O desenvolvimento da percepção nas crianças

O desenvolvimento da percepção evolui gradualmente a partir do momento do nascimento. A seguir, vamos explicar esse processo.
O desenvolvimento da percepção nas crianças
Ana Couñago

Escrito e verificado por a psicóloga Ana Couñago.

Última atualização: 27 dezembro, 2022

Os bebês vão crescendo e os seus sentidos vão evoluindo gradualmente. Esse é o primeiro passo no longo processo de desenvolvimento da percepção nas crianças.

A percepção vai mudando de acordo com as experiências e a maturação neurológica. É por isso que a estimulação precoce é tão importante, uma vez que ela proporciona situações e recursos para que o bebê explore o ambiente livremente.

O que é a percepção?

Para entender o mundo, primeiramente devemos explorá-lo. Para isso, as sensações são essenciais. Mas é necessário saber selecionar, organizar e interpretar essas sensações para poder fazer uma representação mental correta do ambiente. É nisso que consiste a percepção.

Portanto, pode-se dizer que a percepção é a capacidade de obter informações sobre o ambiente, experimentando sensações por meio de uma série de estímulos. Ou seja, é a interpretação daquilo que se sente.

“A percepção é um processo ativo de busca pelas informações correspondentes, de distinção das características entre si, de criação de uma hipótese apropriada e, em seguida, de comparação dessa hipótese com os dados originais.”

– Vygotsky –

a percepção nas crianças

O desenvolvimento da percepção nas crianças

Percepção do movimento

A percepção do movimento contribui para a percepção de outros aspectos ou dimensões das imagens, tais como:

  • Profundidade: percepção da terceira dimensão dos objetos.
  • Movimento biológico: identificação da forma dos objetos em movimento.

A percepção do movimento é a percepção mais primária da criança. De fato, vários estudos afirmam que, entre os três e os sete meses, os bebês têm uma sensibilidade ao movimento visual semelhante à dos adultos.

Percepção do espaço

O mundo tem três dimensões espaciais. Mas, para que uma criança se conscientize de sua situação no ambiente, ou seja, para que ela possa perceber o espaço corretamente, ela precisa reconhecer:

  • O espaço no qual o próprio corpo está localizado.
  • As áreas próximas nas quais se move.
  • O entorno distante ao seu redor.

Assim, com base na teoria do desenvolvimento de Jean Piaget, a percepção do espaço é adquirida ao longo de quatro estágios:

  • No estágio sensório-motor (0 a 2 anos) e no pré-operatório (3 a 6 anos), a criança constrói a visão do seu próprio espaço. Isso é desenvolvido a partir das experiências motoras e da percepção imediata que a criança tem do espaço.
  • No estágio operatório concreto (7 a 11) e no operatório formal (de 12 a 14 anos), a criança desenvolve relações espaciais mais complexas, envolvendo diferentes pontos de vista sobre o mundo e sobre os outros a partir do próprio corpo.

Percepção da cor

Os humanos são capazes de perceber milhões de cores. A cor que percebemos depende do grau de ativação dos três receptores na retina (cones de ondas curtas ou azuis, médias ou verdes e longas ou vermelhas). Assim, o cérebro analisa a porcentagem de luz que ativa cada receptor na retina constantemente, produzindo a visão das cores.

O desenvolvimento da percepção

Mas os bebês recém-nascidos não conseguem enxergar com nitidez, apenas distinguindo entre luz e sombra e percebendo movimentos. Porém, com um mês de vida, já são sensíveis ao brilho e à intensidade. E, aos quatro meses, já conseguem visualizar todo o espectro de cores.

Estimulação do desenvolvimento da percepção nas crianças

Para que o desenvolvimento da percepção ocorra adequadamente, espaços de estimulação podem ser criados com brinquedos, cores, texturas variadas, formas etc. Isso deve ser feito especialmente durante a infância.

Tudo isso ajuda a criança a ter a oportunidade de se mover e explorar, de modo que ela possa desenvolver todas as suas capacidades e habilidades perceptivas. 

“O que vemos muda o que sabemos. O que sabemos muda o que vemos.”

– Jean Piaget –


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