Como melhorar a inteligência emocional nos adolescentes?

A inteligência emocional nos adolescentes é um dos fatores que temos que levar em conta para a sua educação.
Como melhorar a inteligência emocional nos adolescentes?
María Alejandra Castro Arbeláez

Revisado e aprovado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Escrito por Elena Sanz Martín

Última atualização: 27 dezembro, 2022

A importância da inteligência emocional nos adolescentes é conhecida já faz algum tempo. Desde 1920, certos autores têm afirmado a existência de um conceito mais amplo de inteligência do que aquele que geralmente temos.

Esta é uma inteligência que implica a capacidade de compreender os próprios sentimentos e também os dos outros, além de saber como agir em relação a eles.

A partir de 1995, com a publicação do famoso trabalho de Daniel Goleman, Inteligência Emocional, esse termo começou a se popularizar e ganhar força dentro do imaginário coletivo.

O cérebro emocional e o cérebro racional

A inteligência emocional pode ser melhor compreendida observando o substrato biológico do cérebro humano. Assim, podemos observar que o cérebro emocional se desenvolveu milhões de anos antes de que, a partir dele, surgisse o neocórtex ou cérebro racional.

Isso explica o fato de que, apesar de sermos guiados por nossos impulsos emocionais primários, temos a capacidade de fazer um processamento mais profundo e preciso das situações. Isso nos permite elaborar e emitir respostas mais refinadas e fundamentadas. É precisamente essa capacidade que constitui o núcleo central da inteligência emocional.

Embora a “explosão” emocional seja socialmente aceita em bebês e crianças pequenas, à medida que vamos crescendo, somos obrigados a ter um maior autocontrole de nossas respostas. Ou seja, o gerenciamento dos nossos estados internos é uma habilidade que pode ser aprendida e treinada.

Inteligência emocional na adolescência

A adolescência é uma fase crítica de nossas vidas que apresenta enormes desafios para o nosso desenvolvimento pessoal. Nesse período, começamos a reivindicar e construir a nossa independência. Ao mesmo tempo, nossas referências deixam de ser os pais e passam a ser o nosso grupo de pares.

A todo esse complexo processo de mudança, acrescenta-se o turbilhão emocional que experimentamos no nível subjetivo. Esses altos e baixos de emoções intensas e desconhecidas, que muitas vezes não sabemos como controlar, podem complicar a nossa passagem por esse período da vida.

Inteligência emocional na adolescência

Como desenvolver a inteligência emocional nos adolescentes?

Se quisermos ajudar os adolescentes a desenvolver essa valiosa habilidade, devemos nos concentrar em quatro pontos-chave:

Autoconhecimento: entender o que eu sinto

O ponto de partida para uma bom controle emocional é saber identificar a emoção que estamos vivenciando e conseguir nomeá-la. Ter um vocabulário emocional rico e variado nos permitirá entender melhor as nuances do sentimento específico que estamos experimentando.

Para a realização dessa tarefa de inteligência emocional com os adolescentes, podemos contar com recursos como o “emocionário”, por exemplo, ou ainda qualquer outro recurso similar que possa ajudar a classificar e colocar em palavras o seu mundo interior.

Empatia: entender o que o outro está sentindo

Um aspecto essencial a ser desenvolvido é a capacidade de se colocar no lugar do outro e de entender quais sentimentos ou motivações o movem. Nesse passo, é importante lembrar da teoria da atribuição de Heider.

De acordo com essa teoria, ao julgar os atos dos outros, tendemos a pensar que eles são causados pela sua personalidade e não consideramos o contexto. Assim, podemos afirmar: “gritei com você porque eu estava com raiva”.

No entanto, quando se trata do outro, assumimos que “ele gritou comigo porque é uma pessoa ruim”. Devemos incentivar os adolescentes a fazer uma análise mais profunda e refletir sobre o que move a outra pessoa por dentro.

Autocontrole: decidir como agir diante das minhas emoções

Nesse ponto, é necessário enfatizar a palavra decidir. Principalmente porque a ideia não é reprimir a emoção, mas sim ser capaz de agir em vez de reagir. Não há emoções boas ou ruins, apenas úteis e inúteis, dependendo das suas consequências.

Portanto, devemos incentivar os jovens a serem capazes de superar o impulso primário e pesar as consequências antes de agir. Desse modo, vamos ensiná-los a usar os seus estados emocionais como guias de ação e também a se responsabilizar pelas suas decisões.

Habilidades sociais: decidir como agir diante das emoções dos outros

Habilidades sociais: decidir como agir diante das emoções dos outros

Por fim, para ajudar a construir uma boa inteligência emocional nos adolescentes, precisamos incentivá-los a usar uma comunicação assertiva.

Sem dúvida, tal comunicação permitirá que eles se expressem de forma livre e respeitosa e defendam os seus direitos sem passar por cima dos outros. Além disso, também será essencial para aprender a gerenciar conflitos e encontrar soluções de maneira pacífica e benéfica para ambas as partes.


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