e a diversão, caso contrário o cansaço mental vai se tornar evidente e afetar o desenvolvimento de sua vida diária de forma significativa. Você quer saber mais sobre esse assunto? Então preste atenção ao que vamos dizer nas próximas linhas!
O que é o cansaço mental e como ele afeta as crianças?
O cansaço mental é um estado de esgotamento psicológico contínuo e intenso que pode se manifestar nas crianças de diferentes maneiras. Alguns dos sintomas mais comuns são:
- Demonstração de frustração, irritabilidade e angústia.
- Estado de humor abatido.
- Atitude caracterizada por apatia e falta de motivação.
- Baixo autoconceito e baixa autoestima.
- Baixos níveis de concentração.
- Realização de comportamentos agressivos ou de evitação.
- Episódios de ansiedade.
- Tendência para desenvolver distúrbios somáticos, emocionais ou comportamentais.
- Tendência para desenvolver problemas relacionados ao sono.
Normalmente, o cansaço mental das crianças está relacionado ao ambiente acadêmico, pois é o contexto em que elas podem sentir mais pressões e demandas, tanto dos professores quanto da própria família. Entretanto, como era de se esperar, os sintomas causados pelo cansaço mental têm um efeito muito negativo no desempenho escolar das crianças.
Além disso, esse cansaço também pode afetar o desenvolvimento social, uma vez que os pequenos podem não ter forças, vontade ou tempo para interagir com seus pares.
Quais crianças são mais propensas a desenvolver esse problema?
Existem crianças que têm maior probabilidade de sofrer de cansaço mental por causa de uma série de fatores ou características que as tornam mais vulneráveis. Nesse sentido, é possível citar as crianças que:
- São ansiosas.
- Têm dificuldades de aprendizagem.
- Têm déficit de atenção.
- Demonstram problemas comportamentais.
- São desinteressadas.
- São perfeccionistas e até mesmo obsessivas.
Como evitar o cansaço mental durante a infância?
Para evitar o cansaço mental durante a infância, é necessário que os adultos se comprometam a dar responsabilidades às crianças de uma forma equilibrada e que esteja de acordo com a idade e o estágio de desenvolvimento maturacional em que elas se encontram.
Ou seja, na hora de atribuir tarefas, seja em casa ou na escola, é preciso levar em consideração o nível de exigência que representam para os pequenos. É bom que as crianças precisem se esforçar para cumprir as suas obrigações, mas sempre estabelecendo limites e garantindo que isso não ocupe praticamente todo o tempo livre que têm.
Afinal, crianças são crianças e, como mães, pais ou educadores, precisamos permitir que elas vivam uma infância plena e feliz na qual possam brincar, ter um hobby, descansar, passar tempo com os amigos, etc.
De fato, como afirma a psicóloga clínica e escritora americana Kay Redfield Jamison:
“As crianças precisam de liberdade e tempo para brincar. Brincar não é um luxo. Brincar é uma necessidade”.
No entanto, parece que isso foi esquecido na sociedade atual, pois há muitas crianças que dia após dia enfrentam uma infinidade de tarefas e atividades extracurriculares, sem que tenham um momento de paz e tranquilidade para fazer o que quiserem e, assim, descansar a mente.
Por esse motivo, antes de tomar decisões relacionadas à forma de ocupar o tempo dos filhos, é interessante ter em mente a seguinte frase de Frederick Douglas:
“É mais fácil construir crianças fortes do que consertar homens quebrados”.
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- Garcés de Los Fayos, E. J. (1995). Bornout en niños y adolescentes: un nuevo síndrome en psicopatología infantil. Psicothema, 7(1), 33-40.