Como acabar com as birras: o que você tem que dizer para o seu filho?

Fazer birra é a forma que a criança - ainda imatura - tem para comunicar que "o que sente é muito forte e que ela não consegue controlar".
Como acabar com as birras: o que você tem que dizer para o seu filho?
María Alejandra Castro Arbeláez

Escrito e verificado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Última atualização: 20 novembro, 2018

É normal que a criança tenha essas reações fortes de irritação porque ela ainda não é capaz de expressar em palavras essa emoção intensa que a domina. Neste artigo, veja uma estratégia para acabar com as birras do seu filho.

Geralmente, fazer birra se manifesta com força por volta dos dois anos de idade. Nessa fase, principalmente, é importante tratar essas crises adequadamente a fim de contribuir para um desenvolvimento emocional saudável da criança.

Existem diferentes tipos de birra. Às vezes, fazer birra é um meio utilizado pela criança para manipular e conseguir o que mais quer. Outras vezes, existem raízes emocionais mais profundas.

De qualquer forma, é importante não responder a uma birra infantil com uma birra de adulto. Além disso, é preciso manter a calma e agir controlando as próprias emoções.

Mamãe ou papai, vocês devem conversar com a criança sobre o que aconteceu, mas não exatamente na hora que ela fizer birra.

É melhor falar sobre isso na hora que ela já estiver mais calma. Durante a crise, a criança não entende as razões. Nesse momento, os especialistas sugerem conter a criança, abraçá-la.

É preciso falar para ela palavras delicadas e carinhosas e esperar. Quando a birra tiver passado, vai ser o momento de falar sobre ela.

as birras

O que dizer à criança para que ela pare de fazer birra?

Como vemos, fazer birra é normal em uma fase da infância. Por isso, o mais importante é o momento de conversar com seu filho depois do episódio de birra. Ajudem seu pequeno a refletir e amadurecer.

  • É bom levar em consideração que, na hora de falar com a criança, vocês devem falar de maneira específica, clara e direta.
  • Além disso, é essencial que vocês se certifiquem de que a criança entende o que vocês estão dizendo.
  • Os olhares, os gestos, os abraços, os sorrisos e o tom de voz são fundamentais na comunicação. Esses aspectos devem transmitir todo o afeto de vocês pela criança. Mesmo que você tenha que falar que o que ela fez foi errado, ela tem que sentir o carinho dos pais.
  • No momento da birra, o adulto encarregado da criação da criança deve analisar a situação. Se estiver em um lugar ou em uma posição que possa fazer mal ao pequeno, a primeira coisa a se fazer é levá-lo para um local mais apropriado.
  • Nesse momento, o melhor é não dizer nada. Uma estratégia é conseguir com que a criança mude o foco de sua atenção. Dessa forma, ela vai deixar de responder ao estímulo que provoca a birra e vai se concentrar em outro, conduzido pelo adulto.

Reforços positivos para lidar com as birras

A conversa com a criança não deve se assumir a forma de uma bronca. É importante lembrar que fazer birra é um ato involuntário e incontrolável para ela.

Assim, palavras como “eu vou ajudar você a superar isso” ou “fique calmo, estou aqui para ajudar você”, quando ditas com carinho, vão ajudar a fazer com que a criança se sinta mais calma e segura.

Passado o episódio de birra, é importante mostrar sua alegria ao ver que ela recuperou o controle. Também é o momento de explicar qual seria a melhor maneira de se comportar.

“Quando você se sentir desse jeito, pode falar comigo, explicar o que está acontecendo. Vamos resolver isso juntos”. Ou “Se a mamãe disser ‘não’, você pode perguntar por quê. Sempre existe um motivo que tem a ver com o seu bem-estar”. São exemplos do que se pode falar nesse momento

as birras

No momento de conversar, você não deve julgar a criança, mas sim a ação dela. Você não deve transmitir a ideia de que ela “é uma criança má”, mas sim de que “o que fez foi errado”.

Esta distinção é fundamental no momento do diálogo. As crianças vão compartilhar suas preocupações no momento em que não se sentirem julgadas.

A criança tem uma linha de raciocínio específica. Portanto, nos diálogos com ela, é preciso evitar termos vagos e generalizadores.

Por exemplo, é comum falar para a criança: “você se comporta direitinho”. No entanto, essa expressão pode fazer referência a tantos comportamentos, que, muitas vezes, a criança não consegue assimilar.

Outras opções como “fica quieta”, “para de gritar” ou “para de encostar em tudo o que vê” são mensagens muito mais específicas e compreensíveis.

Falar com uma criança exige escutar e tentar compreender seus motivos. Vai ser um bom momento para fazê-la pensar, reprocessar e entender que determinado comportamento não foi certo.

Seja qual for a idade do seu filho, você não deve subestimar a capacidade dele de argumentar e compreender.

Uma questão de educação, mas também de tempo

As birras vão parar à medida que a criança for crescendo. Ao mesmo tempo, pode ser que ressurjam assumindo formas diferentes na adolescência.

Contudo, a sugestão geral é a mesma: a calma, o diálogo que exige escuta ativa, a adequação das mensagens às características da criança e, principalmente, a manifestação de amor que vai fazer com que a criança se sinta segura e cuidada.


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