Educar como um casal
Diante de uma tarefa tão complexa, árdua e extensa quanto a educação das crianças, fica mais do que claro que a união entre os pais é um aspecto imprescindível. Educar como um casal requer um pouco de organização e possivelmente gera divergências, mas também multiplica os resultados.
Pode ser que, ao planejar a concepção dos filhos, a ideia de projetar e concordar quanto aos métodos educacionais pareça muito simples. Muitas vezes isso é visto como algo que requer apenas alguns minutos de conversa.
No entanto, a dura realidade acaba por dar uma lição aos pais de primeira viagem. Esse assunto leva a discussões, frustração e até mesmo problemas conjugais. Educar como um casal não é apenas uma tática conveniente para pais e filhos, mas sim um desafio e uma responsabilidade para os mais velhos.
Dicas para educar como um casal
Com as sugestões abaixo, ambos os pais poderão ter mais ferramentas para realizar a difícil missão de educar como um casal:
1. Definir regras e aplicá-las da mesma forma
Se uma criança perceber divergências entre os pais, ela certamente levará pouco tempo para tirar vantagem disso. Essa é uma situação que ocorre com muita frequência. Por exemplo, quando um dos pais dá permissão para fazer algo que o outro proibiu.
Nesse momento, a criança percebe uma fissura e sabe que pode aproveitar essa situação, tanto naquela hora quanto no futuro. Além disso, as discrepâncias entre os pais não vão demorar a chegar. Revelar a falta de união para a criança não será nada vantajoso para a sua educação.
Portanto, o melhor a ser feito é estabelecer regras com antecedência e não conceder permissões ou exceções sem consultar o outro. Dessa maneira, a criança respeitará a autoridade dos pais e saberá que ‘dividir para conquistar’ não é uma opção viável.
2. Deixar o ego de lado
Qualquer tentativa de se estabelecer como o pai mais gentil, estrito, responsável ou permissivo terminará em uma perda de autoridade perante a criança. Nessa relação, ambos os papéis – pai e mãe – devem ser iguais.
Além disso, também é aconselhável não tomar decisões importantes sem consultar o parceiro, nem questionar os seus erros ou habilidades na frente da criança.
3. Confiança e paciência
Lembre-se de que todos nós cometemos erros e que ninguém nasceu sabendo como fazer tudo. Muito menos quando se trata de algo tão difícil quanto encaminhar a educação de uma criança.
Portanto, ambos os membros do casal precisam ser pacientes e saber corrigir os erros de forma construtiva. Devemos visar o futuro em vez de censurar o passado. Da mesma forma, uma boa dose de paciência também é necessária. Cada indivíduo tem dias bons e ruins, e isso também inclui a criança.
Por isso, o amor e a tolerância devem prevalecer no lar. Ninguém faz coisas erradas ‘de propósito’, pois os erros fazem parte da inexorável personalidade e experiência de vida de cada pessoa.
“O melhor a ser feito é estabelecer regras com antecedência e não conceder permissões ou exceções sem consultar o outro. Dessa maneira, a criança respeitará a autoridade dos pais e saberá que ‘dividir para conquistar’ não é uma oportunidade viável.”
4. Concordar com um sistema de recompensas
Uma boa técnica para ser justo ao lidar com a criança e avaliar as suas ações é estabelecer uma espécie de ‘sistema’ para recompensar o seu bom comportamento.
Desta forma, vamos impedir que um dos dois seja ‘excessivamente bondoso’ para com a criança e, assim, deixe para o outro o papel de assumir uma figura austera. Isso, de fato, prejudicaria a imagem dessa pessoa diante da criança.
5. Não procurar por um culpado
Um erro frequente é projetar o mau comportamento ou as falhas do filho no outro. Frases do tipo “Ele não respeita os horários porque você o deixa dormir a qualquer hora” não fazem nada além de incentivar discrepâncias entre os pais.
A criança também não deve ser culpada por tudo, muito menos pelos desentendimentos entre os adultos. Quando há um erro, ele simplesmente deve ser corrigido, esclarecendo o que aconteceu para que não se repita no futuro. Porém, isso sempre deve ser feito, sem dúvida, de maneira construtiva e empática.
Por fim, nunca se esqueça de que tanto você quanto o seu parceiro, antes de se tornarem pais, também eram duas pessoas que tinham intimidade e aproveitavam o tempo a sós. Por isso, não deixe que as responsabilidades os dominem e apaguem esse prazer das suas vidas. Afinal, manter a chama acesa é um dos pilares da felicidade da família.