Doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) em adolescentes

Falar sobre sexo com seus filhos é essencial para prevenir a propagação de doenças venéreas. Ensine-os a cuidar de si mesmos para alcançar a saúde plena.
Doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) em adolescentes
Elena Sanz Martín

Revisado e aprovado por a psicóloga Elena Sanz Martín.

Escrito por Elena Sanz Martín

Última atualização: 27 dezembro, 2022

Os jovens iniciam sua vida sexual cada vez mais cedo e nem sempre contam com as informações necessárias. Nas últimas décadas, aumentaram os casos de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) em adolescentes. É fundamental que os pais se envolvam na educação sexual de seus filhos para que sejam capazes de fornecer as ferramentas necessárias para o cuidado de si e dos outros.

Muitos adultos acreditam que, se evitarem falar sobre sexo com os filhos, poderão atrasar o início de suas práticas sexuais. Outros fogem do assunto porque têm vergonha de falar sobre o assunto com os jovens. Mas muitas vezes são os adolescentes que têm vergonha e medo de serem julgados pelos pais.

Por tudo isso, é comum que menores de idade carreguem consigo muitas dúvidas e desinformações sobre o sexo. Infelizmente, isso pode ter consequências fatais.

DSTs em adolescentes: um problema cada vez mais comum

As doenças sexualmente transmissíveis são doenças causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos, que são adquiridos através do contato sexual desprotegido.

Embora essas doenças afetem indivíduos de qualquer idade, os jovens são especialmente propensos, tanto que 50% dos casos ocorrem em pacientes que têm entre 15 e 24 anos.

Estima-se que um a cada quatro adolescentes contrairá uma DST antes de terminar o ensino médio.

Diante desses números alarmantes, pergunta-se por que isso está acontecendo e o que podemos fazer para corrigir os erros. Para responder a essa questão, é necessário conhecer os motivos que contribuem para essa realidade:

  • O início precoce da vida sexual.
  • O fato de ter vários parceiros sexuais, algo mais comum entre jovens do que entre adultos.
  • Falta de informação e desconhecimento dos riscos assumidos.
  • A falta de informações verdadeiras sobre as medidas de proteção.

Embora as escolas ofereçam informações sobre educação sexual, isso nem sempre é suficiente. Como resultado, muitos jovens acabam aprendendo por meios não confiáveis, como as experiências de seus colegas ou a pornografia.

Diante desse cenário, a intervenção precoce dos pais é muito valiosa e necessária.

 

Camisinha contra as DSTs em adolescentes

Principais DSTs em adolescentes: sintomas e tratamento

Existem várias doenças sexualmente transmissíveis que podem afetar os adolescentes, mas neste artigo iremos discutir algumas das mais comuns.

Infecção por HIV

O HIV é o vírus da imunodeficiência humana e, como o próprio nome indica, ataca o sistema imunológico, enfraquecendo-o. Isso significa que a pessoa infectada não possui as defesas necessárias para enfrentar as diferentes doenças.

Os primeiros sinais de um possível contágio não são muito específicos: febre, fadiga, dores musculares ou aumento dos gânglios linfáticos. Após algumas semanas, eles desaparecem e o vírus entra em uma fase de latência. Durante essa fase, o paciente não apresenta sintomas, mas pode contaminar.

Se a infecção não for tratada, o quadro evolui para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Por outro lado, quando o tratamento é iniciado precocemente, é possível evitar esse desfecho. Por esse motivo, a detecção e o monitoramento precoces são essenciais.

É importante lembrar que a infecção pelo HIV não tem cura, e o tratamento a ser recebido é para a vida toda.

Clamídia

Essa é uma condição causada por uma bactéria muito comum em jovens, chamada Chlamydia trachomatis.

Seus principais sintomas incluem dor ao urinar, dor durante as relações sexuais ou sangramento vaginal entre os períodos férteis nas mulheres.

No entanto, grande parte das pessoas afetadas não apresenta sintomas. Isso significa que elas podem contaminar sem saber de sua condição e, também, que não recebem tratamento curativo adequado.

As consequências em longo prazo incluem doença inflamatória pélvica, dor pélvica crônica e infertilidade.

Sífilis

A frequência dessa infecção bacteriana aumentou nos últimos anos, e o sexo oral se tornou um dos mecanismos de transmissão mais importantes.

As manifestações clínicas são diferentes dependendo do estágio da doença. As mais marcantes são erupções cutâneas nas mãos e nos pés, e úlceras na boca, na vagina ou nos pênis.

O tratamento curativo dessa condição é simples e feito principalmente com penicilina.

Gonorreia

Nesse caso, a infecção ocorre tanto nos órgãos genitais, como no reto ou na garganta.

É uma das condições mais comuns em jovens e geralmente ocorre sem sintomas, especialmente em mulheres. Quando aparecem, são variáveis: ardência ao urinar, corrimento anormal no pênis, sangramento vaginal ou dor nos testículos.

Felizmente, a gonorreia pode ser curada com o tratamento adequado indicado pelo médico.

Infecção por HPV

A infecção pelo papilomavírus humano é a DST mais comum de todas, mas o mais importante é que pode levar a câncer em longo prazo.

Dependendo do tipo de HPV, as manifestações clínicas são diferentes. O sinal mais característico é a presença de verrugas ao redor dos órgãos genitais, ânus, boca ou garganta.

Foram desenvolvidas vacinas contra vários tipos de HPV nas últimas décadas, mas não todos. Elas são aplicadas nos jovens, de preferência antes do início da vida sexual.

Previna as DSTs em adolescentes em casa

Como você viu, as consequências de contrair uma DST podem ser muito negativas para os seus filhos. Por isso, é muito importante não delegar a tarefa de sua educação sexual.

A seguir, explicaremos algumas medidas que você pode implementar para se envolver mais com a sexualidade dos seus filhos.

Responda a perguntas sobre sexualidade desde a infância

Seus filhos chegarão com dúvidas sobre sexo muito mais cedo do que o esperado. Assim como acontece com outras perguntas, você deve respondê-las com sinceridade e de maneira natural.

A linguagem e as informações têm que ser adaptadas à idade da criança em questão, mas é importante que você se mostre com disposição para o diálogo. Dessa forma, seus filhos verão você como uma pessoa confiável a quem poderão recorrer quando precisarem.

Informe sobre riscos e medidas de prevenção com antecedência

A única maneira de não correr riscos é não experimentar. No entanto, isso não acontecerá, e é provável que seus filhos comecem a vida sexual muito mais cedo do que você espera.

Por esse motivo, é fundamental informá-los sobre os possíveis riscos, mas também sobre as formas de prevenção.

Seja empática e sugira sem impor

Não julgue ou culpe, pois isso apenas levantará uma barreira de comunicação. É importante que seus filhos confiem em você e levem em consideração suas recomendações para que tenham uma boa saúde sexual.

As principais sugestões devem ser no sentido de retardar o início da atividade sexual, reduzir o número de parceiros sexuais e promover o uso consistente de métodos de barreira, como o preservativo.

 

Como prevenir as DSTs em adolescentes

Sobre DSTs em adolescentes

Em suma, a adolescência é uma fase complexa em que os jovens tendem a se arriscar mais do que o necessário, devido ao sentimento de invulnerabilidade comumente presente.

É importante alertar seus filhos sobre os perigos e as estratégias adequadas para evitá-los. E não menos importante: garanta uma comunicação aberta para que eles recorram a você sempre que precisarem. Não deixe de se envolver!


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.



Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.