Ser mãe é uma opção, não uma obrigação
Nenhuma mulher é obrigada a ser mãe. Mas, de fato, analisar a possibilidade de ser ou não uma mãe deveria ser uma obrigação. Sabemos que algumas mulheres não estão aptas a ser mães talvez por impedimentos naturais ou sociais e que, se tivessem tido a opção, teriam decidido pelo não.
Esse tema é um pouco controverso porque existem posições muito radicais sobre o assunto. Mas, antes de tudo devemos sempre respeitar as opiniões alheias e os direitos iguais de todos e todas.
As mulheres nascem desenhadas fisiologicamente para dar à luz, mas nem sempre esse fator coincide com a nossa mentalidade. O fato de estarmos aptas a gerar uma vida não implica na obrigação de fazê-lo. Mesmo que, durante muito tempo, tenhamos sido submetidas a esse pensamento social.
É muito comum que entre mulheres nos questionemos sobre a maternidade. As mães que são felizes não compreendem como algumas não querem se tornar mães e essas últimas não se convencem totalmente de que as primeiras sejam muito felizes. A maternidade chega a ser uma barreira que impede as mulheres de manifestar uma opinião diferente. Como se o fato de apoiar o direito de escolher ou não ser mãe nos deixasse menos amorosas com nossos filhos.
Cada pessoa é livre para decidir o que fazer com sua vida e isso deveria ser algo universalmente aceito. Infelizmente, as mulheres que decidiram não querer ser mães não são totalmente respeitadas em sua decisão. Mas cada dia que passa esse grupo de mulheres aumenta.
Atualmente, são muitas as mulheres que acreditam que não seria possível viver suas vidas da mesma forma se tivessem um filho. Os interesses pessoais e profissionais são, geralmente, o motivo para pensar dessa forma e elas não deveriam ser julgadas por isso.
Sem filhos
Em 2015 foi lançado um filme argentino que expôs o tema desde um ponto de vista crítico, (mesmo que esse não fosse o objetivo principal) protagonizado pela atriz espanhola Maribel Verdú, que aos 44 anos se sente plenamente identificada com a personagem Vicky. O filme que se chama “Sem filhos” e expõe um tema ainda polêmico na América Latina, tendo revoltado a sociedade com sua publicação.
A atriz é uma das mulheres que considera que ser mãe é uma opção e não uma obrigação. Ela declarou que é livre por ter decidido levar sua vida dessa forma e, igualmente a outras mulheres e está cansada de ser perguntada sobre o motivo de não ter se rendido à maternidade.
Geralmente, a s outras mulheres se perguntam como pode existir alguém com mais de quarenta anos que não tenha tido vontade de ser mãe. Sobre esse tema sempre há uma aparente de frustração ou um olhar de “piedade” às mulheres que decidiram enfrentar os habituais esquemas sociais.
Vicky, a protagonista de “Sem filhos” foi radical em sua posição e chegou a dizer coisas que desde sempre muitas mulheres pensam, mas não se atrevem a dizer. Nesse sentido, é comum que as mulheres pensem que ao admitir que seus filhos possam ser um impedimento para seu desenvolvimento pessoal em outros aspectos, vão deixar de amá-los ou sofrer julgamentos.
O apelo se volta às opiniões alheias. As mulheres sem filhos não têm motivos para depreciar as mães e vice-versa. Chega de sofrer imposições da sociedade, pois somos todos livres e, desde que não prejudiquemos ninguém, merecemos possuir todos os direitos igualmente.
Ser mãe, pensar sobre o assunto é uma obrigação
Uma mulher merece a oportunidade de pensar o que vai fazer com sua vida, mas nem sempre essa opção existe. Se o foco principal das mulheres dessa geração e das anteriores fosse os direitos individuais, muitas delas teriam redefinido suas vidas, tomando decisões diferentes.
Quando analisamos a decisão de ser ou não ser mãe, encontramos muitas razões para dizer não ou ao menos para prolongar a decisão. Nem sempre as condições para a maternidade são boas, por isso há uma necessidade de se pensar melhor sobre o assunto.
Somos obrigadas a analisar bem a situação porque não se pode andar por aí sendo irresponsável com seus atos. É importante cuidar de nós mesmas e pensar na vida que queremos dar aos nossos filhos. Se pensarmos bem escolheremos ser mãe no momento certo e não por pressão social.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Muñiz Gallardo, E., & Ramos Tovar, M. E. (2019). Presión social para ser madre hacia mujeres académicas sin hijos. Nóesis. Revista de ciencias sociales y humanidades, 28(55), 64-87. http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2395-86692019000100064
- Londoño, J. A., García, J. B., & Tamayo, D. L. O. (2016). Ser mujer: entre la maternidad y la identidad. Poiésis, (31), 306-313. https://funlam.edu.co/revistas/index.php/poiesis/article/view/2121