A importância de validar as emoções das crianças
A maioria dos pais atuais foi educada com uma criação autoritária, baseada em altas exigências e pouca sensibilidade. Agora que eles têm os próprios filhos, querem agir de uma maneira diferente, tendo a conexão e o respeito como pilares. Mas, nesse momento, descobrem que não sabem como dar algo que não receberam. Para educar, às vezes é necessário aprender, e isso é totalmente legítimo. Por isso, neste artigo, vamos mostrar como validar as emoções das crianças.
Quando nos tornamos pais, é comum nos pegarmos repetindo os padrões da nossa própria educação. Afinal, isso é tudo o que conhecemos. No entanto, se tivermos a consciência de que queremos estabelecer um vínculo mais saudável e sólido com os nossos filhos, o caminho começa pelas emoções deles. Temos que ajudá-los a entendê-las, controlá-las e dar significado a elas.
Invalidação emocional
Com a pressa e as obrigações diárias, geralmente é difícil reservar um tempo para refletir antes de agir. Temos que fazer os nossos filhos tomarem banho, jantar e ir para a cama antes das dez.
Sentimos que não podemos perder tempo lidando com a birra que surgiu porque não eles queriam ir embora do parque. Ou porque não queriam sair da banheira. Ou porque não gostam das roupas que têm que vestir.
Aos nossos olhos, os motivos deles parecem insignificantes em comparação com a reação desproporcional, e começamos a pensar que eles se comportam dessa maneira para nos desafiar ou testar.
Mas, se nos colocarmos no lugar deles por um momento, entenderemos que, para eles, esses motivos são importantes e que eles estão experimentando uma intensidade emocional que não conseguem expressar de outra maneira.
Devemos nos lembrar de que não se trata de uma afronta pessoal. Os pequenos não querem nos incomodar ou manipular. Assim, não há necessidade de começar uma luta pelo poder com eles. Pelo contrário, eles precisam da nossa compreensão e orientação para aprender a se relacionar com esse estado emocional que toma conta deles.
Quando ignoramos o choro das crianças, as repreendemos por estarem chateadas ou desvalorizamos as razões das suas preocupações, transmitimos a mensagem de que as suas emoções não são importantes, de que não são válidas, de que elas não têm o direito de expressá-las ou senti-las e que, se fizerem isso, vamos ficar com raiva ou vamos deixar de dar o nosso afeto.
Assim, as crianças começarão a reprimir as emoções e a vivê-las com desconforto, uma vez que negá-las não fará com que desapareçam. Elas se sentirão confusas e inseguras diante disso e crescerão com dificuldade para controlar e entender os próprios sentimentos e os das outras pessoas.
Como validar as emoções das crianças
Portanto, é importante refletir antes de agir diante das emoções das crianças. Talvez o nosso primeiro impulso seja dizer que crianças grandes não choram ou que elas sempre nos atrasam.
Mas, se olharmos a partir de outra perspectiva, vamos entender que é mais importante tomar um tempo para acompanhar a criança diante do seu transbordamento emocional. Para validar as emoções das crianças, você pode seguir estes passos:
- Nomeie o que estiverem sentindo. Muitas vezes, elas não conseguem identificar com precisão qual é a emoção que estão sentindo no momento. Dessa forma, podemos ajudá-las.
- Valide a emoção transmitindo à criança que o que ela sente é uma reação normal e que ela tem o direito de senti-la.
- Explicar os motivos. Ela pode não entendê-los ou achar que não são convincentes, mas é importante que eles sejam ditos.
- Ofereça ferramentas para controlar essas emoções. Ensine que a sua intensidade pode ser diminuída ao modificar os seus pensamentos ou procurar uma alternativa.
Assim, poderíamos explicar: “Estou percebendo que você está chateado por ter que sair da banheira. É normal ficar bravo por ter que parar de brincar quando você está tão confortável. Mas já está muito tarde e precisamos jantar. Se você quiser, você pode me ajudar a preparar a omelete, como um verdadeiro cozinheiro”.
Conexão e respeito
Em vez de minimizar as emoções das crianças ou ficarmos incomodados com a sua birra, demos espaço para os seus sentimentos. Houve uma conexão com a criança, a compreendemos e a acompanhamos, e também oferecemos a uma alternativa para reduzir o seu desconforto.
Dessa forma, a criança se sentirá amada, respeitada e contente. Ela aprenderá a identificar os seus próprios estados emocionais e a lidar com eles de uma maneira saudável. Mas, acima de tudo, será criado um vínculo de confiança e afeto conosco.
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