Meus filhos vêm primeiro... o resto do mundo pode esperar

Meus filhos vêm primeiro... o resto do mundo pode esperar
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 22 dezembro, 2021

Eles vêm antes de tudo. Nossos filhos são nosso norte e nossa estrela Sirius, a mais brilhante do céu. Eles são nossa prioridade e o nosso primeiro pensamento pela manhã. No entanto, nem sempre é possível dedicar-lhes todo o tempo que gostaríamos. Por isso, é necessário encontrar momentos, instantes mágicos, em que o tempo e o mundo todo para e podemos presentear nossos pequenos dizendo-lhes “hoje tudo pode esperar, hoje a vida é nossa”.

Vamos olhar para trás por um momento. Vamos tentar nos lembrar de um momento feliz da nossa infância. O mais provável é que a nossa memória emocional nos leve imediatamente a um momento cotidiano que compartilhamos com nossa mãe, nosso pai, nossos avós ou com nossos irmãos.

“Cada momento que passo sem as pessoas que amo é um momento perdido”

-RR Tolkien-

Isso acontece por uma razão muito simples: nosso cérebro é regido por mecanismos sociais e, portanto, vai dar mais significado a esses momentos da nossa infância nos quais sentíamos a ligação com pessoas que eram queridas, que nos demonstravam de maneira ativa e sincera que éramos amados, que éramos importantes.

Mais tarde, e à medida que se chega à idade adulta, conseguimos valorizar sem dúvidas esses pequenos instantes de solidão e cumplicidade consigo mesmo. No entanto, quando ainda se é criança, isso nunca acontece porque o que existe é uma necessidade natural de “compartilhar o tempo”, de ter a mamãe por perto, o papai ao lado… Uma ligação tão necessária quanto a alimentação.

Nosso filhos precisam ver a vida através de uma bolha de sabão e perceber que os segundos se arrastam a passo de tartaruga quando passeiam de mãos dadas conosco. Eles querem nos fazer perguntas impossíveis, desenhar seus sonhos, pintar a lua de verde e o sol de roxo, querem mergulhar nos nossos olhares enquanto contamos uma história, ou duas, ou cem…

Não podemos fazer isso todos os dias, sete dias por semana e vinte e quatro horas por dia. No entanto, hoje pode ser um bom dia para “parar o tempo” para eles, para os seus filhos.

Meus filhos são minha prioridade, mas não descuido de mim mesma como pessoa, como parte de um casal…

nossos

Nossos filhos são a primeira coisa da lista, a bandeira da nossa vida, o botão que une todos os nossos sonhos e as nossas esperanças. Contudo, devemos nos lembrar de que nenhuma prioridade pode ser bem atendida se nós mesmos não aprendemos a nos priorizar também.

  • Investir no seu próprio crescimento pessoal, na sua autoestima e bem-estar psicológicos não é se descuidar dos seus filhos: é cuidar de si para poder cuidar deles de uma forma muito melhor.
  • Do mesmo modo, também não se esqueça de que além de mãe e pai, você faz parte de um casal.
  • Assim, é vital não perder a cumplicidade, é essencial cultivar o senso de humor, ter aqueles instantes à sós para se olhar nos olhos e continuar sonhando, continuar crescendo como pessoas dentro de um projeto em comum.
  • Seus filhos estão em primeiro lugar, não há dúvidas. Porém, seu bem-estar psicológico e sua satisfação emocional conferem um colchão de felicidade, de equilíbrio e de segurança aos seus filhos.

Nossos filhos precisam de uma atenção dedicada e de tardes com sorrisos que não têm fim

nossos

Há um aspecto do qual não podemos nos descuidar nunca: as crianças entendem, percebem e intuem muito mais coisas do que conseguimos transmitir. Assim, muitos daqueles detalhes que não escapam a um olhar infantil é a qualidade e a autenticidade da atenção recebida.

Para entender melhor, podemos analisar um exemplo. Marcos tem 4 anos e hoje está muito feliz porque sua mãe decidiu levá-lo ao parque depois do colégio. Ela quase nunca faz isso porque a mamãe trabalha muito, porque quem vai buscá-lo depois do colégio é sempre o vovô. Então, ele vai passar um tempo com a pessoa que mais ama: a mamãe.

Essa tarde vai ser muito especial, pensa Marcos. Vamos nos divertir muito. No entanto, quando ele sobe no topo do escorregador para que a mãe o veja, percebe que ela está olhando o celular. Sempre que se dirige a ela, sua mãe mal presta atenção e se limita a dizer “claro, Marcos” “muito bem, Marcos”.

  • Nosso protagonista chega muito triste em casa, tão triste que mal consegue explicar o que está acontecendo. Ele não sentiu a companhia da mãe, nem se sentiu cuidado, nem valorizado, nem querido…
  • Nossos filhos precisam sentir uma dedicação real. Não importa a idade que tenham, até um bebê consegue perceber se o vínculo com seus progenitores é verdadeiro. Ele percebe isso com base na atenção recebida, na presença, na ligação, nos olhares, no tom de voz…

Todos os dias tentarei encontrar um pouquinho de tempo somente para você

nossos

Não importa se você trabalha. Se suas jornadas de trabalho são eternas, se você concilia dois empregos e mal tem tempo de acordar seus filhos pela manhã e dar um beijo de boa noite quando o relógio marca onze horas da noite.

 Estar com você ou não estar é a medida do meu tempo

-Jorge Luis Borges-

Na realidade, o que seus filhos vão lembrar no dia de amanhã é se no meio dessa agitação toda e das suas infinitas obrigações, você se lembrava deles e os presenteava um pouquinho do seu tempo que tinha gosto de magia, de beijos às escondidas, de promessas que se cumpriam, de carinhos que terminavam em “como eu consegui ter um/a menino/a tão bonito/a”.

Dedique aos seus filhos pequenos pedaços cotidianos de harmonia, de lembranças das quais se recordarão no futuro com um sorriso no rosto, com o batimento cardíaco acelerado de emoção. Faça seus filhos verem em cada momento que são sua prioridade porque não basta você saber, eles precisam notar nos seus carinhos, nas suas palavras, no seu olhar e, acima de tudo… no seu coração.

Imagens, cortesia de Vickie Wade

 


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  • Greco, C. (2013). Apego y percepción de felicidad en la mediana infancia: una
    aproximación a su estudio. Revista de Psicología. 9,17, 105-116.
  • Mora, M., Gómez, M. y Rivera, M. (2013). La satisfacción marital y los recursos psicológicos en las parejas con y sin hijos pequeños en pro del bienestar familiar. Uaricha, 10(22), 79-96.

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