Psicopatia infantil: 5 características que a definem, diagnóstico e causas

Algumas crianças apresentam condutas estranhas que acabam isolando-as do seu meio. A presença de certos padrões de conduta desde a infância pode moldar traços psicopáticos que no futuro alterariam a saúde mental da pessoa.
Psicopatia infantil: 5 características que a definem, diagnóstico e causas
María Alejandra Castro Arbeláez

Escrito e verificado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Última atualização: 24 fevereiro, 2018

A psicopatia infantil se torna evidente em certas atitudes que não correspondem ao comportamento esperado para essas circunstâncias. As consequências principais se dão nas relações do afetado com seu meio. Ao mesmo tempo, são um pouco difíceis de tratar, A seguir, veremos as principais características desse problema.

A definição do termo psicopatia indica que se trata de alterações comportamentais causadas por transtornos psíquicos apesar da integridade perceptiva da pessoa. Basicamente, detalha que o indivíduo que sofre dessa condição, neste caso a criança, tem funções mentais e corporais plenas, mas sua adaptação ao meio não é a adequada devido a essas falhas na psique.

Embora a palavra psicopata soe chocante e, frequentemente, esteja ligada a pessoas adultas, esses traços aparecem também em crianças. Na verdade, a maioria dessas pessoas mostraram sintomas de psicopatia desde a infância.

É necessário advertir, no entanto, que o psicopata nem sempre é esse ser demente, violento e criminoso que os filmes nos mostram. Simplesmente se poderia tratar de uma pessoa com falta de empatia ou sensibilidade, como descreveremos a seguir.

“A psicopatia infantil não afeta a capacidade cognitiva da criança, mas terá um efeito negativo nas suas habilidades afetivas”

5 características da psicopatia infantil

Como reconhecer uma criança com traços psicopáticos? As crianças que sofrem de algum tipo de psicopatia infantil costumam apresentar algum ou vários desses problemas comportamentais.

  • São egocêntricas, incapazes de compartilhar e muito exigentes, além de inflexíveis com seus pais.
  • Têm tendência a desobedecer. Se obedecerem, costuma ser sob ameaças e, da mesma maneira, tentarão se safar.
  • Dificilmente vão expressar emoções. Nas crianças, as emoções são muito evidentes. Elas praticamente não disfarçam, principalmente as primárias. Se uma criança exterioriza pouco esse tipo de resposta ao ambiente, pode ser um sinal de psicopatia.
  • Sentem pouca empatia. Têm muita dificuldade para identificar e interpretar as emoções dos outros. Além disso, também vão sentir dificuldades para se envolver em uma relação afetiva com outra pessoa.
  • São insensíveis. Não sentem culpa, remorso nem se desculpam pelas suas más condutas. Estas costumam ser frequentes, seja em forma de agressões físicas ou verbais, para impor domínio.

Por outro lado, nos adolescentes, a inclinação à rebeldia e a transgressão de normas costumam ser indicadores de psicopatia. Também podem ser o consumo de substâncias nocivas como álcool, tabaco ou drogas. Embora essas atitudes podem se dar independentemente de traços psicopáticos.

psicopatia infantil

Diagnóstico da psicopatia infantil

Como afirmamos previamente, algumas dessas condutas podem ocorrer como características da personalidade da criança. No entanto, os traços psicopáticos se caracterizam por se prolongar no tempo.

Geralmente aparecem por volta dos 5 anos, à medida que a criança começa a ampliar seu círculo social. Em uma criança que não apresenta essas alterações, essas más condutas ou atitudes desapareceriam após a aprendizagem das normas e dos valores que regem a vida social. O castigo, afirmam os especialistas, não é a forma ideal de conseguir isso.

“O psicopata tem funções mentais e corporais, mas sua adaptação ao meio não é a adequada”

Nas crianças com psicopatias, entretanto, isso não acontece. A principal razão é que não sentem culpa pelo que fazem. Sua agressividade inata faz com que seja incompreensível sentir a dor de outra pessoa ou sentir compaixão, até mesmo pelas pessoas mais próximas. Repetimos que a violência pode não ser exercida apenas fisicamente. Também pode se tratar de violência psicológica ou verbal.

Os avanços tecnológicos permitem medir as respostas cerebrais frente a determinados estímulos e, assim, se poderia identificar traços psicopáticos mediante um estudo chamado tomografia por emissão de pósitrons.  

Quais são as causas da esquizofrenia infantil?

Como todos os transtornos mentais, a psicopatia não tem uma causa única e específica. E sim uma combinação de fatores. Há principalmente três tipos de causadores desses traços psicológicos:

  • Fatores genéticos. As crianças cujos pais, avós ou outros familiares tiveram traços psicopáticos são mais propensas a apresentar também. A mesma coisa acontece entre irmãos gêmeos.
  • Fatores biológicos. O dano ou as disfunções cerebrais podem determinar a aquisição de uma psicopatia. Ao mesmo tempo, a má conexão entre a amígdala (responsável por regular as emoções) e o córtex pré-frontal também pode ser uma origem desse transtorno.
  • Fatores psicológicos. A existência de uma vulnerabilidade psicológica, ativada por condicionantes específicos do ambiente como os maus-tratos ou o abuso podem levar a conditas psicopáticas.
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Conselhos para tratar

A terapia psicológica é uma alternativa muito complexa para esses casos que, segundo psicólogos da University College London (Reino Unido) se dão em uma a cada cem crianças. Isso se deve ao fato de que os próprios pacientes são incapazes de ter uma comunicação sincera e aberta com os outros. Pior ainda se for alguém que não conhecem, como seria o caso do terapeuta.

No entanto, o planejamento de um tratamento psicológico intenso, duradouro e em uma instituição que conte com os recursos humanos e equipes interdisciplinares para fazer isso pode funcionar. Esse último ponto é importante, já que deixar apenas uma pessoa responsável por outra com psicopatia é extremamente desgastante para sua saúde mental.

A maioria dos especialistas afirmam que sua socialização é um pouco difícil, embora alguns programas atuais apontam para a diminuição da reincidência.


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