Filhos que ignoram os pais

Quando uma criança menospreza constantemente a atenção dada pelos pais, há algo que deve ser corrigido. A educação desde a mais tenra idade é fundamental para evitar que esses problemas apareçam.
Filhos que ignoram os pais
María Alejandra Castro Arbeláez

Revisado e aprovado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Escrito por Equipo Editorial

Última atualização: 23 março, 2022

Assim como há pais cujo método de criação inclui desatenção, falta de afeto e maus-tratos, também há crianças que se dirigem de uma maneira ruim aos mais velhos. É o caso dos filhos que ignoram os pais, um problema que afeta muitas famílias e que merece uma solução imediata.

Atitudes de filhos que ignoram os pais

Uma criança com esse comportamento desafiador diante dos mais velhos se caracteriza por apresentar frequentemente e em diferentes circunstâncias algumas das seguintes ações:

  • Não se importar nem obedecer ordens.
  • As advertências, ameaças ou punições não conseguem mudar em nada o seu comportamento.
  • Menosprezar as ações dos pais, incluindo gestos amáveis e presentes.
  • Buscar a independência – inclusive em coisas para as quais não estão preparadas – e rejeitar a ajuda dos mais velhos.
  • Rebeldia, abuso verbal e recusa em demonstrar afeto pelos pais.

Por que alguns filhos ignoram os pais?

Assim como tudo o que acontece no comportamento das crianças, isso pode ter diversas origens e vai depender em grande parte de seu caráter, educação e ambiente.

No entanto, se essa atitude ocorrer exclusivamente com um dos pais, pode ser que a criança tenha sentimentos negativos em relação a um deles.

Isso pode acontecer porque ela prefere o outro, com quem pode compartilhar mais tempo, ou porque está chateada ou ofendida por algum problema do passado. Em todos os casos, a melhor coisa a fazer é perguntar e conversar para chegar ao fundo da questão.

 

Atitudes de filhos que ignoram seus pais

Por outro lado, também é necessário considerar que há crianças ‘difíceis’, cujo temperamento as torna irascíveis, respondonas e um tanto malcriadas. Com muita frequência, isso tem raízes sociais e não biológicas. Nenhuma criança ‘nasce malvada’.

Essas crianças exercem uma forma de violência psicológica; elas causam sofrimento e dor nos pais para se colocarem em uma situação de poder e domínio sobre eles. Quando isso ocorre de forma prolongada, esse distúrbio geralmente é chamado de síndrome do imperador.

Os pais devem manter a autoridade e aplicá-la nessas situações. Caso contrário, a criança pode chegar à adolescência acreditando que tem poder sobre eles, o que se tornaria um grande problema.

Como resolver esse conflito

A maneira como os pais devem reagir também vai depender do estágio da infância em que seu filho esteja. Vamos dividi-los da seguinte maneira:

Bebês

As crianças menores de dois anos de idade não entendem muitas situações cotidianas. Portanto, é melhor que os pais não as obriguem a fazer algo que elas não queiram. Isso pode até mesmo reforçar o comportamento negativo.

Então, tente justamente o contrário: o bom tratamento, o carinho, as palavras afetuosas e as recompensas positivas vão servir para construir uma relação de proximidade e respeito.

“As crianças que ignoram os pais exercem uma forma de violência psicológica. Elas causam sofrimento e dor nos pais para se colocarem em uma situação de poder e domínio sobre eles”

Crianças de 2 e 3 anos

Um erro que muitos pais cometem é discutir com seus filhos como se eles fossem adultos. Em vez disso, é aconselhável permanecer firme na sua postura, mas com gentileza e sempre explicando os motivos.

Assim, com o tempo, a criança vai entender que todas as ordens dos pais têm um motivo e, assim, vão obedecer, principalmente quando perceberem que trazem algum benefício.

 

Por que alguns filhos ignoram seus pais

Crianças maiores de 4 anos

Nesses casos, quando a criança já começou a vida escolar, pode ser útil avaliar o seu comportamento na escola. Além disso, a partir desse ambiente, pode-se promover um modelo de comportamento que seja posteriormente transferido para a casa.

Ademais, a essa altura a criança já se tornou mais consciente de que suas ações têm consequências. Portanto, o método de criação implementado deve contemplar o respeito pelas regras e hierarquia dos pais.

Da mesma forma, também é um bom momento para aprofundar a educação emocional das crianças. Um valor chave aqui é a empatia. Elas devem aprender a reconhecer que suas palavras e ações podem machucar as pessoas que as amam, incluindo os pais.

Em suma, quando os filhos ignoram os pais, torna-se necessário reforçar a ideia de autoridade dos mais velhos. Mas isso não deve ser feito a partir de imposição, punição ou – muito menos –  violência, e sim da educação diária e afetuosa que toda criança merece.


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