Dicas para evitar o consumismo compulsivo em crianças
O consumismo compulsivo em crianças está se tornando cada vez mais difundido nos países desenvolvidos. Entendemos que qualquer atividade que é realizada compulsivamente é prejudicial para a saúde da pessoa que a executa. Como evitar o consumismo compulsivo em crianças? Existem dicas para acabar com o problema?
Nas datas que estão se aproximando, o consumismo infantil aumentará ainda mais, se é que isso é possível. Atualmente, existem muitos outros estímulos que levam ao consumo em massa, tais como a influência da família, dos amigos da escola e da mídia, por meio da televisão e da Internet.
Há um bombardeio constante para querer comprar, mesmo sem necessidade. E, com a chegada do Natal, o setor infantil é bastante afetado, uma vez que praticamente a maioria dos comerciais de televisão é direcionada a esse grupo.
Sim, amigos e amigas, o Natal nos traz coisas boas, como nos permitir ficar com toda a família reunida, mas também traz aspectos negativos, pois nos torna escravos do consumismo. Somos verdadeiros compradores compulsivos.
“O consumismo tem uma forte raiz na publicidade em massa e nos bombardeios de ofertas que criam falsas necessidades para nós”.
– Enrique Rojas –
Nascidos para comprar
Eu quero isso, quero aquilo, quero o outro, quero, quero, quero… Provavelmente, essa é a palavra ou as palavras mais usadas pelas crianças atualmente.
Elas estão acostumadas a pedir e a conseguir tudo o que querem, toda vez que pedem. Gradualmente, tornam-se compradoras compulsivas, e evitar o consumismo compulsivo em crianças se torna uma tarefa difícil. Sem perceber, estamos criando completos e verdadeiros consumistas.
No livro A infância materialista, de Buckingham, o autor comenta que a produção em larga escala de bens voltados especificamente para crianças, tais como livros, brinquedos e jogos, pode remontar ao século XVIII (PLUMB, 1982), embora manuais de instruções, brinquedos e roupas para as crianças da nobreza e da rica burguesia já fossem produzidos no século XVI (LUKE, 1989).
O desenvolvimento da cultura consumista infantil acelerou em meados do século XIX, paralelamente ao surgimento de novas ideias pós-românticas da infância. Da mesma forma que as crianças eram reconhecidas como um grupo distinto e especial, puro e inocente, que precisava de cuidadosa proteção, elas também passaram a ser consideradas um mercado potencial.
Esse mercado potencial não deixou de ser explorado e, embora pudéssemos pensar que isso fosse algo recente, a verdade é que as crianças estão sendo cada vez mais perseguidas por uma publicidade muito mais agressiva. Dessa forma, elas acabam querendo comprar tudo o que veem ou, pior ainda, acabam comprando tudo o que aparece na mídia.
“A atitude inerente ao consumismo é devorar o mundo inteiro. O consumidor é uma eterna criança que chora reivindicando a sua mamadeira. Isso é óbvio em fenômenos patológicos, como o alcoolismo e a dependência de drogas”.
– Erich Fromm –
6 dicas para evitar o consumismo compulsivo em crianças
A seguir, vamos mostrar algumas diretrizes para ensinar o consumo responsável e, assim, evitar o consumismo compulsivo em crianças:
- É necessário ensiná-las a diferença entre o que é uma necessidade e o que é um capricho. Podemos fazer perguntas como: “Por que você acha que isso é necessário?”. “Para que você vai usar?”. “Isso é essencial para desenvolver uma tarefa específica?”.
- Seria bom ensiná-las a gerenciar o próprio dinheiro. Elas devem aprender a economizar, pois, se gastarem tudo de uma vez, não terão dinheiro para depois. Dar-lhes um cofrinho pode ser uma boa ideia. Isso pode ajudá-las a aprender a querer as coisas, ter uma meta e alcançar o que querem.
- Não há nada mais gratificante do que conseguir algo por nossos próprios meios. Podemos fazer as crianças verem o trabalho necessário para ganhar o dinheiro. Uma maneira de fazer isso pode ser pagar por certos favores ou tarefas domésticas que elas fizerem.
- Aprender a reciclar e reutilizar objetos que, aparentemente, não servem mais ou estão em desuso. Se possível, substituir os itens comprados por itens feitos à mão. Fazer os próprios brinquedos também seria interessante.
- Mostrar a elas como a publicidade funciona. Devemos mostrar como fabricantes e diferentes agentes de publicidade usam truques para vender determinados produtos. Dessa forma, incentivaremos a criança a não acreditar na primeira coisa que vê, mas sim procurar informações, compará-las e, assim, saber escolher melhor.
- Em resumo, saber mostrar às crianças o valor das coisas.
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- Buckingham, D. (2013). La infancia materialista. Crecer en la cultura consumista. Ediciones Morata.
- Freitas, A. A. F., & Apolônio, L. P. M. (2015). Nascidos para comprar: notas sobre o consumismo infantil. Zero-a-Seis, 17(32), 210-223.