Deficiência do hormônio do crescimento em crianças
A d eficiência do hormônio do crescimento ou deficiência de GH é um distúrbio infantil pouco frequente. É causado pela pouca produção desta substância pela glândula pituitária, localizada na base posterior do cérebro.
Pode ser causada por uma lesão cerebral, pela presença de um tumor ou por ter recebido algum tipo de radiação na cabeça. Existem também outras doenças que são capazes de produzir a deficiência de GH.
Esta patologia não é hereditária. Em muitos casos, a causa dessa condição é desconhecida; existem até mesmo crianças que a sofrem dela desde o nascimento. Além disso, temos visto uma relação dessa deficiência com deformidades congênitas, como no caso do lábio leporino e da fenda palatina.
A deficiência do hormônio mencionado poderia estar relacionada à presença insuficiente de outros hormônios, como a corticotrofina, as gonadotrofinas, as tirotrofinas e a vasopressina. Esses hormônios regulam importantes processos biológicos.
A avaliação pediátrica contínua permite detectar precocemente a falta do hormônio do crescimento para tomar as medidas clínicas apropriadas. Os pais ou responsáveis pela criança devem ficar atentos aos sinais de alerta. Desta forma, poderão ter um diagnóstico preciso para lidar com essa anormalidade em tempo hábil.
Possíveis sinais de deficiência de GH em crianças
O sinal mais óbvio da suspeita de deficiência de GH é a baixa estatura da criança em relação a outras da mesma idade. O crescimento lento é perceptível no tamanho da face e extremidades, bem como no corpo, que tem uma aparência mais robusta.
Da mesma forma, há pouco desenvolvimento muscular e pênis muito pequeno nos meninos. A glicose se mostra deficiente no sangue e atrasa o início da puberdade.
Por outro lado, devemos também observar a autoestima da criança. Ela pode se sentir fisicamente diferente de seus colegas e, portanto, mais vulnerável.
Diagnóstico da deficiência do hormônio do crescimento
Os check-ups médicos periódicos incluem o monitoramento da curva de crescimento da criança, em um gráfico comparativo. É nesse tipo de análise que uma deficiência nesse sentido pode ser detectada.
Um dos primeiros exames feitos na criança em caso de dúvida é um raio X da mão. Seu desenvolvimento é capaz de revelar a idade óssea e a taxa de crescimento corporal. Outro exame que permite determinar a idade óssea da pessoa é a radioabsorciometria de dupla energia.
O mais provável é que o médico solicite um exame de sangue para descobrir qual é o nível de IGF ou o fator de crescimento da insulina tipo 1.
“ Em muitos casos, a causa da deficiência do hormônio do crescimento é desconhecida; existem até mesmo crianças que sofrem dela desde o nascimento, embora não seja hereditária”
Uma maneira de detectar o distúrbio é causar a geração do hormônio do crescimento através de drogas que estimulam a glândula pituitária. Uma vez administradas, se procede à avaliação da resposta corporal.
Outros exames endocrinológicos incluem a determinação da produção do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH).
Finalmente, uma ressonância magnética do cérebro pode ser realizada. Com isso, se busca avaliar a normalidade da glândula que produz o hormônio ou a presença de alguma outra patologia causadora do distúrbio.
Tratamento clínico da deficiência do hormônio do crescimento
O tratamento para lidar com o déficit de crescimento de causa hormonal consiste na prescrição de um medicamento. É uma versão sintética do hormônio que é administrada através de injeções subcutâneas. O médico determinará a dose, a frequência e a duração da medicação; o tratamento pode durar até a idade adulta.
Com a deficiência de GH, a criança cresce menos de cinco centímetros por ano; com o tratamento adequado, ela pode chegar a crescer vinte e cinco centímetros em um ano. É um ótimo resultado se compararmos com os efeitos colaterais que podem ocorrer, que são geralmente de leves a moderados.
Alguns desses efeitos são:
- Aumento da mama em homens
- Escoliose.
- Dor muscular e nas articulações.
- Inflamação dos membros superiores e inferiores (mãos e pés).
- Cefaleia.
- Hipotireoidismo leve.
Mais raros e menos frequentes são os efeitos colaterais graves; como exemplos estão a cefaleia com distúrbios da visão, a pancreatite ou os problemas nos ossos do quadril.
O que garantirá que o tratamento da deficiência do hormônio do crescimento produza os resultados desejados é o diagnóstico oportuno. Desta forma, quem sofre do problema pode atingir o desenvolvimento corporal ideal e uma altura normal na idade adulta.