Deixar seus filhos cometerem erros é saudável

Deixar seus filhos cometerem erros é saudável

Última atualização: 25 dezembro, 2017

Conforme as crianças vão crescendo, é fundamental reduzir o número de intervenções para que, assim, elas possam conquistar independência, força e uma boa capacidade para tomar decisões e enfrentar situações de todo tipo.

Frequentemente, os pais tendem a proteger os filhos em excesso. Isso se deve à crença de que, com a intervenção, eles podem facilitar as coisas e oferecer melhor qualidade de vida aos pequenos. No entanto, deixar seus filhos cometerem erros é saudável pois permite que aprendam a cuidar de si mesmos e resolver seus próprios problemas sozinhos.

Ninguém nasce ensinado, portanto, é importante errar para poder crescer. Todo ser humano precisa desse processo para poder construir seu próprio bem-estar emocional e, ao mesmo tempo, desenvolver várias capacidades.

É verdade que os pais costumam hesitar entre quando intervir e quando não. O melhor que se pode fazer, na verdade, é procurar manter um equilíbrio. Os pais devem ser orientadores, conselheiros e apoiadores, não muletas para a vida toda que acabam por inutilizar as crianças e destruir a autoestima delas com o passar do tempo.

Inevitavelmente chega o momento em que uma criança não consegue fazer um brinquedo funcionar, por exemplo. Ou talvez ela não consiga realizar uma tarefa do dia a dia. Então, os pais devem aprender a saber até onde deixar as crianças cometerem erros e quando é melhor dar alguma ajuda. Para muitos isso pode ser difícil, mas tudo é possível quando se toma consciência do assunto.

Autonomia

Pode-se identificar dois tipos de autonomia. Uma que tem a ver com o desenvolvimento físico: motricidade e capacidade de coordenação. O outro tem a ver com aspecto psicológico, que é a expressão de desejos, a tomada de decisões e a compreensão das próprias ações. A educação das crianças contempla esse processo de atingir a autonomia no seu sentido mais amplo.

Certas tendências de criação atuais podem tender à superproteção. Ao evitar a todo custo o sofrimento das crianças, impossibilitamos o crescimento e o desenvolvimento integral delas.

Estimular a autonomia é extremamente importante. É necessário formar adultos com competências e estratégias para a vida. Esses padrões são estabelecidos durante a infância.

filhos cometerem erros

Favorecer a autonomia dos filhos

Uma das razões mais evidentes pela qual os pais não permitem que os filhos tomem decisões é o medo de que eles cometam erros. Ninguém quer ver uma criança se sentindo mal. No entanto, é possível cair na superproteção.

Outra razão é que alguns pais podem ser controladores. Eles desejam que as crianças façam tudo exatamente como o pai e mãe acham que é correto. Isso acontece por medo das críticas e, inclusive, para evitar sentimentos de culpa caso a criança fracasse.

Por outro lado, a vida contemporânea está estruturada por rotinas de tempos exigentes. Muito trabalho e pouco tempo para deixar que as crianças aprendam a fazer as coisas por si mesmas. O aprendizado requer tempo e paciência, coisas que às vezes os pais não têm.

Nenhuma dessas justificativas são válidas. Deixar seus filhos cometerem erros é um exercício imprescindível para a vida. Os pais têm a obrigação de entender como realizar de maneira efetiva essa tarefa.

Como começar a deixar seus filhos cometerem erros?

A primeira coisa é estar consciente de que quando a criança começa a fazer as coisas por si mesma, ela começa a cometer erros. Em seguida, de maneira natural, virá a frustração.

A frustração não é de todo ruim. É a oportunidade de se superar e estabelecer novas metas. Mas esses pensamentos não vêm sozinhos, os adultos têm que inculcar nas crianças.

Perseverança

Quando uma criança tem vontade de ajudar em uma tarefa da casa, por exemplo, é positivo aceitar a ajuda dela. E, é claro, incentivar. Se ela errar, o ideal é incentivar a tentar de novo.  Começar de novo deve ser entendido como algo natural. Esse aprendizado se dá através do exemplo. Se os pais forem perseverantes e souberem lidar com a própria frustração, as crianças vão aprender a fazer isso também e vão ganhar em felicidade.

Paciência

Provavelmente, depois de algumas tentativas, a criança vai começar a chorar. O primeiro impulso dos pais pode ser resolver o problema para que a criança pare de chorar. Mas, outra opção que pode ajudar mais é sentar para conversar com a criança e dar opções de como resolver o problema.

Metas razoáveis

Todo o processo de aprendizado de uma criança passa por várias etapas. As metas a cumprir devem ser possíveis segundo as capacidades que a criança tiver desenvolvido de acordo com a idade.  Isso garante que a criança vai conseguir cumprir algumas metas. E, assim, sua autoestima vai ser reforçada e seu aprendizado infantil vai ser encorajado.

Não é válido enfrentar os desafios com a ideia de que “nós somos capazes de tudo”. As crianças têm etapas que elas devem cumprir. Se elas forem exigidas em excesso podem se frustrar.

filhos cometerem erros

Os deveres em casa são uma boa ferramenta

Colaborar em casa envolve uma série de valores positivos. A cooperação, a integração e a convivência. Também se promove a autonomia e a criança vai aprendendo para saber cuidar de si mesma no futuro.

Permitir o choro

Apesar de parecer desesperador ver uma criança chorar e ser muito difícil deixar seus filhos cometerem erros, é necessário entender que é preciso deixar as crianças expressarem a frustração, o medo e a raiva. Não há por que entrar em pânico nem reprimir.

Você sempre pode conversar com elas depois para tentar ajudar a canalizar as emoções negativas e ensinar a seguir em frente. Reprimir o choro não é uma boa estratégia. Minimizar o momento pelo qual as crianças estão passando também não.

O segredo? Deixar seus filhos cometerem erros para, pouco a pouco, se transformarem em seres humanos autônomos e capazes de enfrentar a vida sozinhos.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.



Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.