Educar com ameaças é um erro: causas, consequências e solução

Ser pais é uma tarefa difícil e que precisa de muito preparo. Apesar disso, educar com ameaças é um erro. Por isso, existem técnicas eficientes para que os filhos cresçam saudáveis e emocionalmente equilibrados sem que você precise incutir o medo.
Educar com ameaças é um erro: causas, consequências e solução
María Alejandra Castro Arbeláez

Revisado e aprovado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Escrito por Equipo Editorial

Última atualização: 03 março, 2018

“Se você não juntar os brinquedos agora, nunca mais te darei outro brinquedo”. Essas palavras contêm uma ameaça e, para fazer com que as crianças obedeçam, são comumente utilizadas.

Entretanto, educar com ameaças é um erro, já que utilizar o medo para educar não é um bom sinal. Nesse sentido, os pais devem se esforçar para não fazer mal aos seus filhos e construir uma base forte e positiva na hora de educar.

As ameaças na educação das crianças

São muitos os pais que constroem a educação com ameaças. Mas os filhos percebem rapidamente que, quanto mais prometem e ameaçam, menos as ameaças são cumpridas. Isso faz com que eles percam o respeito pela autoridade, ainda que os pais estejam totalmente enraivecidos. A explicação é que as ameaças não são realistas, ou seja, são difíceis de aplicar ou quase nunca podem ser realizadas.

Em vez de colocar em prática esse tipo de educação, é melhor que os pais desenvolvam outras técnicas ou estratégias educacionais. Especialmente as que ajudam a entender melhor o funcionamento mental de uma criança.

Desse modo, será muito mais fácil educar bem e não ameaçar os filhos para que obedeçam. Ao mesmo tempo, os pais conseguirão evitar que os filhos os encarem como pessoas negativas e autoritárias, em vez de positivas e amorosas.

Por que educar com ameaças é um erro?

Uma educação baseada no medo para obter determinado comportamento é uma base equivocada que, em longo prazo, terá como resultado o efeito contrário devido aos seguintes motivos:

  • Um ambiente de insegurança e desconfiança é criado na família.
  • É uma educação autoritária e pedagogicamente negativa.
  • Pode ser violenta.
  • Não há coerência entre o que se diz e o que se faz.
Mãe brigando com criança por sujar a parede

Consequências graves para crianças educadas com base neste método

As ameaças não são um bom recurso educacional. Ainda que possam parecer manifestações inofensivas, são uma demonstração clara de violência psicológica. Algumas vezes são acompanhas de gritos, o que pode afetar o comportamento e o bem-estar psicológico das crianças.

Entre suas consequências mais marcantes, fazem com que a criança:

  • Não assuma responsabilidade por seus atos. É possível fazer com que responda, mas somente para evitar um castigo ou receber benefícios e recompensas.
  • Perca a confiança na palavra dos pais. Isso acontece porque, em momentos de raiva, as ameaças podem ser muito fortes e depois, ao ver a situação com mais calma, se tornam impossíveis de cumprir.
  • Perca a confiança em si mesma. Quando os pais cumprem suas ameaças, a criança reconhece que deve temer seus pais e não desenvolve seu próprio critério e autocontrole.
  • Sofra de stress, o que prejudica seu desenvolvimento emocional.

“As ameaças só demonstram que os pais não têm recursos para educar”

3 sugestões eficazes na hora de ensinar

Para que você consiga ter autoridade diante de seus filhos, é imprescindível que haja coerência e integridade entre o que você diz e o que faz.

  • Não considere consequências drásticas, porque sua eficácia será menor.
  • Nunca diga algo que você não tem certeza de que poderá cumprir ou realizar.
  • Você deve ser fiel ao que prometeu, seja para o bem ou para o mal.
Mãe intimidante apontando para o filho

Como educar sem ameaçar?

Controlar o comportamento das crianças com ameaças é um erro, porque demonstra que os pais não têm recursos para educar. Revela que têm dificuldades para delimitar limites e que não possuem conexão com seus filhos.

Por essa razão, os pais devem eliminar recursos ultrapassados, como:

  • Sermões.
  • Manipulações e chantagens.
  • Abusos verbais e físicos.
  • Recompensas e castigos.

No lugar desses recursos, você deve ensinar que cometer erros é normal, mas que podemos aprender com eles e corrigi-los. Deixe claro que não existe um erro que faça com que você deixe de amá-lo.

Em suma, não se trata de deixar a criança sem castigos, mas estabelecer que educar com ameaças é um erro que traz consequências negativas em curto e longo prazo. Basta compreender e ajudar a criança a obter o melhor de si, não porque ela tem medo, mas porque tem capacidade para fazê-lo.


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