9 consequências e benefícios de mimar as crianças
“É que você sempre diz sim para tudo.” “Na minha casa, resolvemos as coisas de outra maneira e não é tão ruim assim.” “Se você tomar outras medidas, vai ver.”
Pais, mães e adultos têm um catálogo completo de recomendações sobre como criar os filhos. É claro que, por trás de cada decisão tomada, há uma crença (e uma avaliação) quanto à sua utilidade.
O fato de mimar ou não as crianças costuma ser um tema frequente, pois existem posições conflitantes sobre o assunto. Vejamos então quais são os seus benefícios e consequências.
Consequências e benefícios de mimar as crianças
Como ponto de partida principal, é necessário perguntar o que cada família entende por “mimar”. Não devemos presumir que estamos todos falando da mesma coisa, muito menos se não soubermos como é a dinâmica e o estilo parental de determinado lar.
Para algumas pessoas, mimar significa dar presentes e recompensas de forma constante, enquanto para outras, significa dar muito carinho e afeição. Enquanto na primeira situação as crianças aprendem a crescer sem saber o que é um “não”, na segunda seu desenvolvimento não é prejudicado. Pelo contrário, sua autoestima é reforçada por se sentirem valiosas e importantes para os mais velhos.
Agora, quando mimar implica ouvir as crianças, entender por que elas querem nadar e não jogar futebol, está longe de prejudicá-las. Em vez disso, suas emoções e desejos são validados e respeitados. Nesse caso, a palavra apropriada não é mimar, embora muitas pessoas se confundam.
Se mimar é aceitar que a criança não gosta de comer carne depois de ter experimentado em diversas ocasiões, então não se trata de mimar. Novamente, trata-se de respeitar a personalidade de cada bebê e sua identidade. E também de aceitá-los como são.
Então, é bom ou ruim mimar as crianças?
Se entendermos que mimar não é sinônimo de ceder a tudo ou criar filhos déspotas, poderemos reconhecer alguns de seus benefícios:
- Ajuda as crianças a desenvolver uma boa autoestima.
- Permite que elas se sintam valorizadas e reconhecidas.
- Estimula a descoberta dos seus gostos, o desenvolvimento da sua autonomia e a defesa dos seus ideais.
- Ensina-as a serem flexíveis, a entender que há coisas que podem ser feitas e outras que não podem.
Agora, quando mimar implica ceder a todas as exigências dos filhos, mesmo aquelas potencialmente prejudiciais, sem aplicar nossos próprios critérios ou de acordo com nossos valores, as coisas mudam. Nesse caso, estaremos apelando para uma medida de curto prazo para reprimir as birras, sem lhes dar nenhum ensinamento produtivo. Portanto, algumas das consequências negativas de mimar podem ser as seguintes:
- As crianças desenvolvem uma baixa tolerância à frustração.
- Não descobrem recursos ou estratégias pessoais para enfrentar os obstáculos e as dificuldades.
- São criadas em superproteção, o que as impede de desenvolver sua própria autonomia e autoconfiança.
- Têm dificuldade para gerenciar suas emoções.
- Não são capazes de entender o valor das coisas e o esforço envolvido em obtê-las.
Alguns mitos sobre mimar as crianças
Como dissemos, mimar as crianças não descreve uma ideia universal em todos os pais. Portanto, vamos banir alguns mitos e dar algumas recomendações úteis para implementar hoje na paternidade.
- Mimar não é educar sem limites. É preciso aprender a dizer não, pois nem sempre é possível atender a todas as demandas. E além disso, na vida nem sempre você consegue o que deseja.
- Uma “adrenalina” ocasional nunca fez mal a ninguém. Ou seja, se você estiver passeando com seu filho por uma loja de brinquedos e ele lhe pedir um presente, você pode pensar em um sim como parte do plano. É um “capricho” que gera uma certa ilusão e que, inclusive, nós adultos também nos concedemos de vez em quando. No entanto, é fundamental deixar claro que esses tipos de atos nem sempre acontecerão.
- Faça uma autoanálise para saber de onde educamos ou criamos nossos filhos. Muitas vezes, nos afastamos da culpa e achamos difícil estabelecer limites porque sentimos que passamos pouco tempo com eles. Fugir dessa emoção (ou de outras, como evitar o constrangimento de uma birra em público) não nos permite tomar boas decisões e acabamos prejudicando os pequenos a longo prazo. Por isso, também é essencial reconhecer nossas próprias forças e fraquezas pessoais para não transferi-las para a paternidade.
Por uma educação pautada por valores
Toda vez que tomamos uma decisão sobre a educação dos filhos, ela deve ter um propósito e um significado. Além disso, devemos ser capazes de explicar a eles o porquê de cada diretriz, para que não seja associada a um mero capricho dos pais.
Por fim, também é importante ser consistente com suas próprias ações. Os pais são os principais referentes dos filhos que se guiam pelo nosso comportamento. Devemos tomar cuidado para não enviar mensagens contraditórias, como “hoje sim e amanhã não”. Existem regras que devem ser sempre respeitadas e, nesse sentido, a concordância dos pais em não se contradizer é fundamental.
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