Como criar filhos emocionalmente saudáveis?
Proporcione ao seu filho a oportunidade de aprender a controlar as emoções, a raciocinar e a aprender por si mesmo.
Explicamos à você nossa teoria.
Se você costuma dar ordens e repreender seu filho quando ele não faz suas vontades, certamente ele vai se comportar como um verdadeiro carneirinho. Na presença ou quando ouvir a voz do dono, vai abaixar a cabeça e vai seguir o caminho que foi ordenado. Sem nem mesmo perguntar por quê.
Mas, se seu método for mais inteligente (desejamos que assim seja) e você preferir fazer com que seu filho entenda, raciocine sobre o que você diz e, somente então, se comporte como a criança que você espera. É provável que exatamente nesse instante você esteja formando um ser forte e feliz.
Mamãe, para criar filhos emocionalmente saudáveis, é preciso fazer com que eles percebam as consequências dos próprios atos. Ou seja, fazer com que saibam o que acontece quando não seguem o conselho dos pais.
É preciso dar liberdade para que, por meio da assimilação, da observação e da experimentação do mundo, eles aprendam por experiência própria. Somente assim as crianças se tornarão capazes de controlar as emoções.
“Ninguém aprende com o erro dos outros”, já dizia a sabedoria popular.
No entanto, é claro que não é em todos os casos que se pode dar total autonomia para a criança fazer o que quiser por conta própria. Não são poucas as vezes que os pequenos “buscam” o perigo.
Apesar de tudo isso, desde que as experiências não coloquem em risco a integridade física, psíquica e emocional dos pequenos, os pais devem conceder total independência.
Um exemplo de vida
Outro dia, uma das leitoras do nosso site, que tem uma filha de 2 anos, compartilhou a experiência dela conosco.
As mães com crianças dessa idade, ou que já passaram por essa fase, devem saber que com 2 anos de idade é bastante difícil para uma criança raciocinar e fazer aquilo que é dito para ela.
Entretanto, a leitora à qual fazemos referência teve sucesso.
A história dela começa da mesma forma com que começam outras histórias desse tipo:
“Quero alguma coisa. Se não consigo, choro para que me deem.”
Os bebês, imediatamente após nascer, aprendem que quando choram, seus pais os pegam no colo, os alimentam, trocam suas fraldas e saciam suas necessidades.
No entanto, à medida que crescem, vão compreendendo que o choro também serve para realizar seus desejos. Até o ponto em que esses pequenos transformam os adultos da família em vassalos.
A história de Anly
A mãe de Anly percebeu que sua filha não conhecia o “não”. Por isso, decidiu que já era tempo de parar de ser vítima dos caprichos da pequena. A mãe estabeleceu o objetivo de ensinar o que significava essa palavra.
Mas a menina, como as outras crianças dessa idade, era bastante esperta e tinha um carta escondida na manga.
Assim que sua mãe negava sua vontade, ela começava a chorar e tossir de maneira insistente.
“A tosse era tanta que parecia que ela ia se afogar ou desmaiar a qualquer momento”. Assim nos contou sua mãe.
A mãe a beijava, a abraçava e a consolava com as palavras mais doces do mundo. Ela explicava por que não podia permitir o que a filha queria e por que era preciso que ela não chorasse tanto. Mas Anly continuava sem querer entender e a tosse ficava cada vez mais forte.
Com medo de que acontecesse alguma coisa, sua mãe, por fim, fazia a vontade da pequena. Assim que isso acontecia, o choro e a tosse paravam imediatamente.
Como mudar?
Um belo dia, a mãe de Anly decidiu se conter e dar à sua filha a oportunidade de aprender por si só e experimentar como ia se sentir mal se continuasse tossindo.
Nesse dia, a pequena tossiu e tossiu até ficar bem vermelha. O excesso a fez se curvar várias vezes, como se fosse vomitar.
Anly odeia vomitar. Assim que ela se deu conta de que se continuasse tossindo dessa forma ia passar por uma experiência que não gostava nem um pouco, por si mesma e como num passe de mágica, parou de tossir e aos poucos acalmou seu choro.
É claro que ela recebeu outros incentivos para mudar essa situação. Sua mãe disse várias vezes que ela ia vomitar se continuasse daquela forma. Além disso, também relembrou como ela já havia se sentido mal outras vezes.
Também deu uma boneca que ela gostava muito e colocou na televisão o desenho animado preferido da menina. Mas não concedeu o capricho que havia originado a birra.
Esse acontecimento ainda ocorreu de maneira muito parecida algumas outras vezes. Até que um dia a menina aprendeu a lição. Ela nunca mais tossiu insistentemente para que os outros realizassem suas vontades.
Como criar filhos emocionalmente saudáveis
Mamãe, a história de Anly talvez não seja a mesma do seu filho. Mas ressaltamos que você deve encontrar uma forma para que ele aprenda a interpretar as situações que vive e possa dominar tanto os sentimentos como a maneira de se comportar.
Isso não vai acontecer da noite para o dia. Demora algum tempo e exige certa persistência. Mas é possível de ser atingido.
É importante que, desde pequeno, seu filho comece a tirar conclusões do que é e do que não é correto e controlar os próprios impulsos e emoções.
Por isso, você não vai obter sucesso ao impor o raciocínio. É a própria criança que deve se convencer.
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